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EUA: Merck fará novo programa de treinamento para clientes Zilmax

A gigante do setor farmacêutico, Merck and Co., que está enfrentando questionamentos da indústria pecuária sobre os efeitos de seu aditivo alimentar, Zilmax, na saúde de bovinos, respondeu na terça-feira com planos para um novo programa de controle de qualidade para garantir que a popular droga usada para ganho de peso seja usada adequadamente.

A gigante do setor farmacêutico, Merck and Co., que está enfrentando questionamentos da indústria pecuária sobre os efeitos de seu aditivo alimentar, Zilmax, na saúde de bovinos, respondeu na terça-feira com planos para um novo programa de controle de qualidade para garantir que a popular droga usada para ganho de peso seja usada adequadamente.

Essa notícia veio uma semana após a Tyson Foods Inc. ter declarado que não aceitaria mais animais que receberam Zilmax, dizendo que observou que os animais chegaram às suas plantas de abates com sinais de que estavam tendo dificuldades de caminhar ou se mover.

A Tyson Foods, maior processadora de carnes dos Estados Unidos, disse que a decisão não foi tomada por questões de segurança alimentar e a companhia disse que não sabia exatamente o que estava gerando esses comportamentos nos animais, mas oficiais da Tyson disseram que especialistas em saúde animal sugeriram que o uso do Zilmax pode ser uma das possíveis causas.

Isso, por sua vez, fez com que os fornecedores de gado à Tyson tivessem que escolher entre continuar usando o Zilmax e vender para outros frigoríficos ou mudar para um suplemento alimentar alternativo, ou ainda, parar de usar de vez os beta-agonistas.

Os beta-agonistas são uma classe de drogas aprovada e considerada segura pela Administração de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA) e muito usada pela indústria pecuária para adicionar peso a bovinos, suínos e peru nas semanas antes do abate.

Essa classe de drogas está sendo examinada nos últimos meses devido a preocupações levantadas pela Tyson e pelo JBS USA, outro grande processador de gado, quando alguns animais foram observados mostrando sinais de sofrimento e dificuldade de caminhar após receberem os aditivos beta-agonistas. Na segunda-feira, foi mostrado um vídeo em uma conferência da indústria de animais tendo dificuldade de se movimentar e mostrando sinais de claudicação.

A porta-voz do FDA disse que a agência requer que as companhias de drogas reportem os eventos adversos das drogas. A agência não quis discutir se investigará os relatos dos comportamentos animais discutidos publicamente pela Tyson e pelo JBS nos últimos dias.

Embora a Tyson só tenha anunciado essa mudança na semana passada, há alguns sinais de que a companhia vem silenciosamente expandindo sua oferta de carne bovina livre de beta-agonistas. De acordo com vários operadores de confinamentos entrevistados pela Reuters, a companhia começou a pagar preços premium há cerca de seis meses por animais que não tivessem recebido beta-agonistas.

Um operador de confinamento do Kansas, que não quis ser identificado pelas preocupações de que isso possa “ser uma grande questão política”, disse que planeja descontinuar uso do Zilmax e passar a usar exclusivamente o beta-agonista concorrente, Optaflexx, da Eli Lilly & Co.

Herman Schumacher, coproprietário da L.D.L. Cattle Company, um confinamento privado de 10.000 cabeças em Ipswitch, Dakota do Sul, disse que cria gados sem beta-agonistas desde o começo de seu negócio, em 1986. Há seis meses, disse ele, a Tyson sem nenhuma explicação começou a oferecer um premium pelo gado que nunca tivesse consumido beta-agonista. Schumacher disse que espera que as rivais da Tyson também descontinuem o uso de beta-agonistas.

A Associação Nacional de Produtores de Carne Bovina dos Estados Unidos (NCBA), grupo comercial da indústria de carne bovina, disse que seus membros baseiam suas decisões referentes à alimentação do gado “em ciência” e não em especulação. No momento, não há bases científicas para dizer que o uso de beta-agonistas causaram os problemas de bem-estar animal citados pela Tyson em sua decisão de parar de comprar gado que recebeu Zilmax.

A unidade de saúde animal da Merck disse que requereria que os confinadores de gado que usam a droga Zilmax fizessem um treinamento adicional como parte do plano de cinco anos para lidar com as questões sobre os possíveis efeitos negativos da droga.

A companhia disse que nos próximos 30 dias re-certificará os operadores de confinamentos que usam Zilmax, um processo designado a fazer com que certos cliente usem de forma segura a droga quando fornecem ao gado. A Merck também lançará o que chamou de “auditoria científica”, que acompanhará os gados que receberam Zilmax do confinamento à planta frigorifica para determinar as potenciais causas da claudicação e outras questões de mobilidade vistas por Tyson e JBS.

Programa de cinco passos para “Garantir Carne Bovina Responsável”:

  1. re-certificação imediatamente de todos os indivíduos que fornecem Zilmax aos animais;
  2. iniciar uma auditoria científica após o gado receber o Zilmax, do confinamento ao frigorífico “para determinar potenciais causas da claudicação e outros problemas de mobilidade”;
  3. reforçar práticas apropriadas de manejo para seus clientes;
  4. criar o “Conselho Consultivo Merck Animal Health”, com representantes de confinadores, frigoríficos, operadores de estabelecimentos de cria e especialistas e saúde e nutrição para revisar os dados disponíveis; e
  5. compartilhar todas as descobertas publicamente.

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Fonte: Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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