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Estudo: carne bovina magra pode contribuir para uma dieta saudável para o coração

É possível manter os níveis de gordura saturada controlados e porções de carne bovina magra sob controle, incorporando-a uma dieta saudável para o coração e ainda ver reduções iguais às que se obtêm com carne branca e peixe, diz pesquisador.

A carne bovina magra pode contribuir com uma dieta saudável para o coração da mesma forma que as carne brancas magras podem, de acordo com pesquisadores da área de nutrição. A chamada dieta DASH – Abordagens Dietéticas para Parar com a Hipertensão, na sigla em inglês – é atualmente recomendada pela Associação Americana do Coração para reduzir o colesterol e os riscos de doenças cardíacas. Pessoas que seguem a dieta DASH são estimuladas a consumir carne de peixe e frango, e menos carne bovina.

De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC, sigla em inglês), cerca de 26% das mortes de americanos são causadas por doenças cardíacas. “A dieta DASH é atualmente o padrão para recomendações de dietas contemporâneas”, disse o consultor em nutrição, recentemente graduado Ph.D pela Universidade do Estado da Pensilvânia, Michael Roussell.

“A dieta DASH enfatiza alimentos de proteína vegetal, carnes brancas, peixe e pequenas quantidades de carne bovina magra. Os consumidores frequentemente interpretam que isso significa que a carne vermelha é restrita em uma dieta saudável. Nossa pesquisa está mostrando que se você pode manter seus níveis de gordura saturada controlados e porções de carne bovina magra sob controle, pode incorporar a carne bovina magra em uma dieta saudável para o coração e ainda ver reduções iguais às que se obtêm com carne branca e peixe”.

Roussell trabalhou com Penny Kris-Etherton, professor de nutrição da Universidade da Pensilvânia, além de outros colegas, para testar três dietas que eram igualmente baixas em gordura saturada para ver se havia diferenças nos níveis de colesterol ao final de cada período de teste. Eles reportaram seus resultados na última edição do American Journal of Clinical Nutrition.

Eles testaram a dieta DASH, bem como a dieta BOLD – Carne Bovina em uma Dieta Magra Ótima – e a BOLD+ – Carne Bovina em uma Dieta Magra Ótima mais proteína adicional. A proteína adicional na dieta BOLD+ incluiu mais carne bovina, bem como outras fontes de proteína como grãos de soja e queijo cottage.

A dieta controle, chamada de dieta saudável americana, consistia de 12% de gordura saturada por dia – duas vezes a gordura saturada incluída nas três dietas testes – e 20 gramas de carne bovina. A dieta DASH incluía 28,35 gramas de carne bovina, com a dieta BOLD tendo 113,4 gramas de carne bovina por dia e a BOLD+ tendo 153 gramas de carne bovina.

O estudo começou com 42 pessoas que tinham níveis elevados de lipoproteína de baixa densidade (LDL), ou o “mau colesterol”. Trinta e seis pessoas completaram o estudo e todos mantiveram seu peso corpóreo durante o período do estudo. Cada participante consumia cada uma das quatro dietas por cinco semanas. Eles tiveram uma semana ou duas entre cada dieta para comer o que desejassem. Foram tiradas amostras de sangue no começo e no fim de cada período do estudo. As pessoas foram aleatoriamente distribuídas na ordem pela qual receberiam cada dieta.

Em média, os participantes tiveram uma redução no colesterol total e no colesterol LDL nas três dietas diferentes. O colesterol total caiu 4% para pessoas na dieta BOLD e na dieta DASH, enquanto as pessoas com a dieta BOLD+ tiveram uma redução de cerca de 5% no colesterol total. O colesterol LDL caiu 5% para os que estavam consumindo a dieta BOLD, e cerca de 4,5% para os com a dieta BOLD+, além de quase 6% para os que seguiam da dieta DASH.

“Pelo que sabemos, esse foi o primeiro estudo de consumo controlado que mostrou um aumento no consumo de carne bovina magra enquanto controlava a gordura saturada em um contexto de dieta saudável para o coração associado com reduções significantes no colesterol LDL”, disseram os pesquisadores.

A reportagem é do site Onlinenews.com.pk, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

3 Comments

  1. JOSE FRANCISCO SOARES ROCHA disse:

    Que a turma do nelore saiba tirar proveito!!!

  2. Eduardo da Rocha Leão disse:

    Num mundo cada vez mais COMPETITIVO, onde a SUSTENTABILIDADE tornou-se primordial à sobrevivência dos seres humanos e a palavra de ordem é SAÚDE, pricipalmente de forma PREVENTIVA, já que a LONGEVIDADE aumentada, a cada década que se passa, só é positiva quando acompanhada de QUALIDADE de VIDA, finalmente chegam as COMPROVAÇÕES CIENTÍFICAS de que a CARNE BOVINA É SAUDÁVEL SIM, MAS DESDE QUE MAGRA (light), principalmente em países de clima tropical como o nosso Brasil, onde as altas temperaturas combinam menos ainda com excesso de gordura !

    As palavras propositadamente enfatizadas por letras maiúsculas, servem como um convite para reflexão, à todos nós pecuaristas brasileiros, que durante séculos fomos induzidos à produção de bovinos que contrariam os modernos e salutares conceitos intrínsicos neste artigo, o qual aproveito parabenizar a Equipe BeefPoint por sua publicação.

    Excesso de gordura jamais foi saudável. Quem gosta são alguns dos nossos frigoríficos que ainda não se modernizaram, para realizar o correto resfriamento das carcaças, de forma mais lenta, em diversas etapas, como ocorre nos países de maior tradição gourmet do mundo, como a França e a Itália, famosos por suas deliciosas carnes magras.

    Aqui, algumas indústrias ainda insistem em cobrar do produtor uma excessiva camada de gordura (que na maioria das vezes o próprio consumidor final, ao fazer suas compras de carne, solicita a sua retirada antes da pesagem, talvez sem saber que esta foi a parte mais cara para o pecuarista produzir, já que está ligada ao consumo de energia), pois estes querem que as carcaças sejam de uma só vez congeladas, servindo a tal camada de gordura como uma proteção contra o fatídico escurecimento, que poderia ser confundido visualmente com putrefação.

    E, como se isto ainda não fosse o suficiente, temos assistido o surgimento de alguns nichos de mercado, que na tentativa de sobrevalorizarem seus produtos, chegam à antítese da comprovação médica trazida pelo referido artigo, ao chamar de melhor carne do mundo a que possui um maior marmoreio, ou seja, maior quantidade de gordura entremeada nas fibras, portanto, impossível de ser retirada antes de seu consumo humano. Como diria o narrador esportivo Milton Leite: "Que faaaase, hein !"      

  3. Eduardo da Rocha Leão disse:

    É isso aí meu amigo. Chegou a hora e a vez da carne magra (light) SAUDÁVEL .

    E, se cruzando Blonel x Nelore, melhor ainda são os resultados, também já comprovados científicamente ! (confiram acessando o Site: http://www.blonel.org.br).

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