Três das quatro entidades agropecuárias que integram a Mesa de Enlace, na Argentina, iniciaram na quarta-feira uma greve que inclui a paralisação da comercialização de grãos, gado em pé e leite.
A medida de força, que se estenderá até sexta-feira, foi convocada pela Sociedade Rural Argentina (SRA), Confederações Rurais Argentinas (CRA) e Confederação Intercooperativa Agropecuária (Cinonagro). Só a Federação Agrária Argentina (FAA) não aderiu e resolveu impulsionar seu próprio plano de ação após ser recebida pelo Governo.
O presidente da SRA, Luis Miguel Etchevehere, disse que a greve “é contundente em todo o país. É um rechaço dos produtores à política do Governo e que tem feito com que hoje todas as atividades produtivas da Argentina estejam agonizando”.
Na manhã de quarta-feira, só entraram 28 caminhões do Mercado de Gado de Liniers, com 885 bovinos. A greve foi considerada pelo Governo como uma medida com “alto componente político”.
É a primeira vez, desde março de 2008, quando se criou a Mesa de Enlace, que uma de suas entidades não adere a uma medida de força disposta contra a política oficial.
A Federação Agrária ficou distante de seus sócios devido ao diálogo aberto com o Governo, com o que obteve benefícios nos setores de trigo, crédito aos produtores de soja e setor leiteiro.
O chefe de Gabinete da Casa Rosada, Aníbal Fernández, disse que a paralisação da comercialização iniciada na quarta-feira por três das quatro entidades da Mesa de Enlace “não é uma greve”, mas sim, “um locaute patronal de quem tem o manejo de determinados níveis de produção”.
Fonte: La Nación, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.