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EUA: carne moída pode ter preço recorde em 2013

quinta-feira (23). Apesar dos relatos de condições de seca em grande parte dos Estados Unidos, os abates de bovinos de corte até agora nesse ano continuam abaixo dos níveis do ano anterior, disse Steiner.

Analistas do mercado pecuário pelo mundo estão começando a prever preços recordes de carne moída nos Estados Unidos no próximo ano, à medida que o atual ciclo de altos abates doméstico de vacas direcionados pela seca começa a cair. O especialista Len Steiner, da Steiner Consulting, citou a probabilidade de preços recordes em 2013 em seu sumário semanal lançado na última quinta-feira (23). Apesar dos relatos de condições de seca em grande parte dos Estados Unidos, os abates de bovinos de corte até agora nesse ano continuam abaixo dos níveis do ano anterior, disse Steiner.

As ofertas de gado de corte estão atualmente cerca de 3% menores que no ano anterior, embora os abates de gado leiteiro tenham aumentado nas últimas semanas, à medida que os produtores de leite enfrentam altos preços do milho e da soja. Embora os abates de gado de corte nos Estados Unidos em algumas áreas continuem altos, especialmente nas Grandes Planícies, os produtores em outras áreas não estão vendendo vacas, disse Steiner. Entretanto, outubro e novembro continuam sendo essenciais para abates de bois nos Estados Unidos e como os abates se desenvolverão nas próximas semanas determinará o que ocorrerá no restante do ano. “Continuamos extremamente preocupados que, considerando a escassez de carne bovina magra e extra magra no mercado dos Estados Unidos e a previsão de menos gados para abate na primeira metade de 2013, o preço da carne moída magra e extra magra possa alcançar novos recordes”.

Os exportadores australianos disseram ao Beef Central na semana passada que houve um aumento nas importações de carne moída pelos Estados Unidos na última quinzena, particularmente de carnes magras como 90CL (90% carne, 10% gordura) e 95CL (95% carne, 5% gordura), em termos de dólares americanos. Uma fonte disse que os preços aumentaram entre 3-4% na 95CL, comparado com o que eram na quinzena anterior.

A principal razão é que a carne bovina doméstica 50CL está muito barata, disse ele. A carne bovina doméstica 50CL está atualmente sendo comercializada em cerca de 50% a menos do que era no ano passado. Nos anos anteriores, uma boa porção dos retalhos de gordura da carcaça processada era utilizada na produção de carne bovina magra de textura fina (Lean Finely Textured Beef – LFTB), mas com 75% da capacidade de processamento de LFTB nos Estados Unidos agora inativos por causa dos boicotes de operações de varejo e foodservice, existe uma abundância de retalhos de gordura de carne bovina no mercado aberto. O que isso significa é que a carne processada australiana 95CL agora tem uma atração maior, por causa de sua capacidade de ser misturada com o retalho doméstico de gordura para produzir o hambúrguer típico de 75-77CL.

O exportador australiano, Stewart Hanna, diretor da Sanger Austrália.disse que os atuais preços oferecidos para 95CL são de cerca de 215 centavos de dólar americano por libra ou 474 centavos por quilo, CIF, e a 90CL está em torno de 202 centavos por libra (445 centavos de dólar por quilo). Mas daí, houve um recuo realmente grande para a 85CL, pelas razões explicadas acima.

Porém, embora tenha havido certo movimento na carne magra, Hanna disse que o mercado dos Estados Unidos ainda está “nervoso” e, assim como ocorreu em 2008 quando o mercado de carne bovina subiu para mais de US$ 2/libra (US$ 4,4/Kg), as pessoas se tornaram muito cautelosas com suas compras, porque não querem ser pegas. “Ninguém quer ficar segurando o estoque caro se os preços tenderem a mudar. Junto com linhas de crédito escassas, os compradores dos Estados Unidos não estão trabalhado com muito estoque”.

Esse problema visto anteriormente, da relutância entre os operadores dos Estados Unidos em comprar adiantado, agora começou a diminuir, devido à ideia de que as atuais altas taxas de abates de bovinos nos Estados Unidos começará a declinar nos próximos dois meses, reduzindo a oferta de carne bovina processada magra”, disse Hanna. Os prolongados abates de gados significam que a previsão em médio e longo prazo para a produção doméstica dos Estados Unidos não parece forte.

Questionado se a situação da oferta/demanda nos Estados Unidos no próximo ano provavelmente testará o pensamento convencional de limites de preços da carne moída (como sugerido pelo analista Len Stiner em sua parte anterior a esse relatório), ele concordou que isso era provável. “A outra razão pela qual poderíamos testar esses limites superiores é que, de repente, as proteínas competidoras da carne de frango e de porco estão sob enorme pressão nos Estados Unidos devido à queda na colheita de milho. De repente, as proteínas competidoras mais baratas não parecem tão baratas e isso deve ajudar na causa da carne bovina em pressionar os limites superiores de preços, em uma situação de oferta muito limitada”.

Um dos freios no consumo de carne bovina nos Estados Unidos no continente durante o verão que terminou tem sido as temperaturas excessivamente quentes, disse Hanna. Grande parte da atenção no mercado dos Estados Unidos continua focando na situação do clima no cinturão de produção de milho e nas previsões para uma forte redução na produção de milho nesse ano.

Os contratos futuros do milho nos Estados Unidos aumentaram muito nas últimas semanas, com os contratos de referencia para dezembro sendo comercializados na semana passada em mais de US$ 8/bushel. Isso é 50% a mais do que em junho. Alguns produtores no cinturão do milho do leste  passaram por uma perda total da colheita. Esse tipo de rendimento deverá gerar 10,8 bilhões de bushels de milho, 2 bilhões a menos que o projetado pelo USDA em julho e 4 bilhões de bushels a menos do que as previsões feitas há apenas dois meses.

A reportagem é do Beefcentral.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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