Escalas evoluem e arroba volta a cair

O preço da arroba voltou a cair durante essa semana. Os compradores voltaram a pressionar diante da maior oferta de animais terminados no cocho e alegando que a carne, tanto no mercado interno quanto na exportação, anda fraca não possibilitando manter os preços que vinham sendo praticados na semana passada.

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 78,13/@, com desvalorização acumulada de 1,04%. O indicador a prazo teve queda de 0,46%, sendo cotado a R$ 79,52/@. Em relação ao mesmo período do mês passado, esse indicador registrou uma perda de 3,68% em seu valor.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

Essa semana os frigoríficos conseguiram comprar melhor e alongar suas escalas, que em média atendem a uma semana de abates, e voltaram a pressionar os preços da arroba. Compradores consultados pelo BeefPoint afirmam que no Centro-Oeste estão conseguindo comprar um volume maior de animais provenientes de confinamentos, suprindo assim a demanda atual.

Em São Paulo, a oferta continua curta e os grandes frigoríficos paulistas seguem se abastecendo com animais adquiridos em outros Estados. As chuvas constantes nos últimos dias devem ser mais um fator de pressão para a venda dos animais, favorecendo o alongamento das escalas nos próximos dias.

O leitor do BeefPoint, Fernando do Prado Vitoriano, informa que em Cuiabá existem compradores que pagam R$ 70,00 pela arroba do boi gordo, “são frigoríficos que atendem o mercado local, mas estão trabalhando com escala pequena”. Ele comenta que as fêmeas são vendidas a R$ 67,00/@ e frisa que a oferta de vacas é baixa e o mercado esta começando a apresentar problemas na escala.

Ian Baitello Cajuela nos informou através do formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição – uma iniciativa do BeefPoint em parceria com a Bayer – que na região de Araxá/MG o boi gordo é negociado a R$ 66,00/@ e a vaca tem preço de R$ 62,00/@.

Acesse a tabela completa com as cotações de todas as praças levantadas na seção cotações.

Outro fator que vendo bastante citado como responsável pelas baixas atuais é o enfraquecimento do mercado da carne. Com o sentimento de vendas menores e precisando escoar a produção a preços mais baixos, a indústria tem forçado recuos alegando que com essa situação não consegue sustentar os preços pagos ao produtor.

Segundo o Boletim Intercarnes, o mercado segue estável, porém dos frigoríficos a pretensão de preços melhores tem sido frustrada já que as ofertas se mantém regulares e acima da demanda, que se mostra retraída.

No atacado, nesta quarta-feira, o traseiro foi cotado a R$ 5,80, o dianteiro a R$ 3,80 e a ponta de agulha a R$ 3,70. O equivalente físico foi calculado a R$ 71,21/@, com variação negativa de 1,62% na semana. O spread (diferença) entre indicador de boi gordo e equivalente físico está em R$ 6,93/@, ficando acima da média dos últimos 12 meses que é de R$ 4,95/@.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

No mercado futuro, os contratos de boi gordo da BM&FBovespa apresentaram forte recuo. Na semana, o primeiro vencimento, agosto/09, registrou variação negativa de R$ 1,06, fechando a R$ 77,80/@ na última quarta-feira. Os contratos com vencimento em outubro/09, apresentaram a maior variação semanal (-R$ 2,71) fechando a R$ 80,65/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 12/08/09 e 19/08/09

Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 611,82/cabeça. Na semana a variação acumulada foi de -0,70%. A variação negativa dos preços do boi gordo causou retração na relação de troca que está em 1:2,11.

O leitor do BeefPoint, Rubens Laboissiere Loyola, comenta que em Goiás, “há grande resistência dos compradores de bezerros na desmama de pagarem valores acima de R$550,00, alegando como justificativa os preços atuais do boi gordo”.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista