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EUA: produtores desenvolvem mercados de exportação junto com USDA

Retorno médio para os produtores de carne para cada US$ 1 investido por eles e pelo Governo em atividades de desenvolvimento de mercados foi de US$ 3,87 para carne bovina e US$ 7,42 para carne suína.

Os produtores de carne bovina, suína, milho e soja dos Estados Unidos estão recebendo um sólido retorno de seus investimentos de checkoff – programa de coleta de fundos dos produtores agrícolas, usados para promover a própria indústria – em programas de desenvolvimento de mercados de exportação da Federação de Exportações de Carnes dos Estados Unidos (USMEF, sigla em inglês), de acordo com um estudo feito pelo professor de Administração e Economia Aplicada da Universidade Cornell, Harry Kaiser, que também é diretor do Programa de Pesquisa em Promoção de Commodity de Cornell.

De fato, cada dólar da indústria investido nesses programas nos últimos 10 anos retornou uma média de US$ 15 em receita líquida para a indústria de carne suína e US$ 8 para a indústria de carne bovina.

A análise foi feita a pedido da USMEF para quantificar os retornos que o Serviço Agrícola Estrangeiro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e os programas de checkoff de carne bovina, suína, milho e soja receberam se seus investimentos nos programas de desenvolvimento de mercados de exportação da USMEF.

O modelo econômico mostrou que investimentos dos produtores e do USDA aumentaram as exportações de carnes vermelhas dos Estados Unidos em mais de 30% por ano. De acordo com Kaiser, esse aumento nas exportações devido ao desenvolvimento de mercados de exportação trouxe entre US$ 46,3 milhões (para carne bovina) e US$ 85,7 milhões (para carne suína) na receita líquida anual média para a indústria, que é de longe maior do que a média anual de US$ 27,5 milhões de custo investido pelos produtores e pelo USDA.

O estudo determinou que a redução no financiamento dos programas de promoção e desenvolvimento das exportações em 75% entre 1996 e 2010 teria reduzido as exportações de carne bovina dos Estados Unidos em 36,1% e as de carne suína em 30,1%, com uma perda total nas exportações de quase 243,5 mil toneladas por ano para oito importantes mercados externos analisados no modelo. O valor da perda foi determinado, então, comparado ao custo total de promoção das exportações de carne bovina e suína para calcular uma série de razões custo/benefício.

A razão custo/benefício total para os programas de desenvolvimento de mercado teve uma média de 3,87 para carne bovina e 7,42 para carne suína. Isso significa que o retorno médio para os produtores de carne para cada US$ 1 investido por eles e pelo Governo em atividades de desenvolvimento de mercados foi de US$ 3,87 para carne bovina e US$ 7,42 para carne suína.

“Como os produtores contribuíram com aproximadamente metade dos dólares totais gastos nos mercados de exportação, a razão custo/benefício média para sua metade dos gastos ficou em média entre 7,74 (para carne bovina) e 14,84 (para carne suína) vezes seus investimentos, o que são retornos muito altos”, disse Kaiser.

Esses resultados sugerem que a promoção das exportações dos Estados Unidos tem um impacto muito importante na demanda de exportação para carne bovina e suína.

Comparando os resultados desse estudo com outros 16 estudos de programas similares de outras commodities, Kaiser disse que seus resultados sugerem que a promoção de carne bovina e suína tem um impacto maior nas exportações de carnes dos Estados Unidos do que a maioria dos outros programas de promoção das exportações.

Kaiser também avaliou os impactos regionais desses programas e descobriu que dói dos mercados mais importantes para as exportações de carnes dos Estados Unidos, o México e o Japão, tiveram os maiores ganhos em importações devido ao desenvolvimento do mercado. Juntos, os programas da USMEF nesses dois países representaram 169,2 milhões de quilos por ano em maiores exportações de carne bovina e suína.

Comentário BeefPoint: Um simples e forte recado ao Brasil: marketing institucional da carne, bem feito, funciona, e muito. No caso dos EUA, há muitos anos há um programa de financiamento, pago também pelos produtores, que tem viabilizado estudos, promoção e inovação para carne bovina. Um exemplo a ser seguido.

A reportagem é do site thebeefsite.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Precisamos conseguir coordenar esforços em ações institucionais, nos moldes americanos e australianos. Governo, industria e pecuaristas agindo juntos e contribuindo financeiramente fazem a diferença.

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