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EUA estão abatendo animais mais leves esse ano – entenda porquê

“O animal mais leve produz menos carne bovina em um momento em que existem menos animais indo para o abate. A combinação de menos carne e menos animais deverá significar preços recordes de bovinos e da carne bovina pelo menos durante o próximo ano”, disseram alguns analistas e economistas.

Segundo eles, os bovinos estão entrando nas plantas frigoríficas dos Estados Unidos levemente mais leves do que no ano anterior, à medida que os confinamentos se apressam em colocar os animais no mercado para aproveitar os preços recordes e pelo fato de não estarem mais fornecendo aos animais, o promotor de crescimento, Zilmax.

As secas recentes nas regiões centro-oeste e sudoeste dos Estados Unidos, somadas aos preços recordes dos alimentos, levaram a uma redução no rebanho bovino dos Estados Unidos, que agora é o menor em mais de 60 anos.

Até o momento, os abates de bovinos dos Estados Unidos caíram em 1,5% com relação ao ano anterior, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse declínio ajudou a direcionar os preços para alguns animais prontos para o abate na semana passada para um recorde de US$ 132 por 100 libras (US$ 291/100 quilos).

Para 2013, os preços dos novilhos para abate, em média, estão prestes a alcançar um novo recorde, de aproximadamente US$ 277,12 por 100 quilos. Outro recorde é esperado em 2014, com os preços ficando, em média, US$ 286,05 por 100 quilos, disse o economista da Universidade de Missouri, Ron Plain.

Durante a semana de 5 de outubro, os últimos dados de pesos do USDA mostraram que os pesos dos novilhos com base no peso carcaça eram de aproximadamente 397 quilos, 2,27 quilos a menos do que no mesmo período do ano anterior. Durante o mesmo período, as novilhas tiveram queda de 5 quilos, para 361 quilos em média.

“O aumento dos preços para os animais destinados ao abate resultaram no retorno à lucratividade em nível de confinamento. Isto, então, está encorajando-os a vender os animais mais rapidamente, com menores pesos”, disse a analista do CattleHedging.com em Denver, Colorado, Elaine Johnson.

Outros analistas e economistas notaram um declínio marcado nos pesos dos bovinos após a decisão da Merck & Co, em agosto, de retirar seu aditivo alimentício, Zilmax, dos mercados dos Estados Unidos e do Canadá. O Zilmax, aditivo amplamente usado e o mais potente entre os aditivos que ajudam na construção de músculos dos animais, conhecidos como beta-agonistas, pode adicionar até 13 quilos de carne bovina ao animal durante suas últimas semanas no confinamento.

A Merck optou por suspender o Zilmax para fazer mais testes após importantes processadoras de carnes dos Estados Unidos, Tyson Foods Inc. e a Cargill Inc., pararem de comprar animais que receberam o aditivo em setembro, citando preocupações de bem-estar animal. Desde o começo de setembro, alguns confinamentos passaram a usar o beta-agonista menos potente chamado ractopamina, fabricado pela Elanco Animal Health, da Eli Lilly & Co, vendido com o nome de Optaflexx.

Além disso, alguns estabelecimentos de engorda conseguiram compensar em parte a redução no peso com relação ao ano anterior usando mais alimentos com preços mais baratos, resultado da safra abundante desse outono. Ambas as opções requerem mais tempo para criar o animal, de modo que este tenha um peso maior do que o Zilmax, disseram os economistas.

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Fonte: Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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