Mercado Físico da Vaca – 16/02/09
16 de fevereiro de 2009
Mercados Futuros – 17/02/09
18 de fevereiro de 2009

Estratégias de controle na Babesia Bovina

A babesiose bovina é uma enfermidade produzida por protozoários intracelulares do gênero Babesia e transmitida principalmente por carrapatos da família Ixodidae. No Brasil, a babesiose bovina e o seu vetor, o carrapato Boophilus microplus, são responsáveis por prejuízos anuais de aproximadamente dois bilhões de dólares à pecuária. O impacto econômico é conseqüência das perdas diretas como a mortalidade, redução na produção de carne e leite, e também das perdas indiretas como a aplicação de medidas de controle.

A babesiose bovina é uma enfermidade produzida por protozoários intracelulares do gênero Babesia e transmitida principalmente por carrapatos da família Ixodidae. No Brasil, a babesiose bovina e o seu vetor, o carrapato Boophilus microplus, são responsáveis por prejuízos anuais de aproximadamente dois bilhões de dólares à pecuária. O impacto econômico é conseqüência das perdas diretas como a mortalidade, redução na produção de carne e leite, e também das perdas indiretas como a aplicação de medidas de controle.

A babesiose ocorre freqüentemente devido às práticas de manejos instituídas no sistema de criação, como o uso de instalações “Free Stall”, determinados tipos de bezerreiros e principalmente em importações de animais de áreas livres de hemoparasitos, para melhoramento genético bovino. Essa realidade faz com que quase todas as regiões do país tenham sérios problemas relacionados com a instabilidade enzoótica e preocupem-se em estabelecer programas sanitários visando à racionalização do controle do carrapato, integrando-o ao controle das doenças que transmite.

Figura 1. Babesia bigemina (100x). Esfregaço sanguíneo corado em Giemsa

Figura 2. Exemplar de Boophilus sp.

Febre, prostração, falta de apetite, anemia, parada da ruminação e queda da produção de leite podem ser observados em animais doentes. No entanto, o diagnóstico pelos sinais clínicos é apenas de suposição, pois estes sinais são comuns a outras doenças. Para confirmar o diagnóstico clínico é importante se fazer um diagnóstico laboratorial específico, identificando os agentes em lâminas delgadas de sangue coradas e observadas ao microscópio, no entanto, em virtude da dificuldade de encontrar protozoários em esfregaços de sangue na fase subclínica da doença, procurou-se fazer uso de outros testes diagnósticos como os métodos sorológicos RIFI e ELISA ou moleculares como o teste de PCR.

Aspecto clínico de animais com babesiose

O tratamento da babesiose visa a destruição dos protozoários no paciente e os medicamentos mais indicados são freqüentemente o cetuarato de diminazeno, dipropionato de imidocarb, diisetionato de amicarbalida, fenamidina e destes, o imidocarb apresenta um efeito mais prolongado devido a sua lenta metabolização, protegendo por um período mais longo embora suas ações colaterais sejam também mais severas.

A profilaxia se baseia principalmente em quatro estratégias que visam ao combate aos carrapatos. A primeira é através de carrapaticidas usados em banhos de imersão levando-se em consideração a dose e concentração corretas, fazendo-se sempre o rodízio do princípio ativo afim de que seja evitada a resistência por parte dos carrapatos; a segunda é a premunição, que é a exposição do animal ao agente, seguidos de correto tratamento para que sejam ativadas as células de defesa; a terceira é a vacinação utilizando-se protozoários vivos, apesar de esta técnica apresentar a desvantagem de muitos animais morrerem devido a infecção causada pela vacina ou pela intoxicação através do babesicida usado para controlar uma possível superinfecção, valendo lembrar que os esquemas de vacinações geralmente são feitos com vacinas atenuadas que contêm parasitas menos virulentos e incapazes de infectar os carrapatos vetores, estas fazem com que os animais fiquem menos expostos a infecção, ou ainda podem ser feitos com vacinas mortas, estas já um pouco desacreditadas em virtude de sua fraca imunogenicidade; e a quarta estratégia é a quimioprofilaxia através de drogas como o imidocarb que possuem um efeito residual que permite ao animal adquirir a infecção de forma mais branda a proporção que a ação da droga vai diminuindo.

Desta forma, o controle e erradicação do problema, sob uma visão econômica requer medidas diferentes para soluções diversas, apoiando-se principalmente no controle do vetor seguido de outras estratégias que são apenas parcialmente eficazes, além de dispendiosas de tempo e dinheiro.

Referências bibliográficas

ARTECHE, C.C.P. Imunoprofilaxia da Tristeza Parasitária Bovina (TPB) no Brasil. Uso de cepas atenuadas de Babesia spp. e de cepa heteróloga de Anaplasma. A Hora Veterinária, n. 66, p. 39-42, 1992.

GRISI, L.; MASSARD, C.L.; MOYA-BORJA, G.E. et al. Impacto econômico das principais ectoparasitoses em bovinos no Brasil. A hora Veterinária, n. 125, p. 8-10, 2002.

KESSLER, R.H.; SCHENK, M.A.M. Diagnóstico parasitológico da tristeza parasitária bovina. In: KESSLER, R.H.; SCHENK, M.A.M. (ed.) Carrapato, tristeza parasitária e tripanossomose dos bovinos. Campo Grande: EMBRAPA Gado de Corte, 1998. p. 81-90.

LIMA, J.D. Premunição: uma alternativa para o controle da tristeza parasitária. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 7, 1991, São Paulo. Anais… São Paulo: CBPV, 1991. p. 39 – 43.

RADOSTITS, K. W.; HINCHCLIFF, D. C.; BLOOD, C. C.; GAY,O. M.. Clínica Veterinária: Um Tratado de Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos. 9ª Edição. Guanabara Koogan, p. 1152- 1163, 2002.

0 Comments

  1. Nelma Rezende Leles Martins disse:

    Boa tarde,

    Já há algum tempo que assisti pela televisão uma reportagem que referia o desenvolvimento de uma vacina para bovinos contra carrapatos, desenvolvida pela embrapa.
    Gostaria de saber em que estágio se encontra esta vacina, e de que forma ela proteje o rebanho.
    Agradeço desde já pela atenção e aguardo a resposta
    Atenciosamente
    Nelma

  2. Thales dos Anjos de Faria Vechiato disse:

    Caras colegas,

    Parabéns pelo artigo.

    Gostaria apenas de acrescentar que para fins diagnósticos por meio de esfregaço sanguíneo, o sangue deverá ser preferencialmente coletado de vasos das extremidades como as veias da cauda ou das orelhas.

    Uma vez peguei dois casos de babesiose durante minha residência na FMVZ/USP onde foram encaminhados 2 bovinos holandeses sem nenhum tipo de premunição prévia, sendo que um deles teve um quadro superagudo com ataque fulminante durante seu desembarque, morrendo em poucos minutos!

    Realmente o sucesso desta enfermidade está na prevenção, uma vez que o tratamento no rebanho sai caro dependendo do número de animais acometidos.

    Sucesso em suas vidas!

    Abraço,

    Thales

  3. Cristiano de Vargas Oliva disse:

    Parabéns, babesia tem que previnir mesmo. Um enorme sucesso para vocês

plugins premium WordPress