Com a sanção da lei que impõe a tabela de fretes no Brasil, entidades do agronegócio apostam todas as suas fichas nas ações diretas de inconstitucionalidade que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). É a alternativa que resta para tentar derrubar a medida considerada incompatível com a economia de livre mercado.
– É intervenção na iniciativa privada. Quem mais vai perder com essa história é o caminhoneiro autônomo – diz Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul).
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) classifica a lei como “retrocesso a políticas públicas abandonadas pelo país nos anos 1990”. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acrescentou: “A competitividade nacional e internacional do país está em jogo neste momento”.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é uma das entidades que entrou com ação no STF. A decisão não deve sair antes do fim do mês. Está marcada para o dia 27 audiência pública para tratar do tema.
Até lá, o setor seguirá sofrendo os impactos. As exportações caíram – a tabela impactou a liquidez – e os custos subiram.
Segundo a Abiove, os primeiros cálculos apontam que o tabelamento “acarreta alta de custos da ordem de R$ 73,9 bilhões” por ano, que “será paga por toda a sociedade brasileira”, com impacto de 0,92 ponto percentual na inflação do ano e redução de massa salarial real em R$ 20,7 bilhões.
– A comercialização futura de soja está praticamente parada. Estamos deixando de aproveitar a briga comercial entre Estados Unidos e China – lamenta Vicente Barbiero, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado.
Fonte: Zero Hora.
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É lamentável que esteja chegado a esse ponto,sou camioneiro autônomo e já faz muito tempo que estamos sofrendo com os preços baixos do frete e sempre sendo sugado pelas transportadores….