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EUA: Novo presidente da NCBA, Tracy Brunner, tem um panorama geral da indústria

É provável que quando Tracy Brunner se formou na Universidade do Estado do Kansas, há quase 40 anos, ele não imaginasse que seria líder da associação da indústria pecuária mais influente dos Estados Unidos. É provável que o que ele queria na ocasião era voltar à fazenda da família e à operação pecuária como parte da quarta geração para administrar o negócio. Porém, a vida tem maneiras de nos levar a direções que nem sempre prevemos. Para Brunner, o caminho para a presidência da Associação Nacional de Produtores de Carne Bovina dos Estados Unidos (NCBA) começou logo após ele ter se formado na faculdade.

Brunner sempre respeitou a forma como as organizações da indústria tornam os negócios do setor melhores e se uniu à Associação de Pecuaristas do Kansas (KLA) logo após a graduação. “Eu realmente apreciava a forma como a KLA sempre fornecia informações e oportunidades educacionais para que se ficassem a par das novas tecnologias que estamos vendo surgir, para ajudar os pecuaristas a se sentir competitivos e aumentar nossa eficiência, bem como nos manter atualizados sobre questões políticas”.

Ambas essas atividades – educação e envolvimento político – serão ainda mais importantes daqui para frente, acredita ele. Mudanças, desafios e oportunidades estão surgindo na indústria com uma velocidade nunca antes vista e o papel das associações regionais de pecuaristas e da NCBA na proteção e no progresso do negócio pecuário se tornarão ainda mais importantes.

brunner

Caminho para a presidência

Embora Brunner tenha sido membro de organizações da indústria durante quase toda sua vida adulta, ele primeiramente se tornou ativo na liderança da associação nos anos noventa, quando dirigiu o então Conselho de Cria e Recria da KLA. Ele foi o representante da KLA na Conferência de Jovens Pecuaristas (YCC) em 1996, uma experiência que abriu seus olhos e sua mente para um mundo maior a seu redor.

No ano passado, no 19o aniversário de sua primeira viagem, ele foi para a YCC 2015 como representante da NCBA. “Não há nada melhor do que ter contato com a nova geração de pecuaristas. Eu descobri que aprendo com eles constantemente sobre como manter a mente aberta, adotar novas ideias e novas formas de fazer as coisas. Isso está sendo importante”.

Ele subiu de posto na KLA, servindo como presidente do grupo em 2008. Brunner se uniu à NCBA, então Associação Nacional de Pecuaristas, há mais de 30 anos; e à medida que cresciam suas habilidades de liderança e ele amadurecia na KLA, seu envolvimento nacional também cresceu. Isso o lançou no caminho da presidência.

“Eu trabalhei em dois períodos no Cattlemen’s Beef Board, servindo nos comitês de checkoff como o antigo Comitê de Novos Produtos e Iniciativas Culinárias, onde nos envolvíamos com o trabalho de fazer o perfil dos músculos que nos ajudavam a encontrar algum valor ainda não descoberto na carcaça. Eu também passei três anos como representante do CBB no Comitê Operacional, onde supervisionávamos as despesas do checkoff em promoção da carne bovina e programas de pesquisa”.

Além disso, através de seu envolvimento com a KLA, ele serviu em muitos comitês dentro da estrutura política da NCBA, bem como serviu na diretoria da NCBA. Então, em 2009 e 2010, ele serviu como vice-presidente e presidente da Divisão Política da NCBA, lançando-se em sua trajetória para se tornar presidente da NCBA em 2016.

Esse envolvimento longo e profundo em ambos os lados do negócio de carne bovina – política e promoção – deram à Brunner uma educação muito bem arredondada sobre como o setor de carne bovina funciona a nível organizacional. Essa amplitude e profundidade de entendimento servirá a ele e a todos os produtores dos Estados Unidos nesse ano em que ele será presidente da NCBA.

“O papel da liderança na NCBA é progredir nas políticas que os membros determinam. Além disso, minta meta será ajudar a levar a NCBA a um nível maior de eficácia. Durante os últimos anos, nossos membros nos disseram que estavam prontos e dispostos a investir a um nível maior. Para isso, esperamos um maior grau de sucesso e realizações”.

Brunner é a quarta geração a ajudar a administrar a operação diversificada de sua família e a quinta já está com as botas no chão começando a aprender. “Somos uma família de produtores rurais e uma operação rural no oeste de Flint Hills, do Kansas. Nós cultivamos agricultura e produzimos gado e estamos aqui há mais de 100 anos”.

