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EUA: grau de genética Angus é pré-requisito para carne de qualidade no país

O grau de sangue da raça Angus (black-hiden) presente  no gado abatido é o requerimento inicial para mais de 80 marcas de carne bovina certificadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Isso também significa que esse é o primeiro fator limitante para o abastecimento de programas como o maior e de mais longa duração deles: o da marca Certified Angus Beef® (CAB®).

Entre os dados de animais inspecionados pelo Governo Federal, este é o primeiro fator que o diretor da CAB, Clint Walenciak, avalia. “A matriz que direciona o volume total CAB começa com o grau sanguíneo, a partir daí que aplicamos nossas 10 especificações de carcaça para estreitar isso ainda mais, de forma que estamos com 24% atualmente”. Esse é o motivo pelo qual a companhia tem rastreado o abate de animais “pretos” desde 2004 e o USDA agora publica a porcentagem de carcaças “A-stamp” em seus relatórios de produção.

“Devido à fragmentação de nossa indústria, a fonte de captura confiável  para sabermos o número de animais Angus na cadeia de fornecimento de carne dos Estados Unidos, ou com algum grau sanguíneo da raça Angus, são os frigoríficos”, disse o analista do CattleFax, Lance Zimmerman. Esse número tem apresentado tendência de alta desde 2004, estabilizando-se no ano passado em 62,9%. Ainda, muitos se surpreendem que essa porcentagem não é ainda maior.

“Quando você avalia diferentes pesquisas que estimam o número de touros na população, eles tipicamente mostram 70% Angus, e as vendas de touros Angus continuam fortes”, disse Walenciak. De fato, a Pesquisa do Número de Touros do Western Livestock Journal 2011 mostrou a raça Angus como líder, com 71,5%, e que isso é um pouco menos com relação a marca de 2009.

É importante olhar o número de animais black-hided nativos comparado com animais externos, como gado de reposição importado do México ou Canadá, gado gordo canadense ou gado leiteiro. Essas quatro categorias podem ter um “efeito de diluição” , disse Walenciak. “À medida que vimos uma redução no número de boi gordo nos Estados Unidos no último ano e meio, os animais destas quatro origens tiveram maior participação no rebanho total”. Eles representaram 16,1% do mix total em 2004 comparado com 18,4% em 2011.

Walenciak e sua equipe adotaram um valor para a influência que cada categoria tem na porcentagem de A-stamped. Por exemplo, o Canadá fica atrás dos Estados Unidos na influência de “Angus preto”, aplicando fator de 40% de black-hided  ao total importado de boi gordo canadense para cada ano. O gado de reposição do México tem 20% de influência de Angus. “Isso é baseado geralmente no que entendemos da existência de genética Angus”.

Esses ajustes se baseiam em uma porcentagem original 12 pontos maior de animais com grau sanguíneo Angus do que o número do USDA. Isso aumentou de 61,5% para seu pico de 74,9% em 2010 e ficou em 74,2% no ano passado. “Essa tendência de alta tem maior porção da minha atenção do que a estabilidade ou uma leve queda que pode ter ocorrido em 2011”, disse Zimmerman.

“Um palpite de porque isto está ocorrendo pode ser que mesmo com a menor retenção de novilhas,  estas estão com maior porcentagem de Angus”, disse Walenciak. Apesar de não ter como rastrear isso, Zimmerman concorda que faz sentido. “Se estamos criando animais pretos, sem retenção de novilhas, eventualmente poderemos ver esses números caírem, mas claramente estamos produzindo mais gado preto. Mais provavelmente, isso não é somente da compra de touros Angus, mas da retenção desses descendentes no rebanho”.

“Uma grande parte dessa influência foi somente de nossos amigos no Texas, Oklahoma e Novo México, e mais ao sul onde a seca continuou”, disse ele. “Os produtores mexicanos não foram diferentes e precisavam para liquidar  o rebanho, desmamando cedo e vendendo bezerros. Isso contribuiu para um número muito maior de gado mexicano”.

Em 2008, as importações de gado de reposição do México foi de 702.873 cabeças. Em 2011 foi de 1,4 milhão, representando maior variação de animais importados. As taxas de câmbio e políticas também influenciam as importações do Canadá, tanto de gado para reposição como de boi gordo (pouco em 2004 e picos em 2007 e 2008).

Apesar de todo esse “ruído” nos dados, existem duas consequências desta tendência de crescimento de animais black-hided (Angus). “Se você olhar os anos noventa e começo dos anos 2000, era muito comum para um produtor comercializar seu gado argumentando como ‘bom, com sangue Angus”, disse Zimmerman. “Isso mostra a boa reputação do Angus no mercado. É realmente importante para o produtor aproveitar qualquer detalhe extra e dados que possam ter em suas mãos para mostrar que seu gado Angus vale mais do que o gado preto médio”.

Walenciak espera que os pecuaristas farão mais com esses animais de alto nível, porque simplesmente ter qualquer grau sanguíneo de Angus não é suficiente. “À medida que aumenta a demanda por carne bovina de alta qualidade, é muito importante para nós manter essa oferta consistente, de forma que os varejistas e restaurantes possam confiar na segurança dessa oferta”, disse ele.

A reportagem é de Miranda Reiman, para Cattlenetwork.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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