EUA: menor oferta de gado pode aumentar concentração da indústria

Os pecuaristas dos Estados Unidos estão no meio de um crescimento de mercado, sendo possivelmente uma recuperação de mercado que só acontece uma vez na vida. Os preços do boi gordo estão 15% maiores do que no ano anterior e os preço dos bois e bezerros para reposição estão pelo menos 20% maiores que no ano anterior. Todas as classes de bovinos estão próximas a níveis recordes e os lucros no setor de cria estão a níveis em que a maioria dos pecuaristas nunca viu antes.

O direcionador por trás desses aumentos de preços é a oferta. Os números de animais estão em seu menor nível desde que Harry Truman era presidente dos Estados Unidos e todos os segmentos da indústria estão lutando para encontrar bois para colocar no pasto, em confinamento, abater e processar.

Apesar de esse momento estar sendo positivo, muitos estão questionando se o atual cenário não enfraquecerá a indústria dos Estados Unidos. A cada semana, as perdas dos frigoríficos são grandes e os confinamentos permanecem em constante luta para administrar um ponto de equilíbrio historicamente alto.

O presidente da Sterling Marketing, John Nalivka, disse que a capacidade da indústria de carne bovina e a utilização estão em um estágio crítico. “As economias da indústria de carne bovina centram-se em economias de escala e na capacidade de utilização visando ganhar eficiência no uso de todos os recursos”. Ele acredita que isso vale para os criadores de gado, bem como para os donos de estabelecimentos de engorda e frigoríficos.

“Em curto prazo, os desequilíbrios na capacidade criam distorções no mercado, geralmente vistas na forma de maiores preços do gado”, disse Nalivka. “Essas distorções de curto prazo no equilíbrio da oferta com a capacidade são normalmente desenvolvidas relativamente rápido. Entretanto, à medida que a indústria pecuária caiu para seu menor rebanho em 60 anos e a preocupação com o crescimento futuro do rebanho aumenta, o desequilíbrio se torna um problema de longo prazo”.

O problema que Nalivka e outros esperam no futuro próximo é a possibilidade de uma ou mais plantas de processamento de carne bovina dos Estados Unidos fecharem. “As soluções de longo prazo frequentemente envolvem mudanças estruturais, em outras palavras, consolidação”, disse ele.

De dez a vinte anos atrás, Nalivka disse, a especulação sobre fechamentos de plantas era mais fácil, porque as pessoas podiam simplesmente “olhas para o tabuleiro e encontrar as plantas mais antigas”. A especulação agora é muito mais difícil, porque a solução não envolve somente o número de plantas. “Isso se refere às companhias que são donas de suas plantas e onde eles estão localizadas com relação às ofertas de gado”.

Pela situação atual, Nalivka acredita que os frigoríficos lidarão com o excesso de capacidade “removendo um turno e transformando a planta de turno duplo para turno único. Não há necessidade de muitas reduções nos turnos nas plantas selecionadas antes de a capacidade ser substancialmente reduzida”.

De acordo com a Sterling Marketing, a capacidade de utilização pelos frigoríficos dos Estados Unidos era de 95,4% em 2006 e caiu para 87,9% em 2011. Nalivka projeta que a capacidade de utilização declinará mais 2,6% durante 2012.

A reportagem é da Drovers, traduzida e adaptad apela Equipe BeefPoint.