A operação é bastante diversificada, com uma empresa de genética; uma operação de novilhos a pasto em Flint Hills; e um Cow Camp Feed Yard em Ramona, Kansas, um estabelecimento de engorda com 8.000 cabeças. Esse estabelecimento é apoiado por uma operação rural de mais de 1600 hectares. “Somos capazes de reciclar muitos nutrientes que vêm dos campos através do gado e, então, mandar de volta aos campos”.

A operação não somente alimenta seu próprio gado, mas também, trabalha com os clientes de seus negócios de genética. “Tentamos colocar aqueles bezerros no estabelecimento de engorda, onde podemos engordar alguns gados com alta qualidade de genética conhecida e também avaliar a genética de nossos negócios de genética”, disse ele. Quando prontos para o abate, a maioria dos bois gordos é comercializada através do U.S. Premium Beef.

Brunner avalia suas mais de quatro décadas de envolvimento na indústria. “Eu realmente me beneficiei não somente da oportunidade de compartilhar algumas visões nessas organizações – mas, mais importante, o que eu fui capaz de aprender associando com outros produtores e outras indústrias relacionadas que usam nossas organizações como um fórum, para não só surgirem ideias sobre como melhorar as oportunidades dentro da indústria, mas também, formas de compartilhar novas tecnologias. O aspecto da educação de nossas organizações estaduais e nacionais sempre tem sido essencial na educação contínua para mim durante os anos”.

Essa educação – aprender como ser melhor em coisas que você já faz bem – é um aspecto importante e vital de muitos programas da NCBA. Porém, Brunner é realista e sabe que o valor da NCBA se estende bem além disso, em um mundo turbulento para garantir que os produtores tenham liberdade para operar.

“Nós precisamos nos manter ativos em nosso governo. O alcance do governo precisa ser contido e freado em todas as oportunidades. Precisamos de liberdade para operar; precisamos de habilidade para fazer investimentos individuais em nossas fazendas que são melhores para nossas operações individuais”.

Além disso, ele avalia o Plano de Longo Alcance da Indústria e seus desafios para aumentar a demanda de carne bovina em 2% ao ano para manter o ambiente de preços de hoje. “Uma forma pela qual aumentaremos a demanda é através da expansão do comércio”.

“A vasta maioria, 95%, de nosso potencial de mercado futuro está fora de nossas fronteiras. Há uma população mundial crescente que quer nossa carne bovina de alta qualidade e está mais disposta e capaz de pagar os custos dessa carne. Então, precisamos de mercados mais livres e mais abertos para nos deixar ter acesso à crescente demanda global por carne bovina”.

Isso pode trazer algumas oportunidades de gestão, disse ele. “A oferta de carne bovina de nosso país é cada vez mais importante na segurança alimentar do país e do resto do mundo”. Isso significa que haverá cada vez mais pressão sobre os Estados Unidos para desenvolver um sistema mais robusto de rastreabilidade”.

“Uma doença infecciosa animal poderia causar estragos em nossos atuais sistemas de comercialização e distribuição e causar severos danos econômicos a todos na cadeia de carne bovina, de produtores a consumidores. Um sistema de rastreabilidade simples que permita conter e erradicar doenças enquanto manter a confiança dos consumidores em nossas indústria e seus produtos é necessário”.

Brunner acredita que o negócio de carne bovina – coletivamente, bem como, individualmente – tem um papel importante na construção da confiança dos consumidores agora, enquanto os tempos estão bons. “Os pecuaristas precisam aceitar a responsabilidade de contar sua história. Ninguém entende o que fazemos melhor do que os pecuaristas e temos que aceitar esse papel, desenvolver e compartilhar todas as coisas boas que não são noticiadas sobre nossas contribuições sociais, ambientais e econômicas”.

Esse é um aspecto importante da discussão sobre sustentabilidade, algo que ele acredita que o negócio pecuário precisa deve se envolver. “Uma das áreas mais importantes de longo prazo, eu acredito, é nosso conhecimento sobre a responsabilidade de trabalhar na área da imagem e aceitação, essa área da sustentabilidade”.

“Eu acredito que todos estamos interessados em fazer parte de algo maior do que nós. Acho que temos um desejo inerente de deixar nosso ambiente um pouco melhor do que encontramos. Eu sempre me pego pensando sobre a próxima geração, não somente de nossa família, mas da comunidade de carne bovina. Eu não quero perder uma oportunidade que pode acontecer para ajudar a melhorar as coisas para as próximas gerações.

Fonte: BEEF Magazine, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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