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Estados Unidos manteriam 35 mil toneladas da cota de 481

A União Europeia estaria concordando nesta semana em dar aos Estados Unidos 35.000 toneladas de carne bovina sob a cota 481, adicionando mais incerteza aos agricultores e fornecedores terceirizados que acessam a cota.

As restantes 10 mil toneladas da cota – que tem tarifa zero – seriam distribuídas entre os demais fornecedores, onde a Austrália e o Uruguai aparecem como os principais fornecedores de cortes em cada janela de carregamento trimestral. Os governos da Austrália e do Uruguai estão trabalhando juntos nessa questão para evitar perder o acesso à cota.

De acordo com o Valor Adicionado, baseado em declarações do correspondente da Radio Carve na União Europeia, Tomás Friedmann, a União Europeia estaria consultando os terceiros fornecedores nos próximos dias, embora tenha admitido que “não há nada de concreto”.

A cota 481 nasceu no litígio da carne com hormônios entre os Estados Unidos e a União Europeia e posteriormente, ante as reivindicações, abriu-se para terceiros fornecedores e é para carne produzida com grãos.

“A notícia já era esperada”, admitiu Álvaro Ferrés, presidente da Associação Uruguaia de Produção Intensiva de Carne Natural (Aupcin). Se a perda dessas 35.000 toneladas for materializada, “terá um impacto na produção e exportação de carne para a União Europeia e nos atingirá muito”.

Os detalhes ainda não são conhecidos, nem quais ações políticas serão tomadas. Mesmo o Uruguai e a Austrália, que são os mais afetados se perderem a maior parte da cota, poderiam recorrer à Organização Mundial do Comércio se nenhuma compensação de impacto for dada.

Ferrés reconheceu que conseguir um mercado alternativo como o da Cota 481 “será muito difícil. É um mercado que não tem tarifas e tem vantagens. Será difícil obter um destino que compre tanto volume de cortes de um único animal e, ao mesmo tempo, competirá em outros mercados, com fornecedores que tenham alguma vantagem geográfica, como a Austrália na China ou o mercado asiático”.

O Uruguai está vendendo a cota 481 a uma média de US$ 9.400 por tonelada, portanto, além de não ter um mercado substituto, o impacto econômico será tremendo. No primeiro trimestre (julho-setembro) do ano agrícola de 2018-19, 3.568 toneladas foram colocadas a US $ 9.441 por tonelada.

Note-se que de janeiro até o mês passado, o Uruguai exportou 2.399 toneladas para a União Europeia (dados do INAC), o mercado onde estão os cortes de maior valor. As vendas para esse mercado foram reduzidas e, em grande parte, porque não era mais possível entrar com os cortes de 481 nos embarques de carne correspondentes ao trimestre atual e o próximo com início em janeiro de 2019.

Agora, além das moedas e que a cota 481 tem tarifa zero, essa cota estimula a pecuária, valorizando a reposição – junto com a exportação de gado vivo – e integra a agricultura à pecuária, porque se baseia em um animal de maior peso e melhor acabamento que entra no curral e sai bem acabado.

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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