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Estoques menores que os estimados nos EUA valorizam soja e milho

Estoques menores que os estimados por analistas nos Estados Unidos e previsões de exportações americanas mais firmes prometem dar algum fôlego às cotações de soja e milho na bolsa de Chicago nas próximas semanas. Esses grãos são os mais cultivados no Brasil, que lidera os embarques globais da oleaginosa e é o segundo maior exportador do cereal do mundo, atrás dos EUA.

De acordo com levantamento divulgado ontem pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), no dia 1º de setembro os estoques de soja do país somavam 24,85 milhões de toneladas. Embora o volume seja 108% superior ao registrado um ano antes, por causa da queda das vendas dos EUA à China em meio às disputas comerciais entre os dois países, a estimativa média de um grupo de analistas consultados na semana passada pelo “The Wall Street Journal” indicava 26,67 milhões de toneladas.

Em larga medida, o volume divulgado foi menor que o esperado graças a uma revisão para baixo feita pelo USDA sobre a colheita americana do ano passado – o corte foi de 3,16 milhões de toneladas, para 120,51 milhões. Com a “surpresa”, a oleaginosa registrou forte alta na bolsa de Chicago. Os contratos futuros para janeiro, que ocupam a segunda posição de entrega, subiram 2,5% e fecharam o pregão de ontem cotados a US$ 9,1950 o bushel (medida equivalente a 27,2 quilos).

Esse valor é 3,2% superior à média alcançada pelos contratos de segunda posição em setembro – US$ 8,9081 por bushel, conforme cálculos do Valor Data. E a média foi 2,92% maior que a de agosto e 5,21% superior à de setembro de 2018, mas as bases de comparação não são animadoras. Daí porque analistas acreditam que há espaço para uma escalada mais concreta, desde que as “compras amigáveis” da China, sem a tarifa de 25% imposta por Pequim à soja dos Estados Unidos, continuem.

Essa expectativa já havia levado os fundos especulativos a reduzirem suas apostas na queda da soja em Chicago na semana encerrada no dia 24 de setembro, como mostrou a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), e o movimento, agora, poderá ganhar força.

No caso do milho, o levantamento de ontem do USDA apontou para estoques de 53,6 milhões de toneladas em 1º de setembro, 1,4% menos que um ano antes e volume 13,4% inferior à média do que previa o grupo de analistas consultado pelo “The Wall Street Journal” (61,88 milhões). “Apesar da oferta abundante de sorgo e trigo baratos e dos erros estatísticos de relatórios anteriores, o volume divulgado foi surpreendentemente baixo”, avaliou o site americano de análises Farm Futures.

Na bolsa de Chicago, a reação também foi forte. Os contratos futuros de segunda posição de entrega (março de 2019) subiram 4,1% e encerraram a sessão a US$ 3,9950 por bushel (25,2 quilos) acima da média de setembro, que atingiu US$ 3,7415 por bushel, conforme o Valor Data, em queda de 2,92% ante agosto e alta de 2,57%% sobre setembro de 2018.

Como no caso da soja, os fundos especulativos que atuam no mercado de milho em Chicago também já haviam reduzido as apostas na baixa do cereal na semana até 24 de setembro, como apontou o CFTC. E como no caso da soja, essa redução refletiu uma expectativa de elevação das exportações dos EUA, além de uma previsão meteorológica adversa para plantações do país, que estão começando a ser colhidas.

Na bolsa de Nova York, as cotações das soft commodities cujas exportações mundiais são lideradas pelo Brasil também continuam em patamares considerados baixos. Conforme o Valor Data, o valor médio dos contratos de segunda posição de entrega do açúcar voltou a recuar em agosto. Café, suco de laranja e algodão subiram, mas pouco.

Fonte: Valor Econômico.

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