Sob grande expectativa do mercado, a JBS divulgará hoje o resultado do trimestre mais turbulento de sua história. Considerando a média das estimativas de BTG Pactual, Citi, Itaú BBA e UBS, a JBS teve lucro líquido de R$ 459 milhões de abril a junho.
Se confirmado, será um resultado inferior ao do mesmo período de 2016 (R$ 1,5 bilhão), mas o ganho bilionário daquele período foi alavancado por uma variação cambial de cerca de R$ 2,5 bilhões.
Em relatório, os analistas Thiago Duarte e Vito Ferreira, do BTG Pactual, dizem que os “sólidos” resultados nos EUA nas três principais proteínas – bovinos, frangos e suínos – “mais que compensam” a queda dos abates de gado no Brasil e o “impacto reputacional” da delação.
Também nos EUA, a subsidiária Pilgrim’s Pride, de carne de frango, surpreendeu os analistas. Listada na Nasdaq, a empresa controlada pela JBS teve lucro líquido de US$ 233,6 milhões, 52% a mais que em igual intervalo de 2016. A margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em 18,7%, ante 13,9% um ano antes.
Conforme os analistas Alexander Robarts e Marcelo Inoue, do Citi, o resultado da Pilgrim’s ficou acima do esperado, refletindo as exportações aquecidas nos EUA e a demanda americana mais forte no verão, com a “temporada de churrasco”.
Nesse contexto positivo nos EUA, a média das estimativas de BTG, Citi, Itaú e UBS para o Ebitda consolidado da JBS ficou em R$ 3,4 bilhões, 19% acima dos R$ 2,8 bilhões do segundo trimestre de 2016.
Assim, a margem Ebitda consolidada da JBS deve ficar entre 8,5% e 9%, segundo os analistas. Entre abril e junho, a margem foi de 6,6%. A média para a receita líquida da JBS está em R$ 40,6 bilhões, uma redução de 7% em relação ao segundo trimestre do ano passado.
Para o Brasil, que representa 25% das vendas da JBS , os analistas trabalham com um cenário de recuperação da Seara. Para os analistas Antonio Barreto e Thomas Budoya, do Itaú BBA, a queda de 31,5% dos preços do milho ao longo deste ano favorecem as margens da Seara, que sofreu muito com o milho caro em 2016.
Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.