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A demanda pode ser medida pela quantidade que os consumidores estão dispostos a pagar com relação a uma série de preços diferentes. Essa lista de quantidades e preços correspondentes pode ser colocada em um gráfico para traçar uma curva da demanda familiar, com menores quantidades demandadas em preços mais altos e maiores quantidades demandadas a preços menores.

Embora o termo “demanda” seja frequentemente usado indistintamente – e incorretamente – com a quantidade vendida, um quadro preciso da demanda também requer as faixas de preços pagos por cada uma das quantidades vendidas. De acordo com teorias econômicas, os consumidores decidem o quanto da renda disponível gastarão em vários itens para criar uma “cesta” de bens e serviços que maximizam os benefícios de cada pessoa.

Como cada pessoa tem diferentes preferências, a combinação exata de itens e quantidades gastas em cada item particular da cesta será fiferente para cada indivíduo. Entretanto, todas essas compras individuais podem ser combinadas para mostrar como o mercado distribui seus gastos e como muitos consumidores ou grupos gastam cada item em particular.

Os gastos combinam a quantidade e o preço, tornando essa estatística uma medida útil da demanda dos consumidores. Uma vez que isso é ajustado para o crescimento populacional e para a inflação, o resultado é um dado chamado “gastos reais per capita” que mede os gastos ajustados pela inflação por consumidores individuais.

Os dados de gastos usados nesta notícia foram compilados pelo Centro de Informações do Mercado Pecuário (LMIC, sigla em inglês) a partir de várias fontes do Governo. O número “desaparecimento total” do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) – produção total, mais importações, menos exportações – é o ponto de partida para determinar a quantidade comprada.

Este é, então, ajustado de uma base de carcaça para uma base de peso no varejo, e dividido pela população dos Estados Unidos para colocar isso em uma base por pessoa. O preço pago é baseado nos dados de gastos nas lojas de alimentos coletados pelo Bureau of Labor Statistics e ajustados para a inflação, convertidos em dólares de 2011. O uso de gastos reais per capita tem vantagens e desvantagens com relação a outras formas de estimar a demanda por carne bovina, mas é interessante que os resultados finais de todos esses métodos são similares.

Uma vantagem dessa abordagem de gastos é que se pode monitorar as quantidades e preços que chegam ao número final. Esses detalhes são úteis em ajudar a entender melhor onde os preços do gado estavam no passado e onde poderão estar no futuro. O gráfico mostra que a quantidade média que cada consumidor gastou em carne bovina, em uma base ajustada para a inflação, caiu mais de 50% no período de 20 anos entre 1978 e 1998.

Os gastos caíram de US$ 539,15 por pessoa para US$ 260,25, tudo em dólares de 2011, e as quantidades compradas caíram de 39,7 quilos por pessoa para 30,9 quilos, tudo com base no peso no varejo. Está claro que a indústria teve um sério problema de demanda durante esse período, porque os consumidores foram capazes de cortar os gastos pela metade em uma base ajustada para a inflação. Ou seja, a indústria forneceu três quartos de carne bovina, mas recebeu somente metade em dólares.

Os gastos per capita se recuperaram a partir de 2004, para US$ 320,40 em 2011 por 30 quilos com base no peso do varejo. Entre 1998 e 2004, os consumidores gastaram mais dólares ajustados à inflação (US$ 60,15) por menos carne bovina (0,86 quilos) – um exemplo da demanda mais forte. Ainda, o fato de que o ponto alto ocorreu no ano imediatamente após a descoberta de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) em dezembro de 2003. A maioria desses ganhos foram obtidos de 2005 a 2010, e os gastos por pessoas caíram em 2010, para US$ 270,05 por 27,03 quilos no peso da carne bovina no varejo.

O aumento a partir de 2011 deverá continuar em 2012, mas o que acontecerá depois não se sabe. As ofertas de carne bovina cairão substancialmente em 2013, e o último relatório de estimativas de oferta e demanda mundiais do USDA mostram um consumo per capita para 2013 de 24,86 quilos, uma queda de 1,09 quilos com relação aos níveis projetados para 2012.

Porém, se a economia permanecer fraca e o desemprego continuar alto, parece improvável que os consumidores estejam dispostos a pagar substancialmente mais dólares por menos carne bovina, como fizeram de 1999 a 2004, quando as condições econômicas eram muito mais positivas.

Os gastos dos consumidores com carne bovina também terão influência nos preços do boi gordo. Apesar da menor oferta de gado abatido dar ao mercado um tom firme, os níveis de US$130 ou mais projetados para o mercado futuro em 2013 podem requerer alguma ajuda do lado da demanda para fazer isso acontecer.

A reportagem é do TheCattleSite, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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