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EUA: confira planejamento sobre remoção gradativa do uso de alguns antibióticos em fazendas

Em um esforço para resolver potenciais resistências a antimicrobianos que geram preocupação em humanos, a Administração para Alimentos e Drogas dos Estados Unidos (FDA) emitiu diretrizes para estender a inspeção veterinária e remover gradativamente o uso sub-terapêutico de antibióticos que são importantes na medicina humana e na produção de animais para propostas de promoção de crescimento. As novas diretrizes serão implementadas durante um período de transição de três anos.

Historicamente, certos antibióticos têm sido usados em alimentos ou na água dos animais de produção com o objetivo de impulsionar essa produção. Alguns desses antimicrobianos também são usados para tratar infecções humanas, gerando, dessa forma, preocupações sobre a potencial contribuição dessa prática afetando a resistência antimicrobiana. O Guidance 213 pede que as companhias farmacêuticas revisem voluntariamente os rótulos aprovados pelo FDA para mudar as regulações do Veterinary Feed Directive o status de venda livre das restantes utilizações terapêuticas apropriadas requerendo supervisão veterinária quando usados para tratar, controlar ou prevenir questões de saúde em animais.

A diretora do Centro para Medicina Veterinária do FDA, Bernadette Dunham, disse que os passos tomados pelo FDA promoverão o uso criterioso de importantes antimicrobianos para proteger a saúde humana enquanto garantem que animais doentes ou em risco recebam o cuidado que precisam.

“Implementar essa estratégia é um passo importante para resolver a resistência antimicrobiana. O FDA está alavancando a cooperação da indústria farmacêutica para voluntariamente fazer essas mudanças, porque acreditamos que essa abordagem é a forma mais rápida de alcançar essa meta”, disse o comissário para Alimentos e Medicina Veterinária do FDA, Michael Taylor.

Em um comunicado de imprensa, a Zoetis demonstrou apoio às diretrizes do FDA: “A Zoetis apoia os esforços do FDA para voluntariamente remover as indicações de promoção de crescimento para antibióticos importantes na medicina em animais de produção. A Zoetis planeja implementar as direteizes #209 e #213 e já tomou algumas atitudes. Isso reflete nosso compromisso contínuo com a administração de antibióticos e representa muitas formas da Zoetis promover o uso responsável de drogas antimicrobianas em animais”.

“Acreditamos que os veterinários deveriam se envolver nas decisões sobre o uso de antibióticos em animais de produção pela saúde do animal e para a segurança da cadeia de fornecimento de alimentos. Apoiamos as revisões do Veterinary Feed Directive (VFD) para guiar veterinários e produtores na forma como administram a saúde e o bem-estar dos animais”.

A Associação Americana de Medicina Veterinária (AVMA) disse que estava satisfeita porque suas recomendações ao FDA sobre essa questão tenham sido refletidas no guia final. “A AVMA vem há muito tempo defendendo que uma supervisão maior de veterinários do uso de antimicrobianos na fazenda é benéfico para a saúde de humanos e animais”, disse o presidente da AVMA, Clark Fobian. “A AVMA está pronta para dar assistência ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e à FDA em seus esforços de comunicação com os membros da indústria à medida que transitamos da longa história desses aditivos sendo disponibilizados livremente ao novo programa VFD”.

O Instituto de Saúde Animal também apoiou as ações do FDA e disse que essa política cumpre com um requerimento feito por grupos que defendem a saúde pública em julho de 2009, em uma carta enviada à Casa Branca. “As companhias de saúde animal têm apoiado essa política desde que foi anunciada em 2012 e continuará trabalhando com o FDA nessa implementação.

O uso responsável de antibióticos para manter os animais de produção saudáveis traz benefícios para a saúde pública. Animais saudáveis representam o primeiro elo na cadeia de alimentos seguros. Outras questões nessa cadeia incluem a redução de bactérias patogênicas em passos críticos no processamento e na boa higiene alimentar através do manejo seguro e do cozimento de carnes vermelhas e brancas. O uso responsável de antibióticos por produtores rurais e veterinários para manter os animais de produção saudáveis no começo da cadeia de alimentos seguros ajuda toda a cadeia a produzir produtos mais seguros.

A Associação Nacional de Produtores de Carne dos Estados Unidos (NCBA) também respondeu rapidamente, reafirmando o compromisso da associação com a saúde animal e se comprometendo a revisar as diretrizes e o trabalho com o FDA no futuro. “Os produtores de bovinos trabalham lado a lado com seus veterinários e os especialistas em saúde animal todo dia para implementar amplos planos de manejo da saúde do rebanho, que incluem o uso de antibióticos para prevenção, controle e tratamento de doença em seus animais. A medicina preventiva é o fundamento para a manutenção do rebanho bovino saudável dos Estados Unidos”, disse o presidente da NCBA, Scott George.

A NCBA cuidadosamente revisará esse guia para garantir que o FDA resolva as preocupações dos produtores de bovinos e tenha baseado esses documentos em ciência embasada e revisada. A resistência a antimicrobianos é uma questão extremamente complexa e multifacetada que não pode ser adequadamente resolvida somente focando no uso de drogas antimicrobianas na pecuária. Somente uma avaliação cuidadosa da resistência antimicrobiana de uma forma ampla que avalia toda a pesquisa científica revisada relacionada a todos os usos animais e humanos efetivamente resolveremos esse assunto importante.

A cientista chefe do Instituto Americano de Carnes (AMI), Betsy Booren, ficou satisfeita com a publicação do Guindance 213 e a VFD proposta. “O AMI apoia fortemente o uso prudente e criterioso de antibióticos em animais de produção sob cuidados de veterinários, como definido pela Associação Americana de Medicina Veterinária, que é consistente com a proteção da saúde animal e humana, garantindo a capacidade de tratar os animais na medicina e manter o mais alto padrão de práticas de bem-estar animal e acreditamos que o Guindance 213 adere a esses princípios”.

Fonte: Revista Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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