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Estudo mensura retorno de aposta em soluções digitais

Inovar é correr riscos. E, embora não se tenha dúvida de que esse é o caminho para fomentar grandes transformações no agronegócio, um estudo da consultoria McKinsey com 100 empresas que atuam em segmentos que vão de proteção de cultivos a equipamentos nos Estados Unidos mostrou que menos de 40% delas – que vêm investindo em tecnologias digitais para o campo ao longo dos últimos 20 anos – acreditam que tiveram retorno financeiro positivo com isso. Maduro, esse mercado naquele país serve de referência para outras potências agrícolas, como o Brasil.

De acordo com os resultados do estudo, o percentual de sucesso das empresas variou de acordo com os diferentes ramos. O de equipamentos teve o pior desempenho (22%), enquanto o de sementes e proteção de cultivos, o melhor (42%). No meio do caminho ficaram segmentos como varejo e distribuição de insumos (36%) e fertilizantes.

Conforme os autores, três fatores foram cruciais para o desempenho das companhias, que são em boa parte multinacionais. Foram eles: atenção da diretoria à agenda digital, estratégia de negócios clara para novos lançamentos e investimentos em escala. Na missão de priorizar essas tarefas, 67% das empresas falharam em implementar pelo menos duas ou todas elas. Das companhias que tiveram sucesso, 55% receberam forte apoio da diretoria e 17% um apoio mínimo ou limitado para fazer suas ideias rodarem. Apenas 55% revelaram ter uma estratégia de negócios, enquanto 20% não tinham sequer um plano desenhado ou tinham somente um esboço mínimo dele. Entre essas mesmas companhias – as bem-sucedidas -, 42% investiram mais de US$ 100 milhões na estratégia digital ao longo dos últimos cinco anos.

O gargalo parece estar, conforme o estudo, na falta de preparo e planejamento para lidar com os produtos digitais. Mas, diante da constatação de que até mesmo empresas com todos os ingredientes na mesa para fazer uma boa limonada não tiveram sucesso na extração do melhor de suas estratégias, uma hipótese considerada é também que pode ter faltado a prova de conceito para os produtos digitais ou teste de múltiplas abordagens de cobrança pelas soluções.

A forma de geração de caixa mais adotada foi baseada na coleta de dados digitalmente para conversão de novos negócios (44%), um modelo indireto de captação de recursos. Outro modelo popular entre as companhias pesquisadas pela McKinsey foi o de cobrança de uma tradicional taxa fixa pelo serviço, ou de uma assinatura com valor proporcional à área de prestação do serviço (36%). A oferta gratuita de ferramentas (25%) associada a produtos do potfólio, com o intuito de ampliar vendas ou reter clientes, foi a menos utilizada.

O estudo da consultoria conclui que para avançar no processo de transformação digital é preciso, entre outras coisas, definir metas e monitorá-las, além de estabelecer planos que tenham escalabilidade, colocando os projetos nas mãos de equipes focadas na sua realização, com talento para atuar com o digital e agilidade na forma de trabalhar. “A agricultura está pronta para a reinvenção digital e, com a abordagem certa, as empresas ao longo de toda a cadeia podem agregar valor extraordinário aos seus investimentos”, afirmam os autores do trabalho

Fonte: Valor Econômico.

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