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EUA confirmam ajuda de até US$ 16 bi

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou ontem os detalhes do pacote preparado pelo governo para ajudar os produtores rurais do país a minimizar os reflexos negativos das disputas comerciais entre Washington e Pequim.

Segundo o USDA, o presidente Donald Trump autorizou a liberação de até US$ 16 bilhões para programas de apoio aos produtores, montante em linha com o impacto estimado das tarifas retaliatórias aplicadas pela China depois que os EUA sobretaxaram mais produtos do país asiático.

A jornalistas, Sonny Perdue, secretário de Agricultura dos EUA, afirmou que a China vem desrespeitando regras comerciais e referentes à propriedade intelectual há muito tempo e Trump está enviando uma mensagem clara de que os americanos não vão mais tolerar essa situação.

Nesse contexto, explicou Perdue, o Programa de Facilitação de Mercado (MFP, na sigla em inglês), administrado pela Farm Service Agency (FSA), foi melhorado e fornecerá US$ 14,5 bilhões em pagamentos diretos este ano.

O USDA também informou que produtores de itens como, cevada, milho, algodão, arroz, feijão, sorgo, soja e trigo, entre outros, receberão pagamentos compensatórios baseados em uma única taxa multiplicada pelo total de plantações em 2019.

Esses pagamentos não dependem de quais culturas foram ou estão sendo semeadas em 2019 -, portanto, segundo o USDA, não distorcerão as decisões de plantio. Além disso, pontuou o USDA, o total de plantações elegíveis para pagamento não poderá exceder o plantio total de 2018.

Os produtores de laticínios receberão pagamentos de acordo com o histórico de produção e os de suínos serão apoiados com base nos estoques. Em geral, os pagamentos serão feitos em até três parcelas, com a segunda e terceira parcelas avaliadas conforme condições de mercado e oportunidades comerciais ditadas.

A primeira parcela começará a ser paga entre o fim de julho e o início de agosto. Se as condições exigirem, a segunda e a terceira parcelas serão desembolsadas em novembro e no início de janeiro.

O USDA informou, ainda, que será implantado mais um Programa de Compra e Distribuição de Alimentos (FPDP), desta feita de US$ 1,4 bilhão, para enxugar excedentes afetados por retaliações comerciais, como frutas, vegetais, alguns alimentos processados, carne bovina, carne suína, cordeiro, aves e leite e direcioná-los a bancos de alimentos e escolas, por exemplo.

A administração Trump não descarta novos pacotes de ajuda do gênero, a depender de como evoluírem as negociações comerciais com a China. No ano passado, Washington já havia oferecido US$ 12 bilhões aos produtores, também por causa da guerra.

No mercado de soja, carro-chefe do agronegócio no Brasil – maior exportador do mundo e que disputa com os EUA a liderança na produção global -, teme-se que o novo pacote resulte no aumento do plantio naquele país na safra 2019/20, apesar da taxa de 25% imposta pela China ao grão americano e dos baixos preços na bolsa de Chicago.

Isso porque a ajuda do governo deverá provocar um aumento do valor pago por bushel em relação ao patamar praticado em Chicago – ontem os contratos futuros de segunda posição de entrega fecharam a US$ 8,2825 por bushel. Mas o estímulo, avaliam analistas, deverá ser menor que o esperado pelo mercado, que o avaliava em US$ 2 por bushel. “Eu não acredito que os pagamentos chegarão a tal patamar. Os detalhes são desconhecidos neste momento”, disse analista Karl Setzer, da consultoria Agrivisor.

Em Chicago, a quebra de expectativa gerou um movimento generalizado de realização de lucros, levando os contratos de soja, com vencimento em agosto, caírem mais 0,87% – 7,25 centavos de dólar.

Segundo um executivo de uma grande trading, como muitos produtores estão com problemas para plantar milho por causa de adversidades climáticas e a janela de semeadura do cereal está se fechando, a soja poderá ser uma boa opção. Nesse caso, a tendência é de aumento da pressão sobre as cotações internacionais.

Fonte: Valor Econômico.

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