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Entidades fazem sugestões a projeto sobre defesa agropecuária autocontrolada

Representantes de diferentes cadeias do agronegócio participaram nesta segunda-feira de audiência pública virtual sobre o Projeto de Lei 1293/21, que propõe substituir a legislação atual de defesa sanitária por um modelo novo de fiscalização, baseado em programas de autocontrole executados pelos próprios produtores e indústrias. O projeto, encaminhado pelo Executivo, tramita na Câmara dos Deputados. 

Os participantes se mostraram favoráveis ao projeto, mas apontaram a necessidade de rediscutir alguns pontos, entre eles a aplicação de multas. A proposta atualiza os valores das notificações sobre as infrações constatadas durante a fiscalização agropecuária. 

De acordo com texto da Câmara, o valor pode ser de até 150% do atribuído ao lote do produto, quando identificada a natureza comercial da atividade e o valor estiver especificado na nota fiscal. Sem identificação ou nota fiscal, o valor chegaria a R$ 300 mil. 

Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), disse que a instituição encaminhou nota técnica apresentando algumas sugestões para avaliação dos deputados. Segundo ele, as multas são muito altas. 

“Se é necessário atualizar, que não seja valor exagerado, pois os pequenos terão dificuldade de suportar”, disse. Para Santin, os 150% sugeridos ganhariam ‘caráter confiscatório’.

O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Paulo Mustefaga, por sua vez, criticou o modelo atual de aplicação de multas. “Hoje, embora haja limitação prevista em lei, os fiscais somam dispositivos que elevam para R$ 90 mil multas que eram inicialmente de R$ 15 mil, o que traz grande insegurança jurídica”, disse. “É preciso rever a questão”. 

Segundo o projeto, os programas terão registros sistematizados e auditáveis de todo o processo produtivo, desde a recepção da matéria-prima até o produto final e deverão conter, também, medidas para recolhimento de lotes em desconformidade com o padrão legal e os procedimentos de autocorreção, informa a agência Câmara. 

O papel do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento será estabelecer os requisitos básicos necessários ao desenvolvimento desses programas, além de elaborar manuais de orientação em parceria com as empresas. 

Entre os participantes estiveram, ainda, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardeli, Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), e o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, José Guilherme Leal.

Fonte: Valor Econômico.

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