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Estado do Paraná mantém programação para ser livre de aftosa sem vacinação

Mesmo diante da grave crise sanitária causada pela pandemia que assola o mundo, o Paraná mantém a programação para conquistar o status de “Estado Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação”. O título permitirá ao setor agropecuário paranaense ampliar mercados e é considerada pelo governador Ratinho Junior como essencial para impulsionar a retomada econômica pós-coronavírus.

A expectativa é que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) chancele a nova condição paranaense em maio de 2021, em um evento na sede da entidade (em Paris). “Tenho certeza de que esse reconhecimento vai resultar na criação de muitos empregos, já que os produtores do Paraná terão condições de acessar mercados mais disputados. Isso fortalece a nossa indústria e também o comércio exterior”, afirmou o governador.

De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), até a primeira quinzena de maio, 50.739 cargas foram fiscalizadas nos 33 postos de trânsito agropecuário nas divisas com os estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Do total de averiguações, cerca de 20% (10.102) foram em carregamentos de animais. A medida atende a Instrução Normativa 37, da Secretaria de Defesa Agropecuária, órgão do MAPA, que determinou a proibição de ingresso e incorporação de animais vacinados contra a febre aftosa no Estado do Paraná. O texto foi publicado em 30 de dezembro do ano passado.

Como parte do protocolo, o Paraná já foi dispensado da vacinação, que normalmente ocorria em novembro. Também por determinação do Ministério da Agricultura foi proibida a manutenção e uso de vacina em território paranaense.

Planejamento

O secretário estadual da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, explicou que o número de fiscalizações se manteve estável mesmo nos meses de maior incidência do coronavírus no Paraná, como março e abril. “Apesar da pandemia, estamos mantendo tudo o que foi planejado com o foco daqui a um ano, na conquista deste título”, disse. “É um passaporte que o Paraná terá em mãos para entrar em muitos mercados”, afirmou.

Ele ressaltou que a abertura de novas frentes de negociação vai significar investimentos diretos no Estado, como a instalação e ampliação de indústrias e cooperativas. Para Ortigara, há um potencial enorme de crescimento nas cadeias de suínos, peixe, frango, leite e pecuária bovina de corte.

“O status aliado a um bom produto, estratégia comercial e preços competitivos farão toda a diferença. Sem esse título você não bate na porta dos bons mercados compradores”, destacou o secretário. “E tudo isso ajudará o Paraná a se recuperar mais rapidamente deste momento econômico. O potencial é enorme”, acrescentou.

Ortigara lembrou ainda que o último foco de febre aftosa no Paraná foi em 2006. De lá para cá, não houve mais circulação viral, em razão dos esforços de vários setores, entre eles o governo estadual que estruturou a Adapar para garantir o serviço de fiscalização e vigilância animal.

Adaptação

O vírus não mexeu no cronograma de fiscalização, mas fez com que a estrutura da agência tivesse de se adaptar para combater a circulação da doença.

Gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias disse que todos os profissionais que estão em campo trabalhando na conclusão do inquérito soro-epidemiológico do rebanho bovino do Estado estão devidamente protegidos por equipamentos validados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de seguir as regras de distanciamento social. O mesmo vale para os produtores.

A Adapar começou o monitoramento na segunda-feira (18). Serão coletadas amostras do sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades rurais espalhadas pelo Paraná. “Diminuímos outras rotinas para priorizar essa ação, sempre com muita responsabilidade e tomando todos os cuidados necessários, seja em relação aos nossos servidores ou aos produtores”, afirmou Rafael.

“Somos um serviço essencial porque o Paraná não pode parar de produzir alimentos, abastecer o Brasil e o mundo. Com a pandemia, adaptamos e melhoramos os procedimentos de segurança que já existiam”, acrescentou o gerente de Trânsito Agropecuário da Adapar, Muriel Moreschi.

Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.

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