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Entidade dos produtores de gado de corte dos EUA estuda demandas dos consumidores

Os pesquisadores prepararam cinco recomendações para os líderes do programa checkoff considerarem na tomada de decisões sobre como investir o dinheiro, confira.

Preços, segurança alimentar e qualidade dos produtos são os direcionadores mais importantes em que a indústria de carne bovina deve focar para ter mais efeitos na demanda a longo prazo. Outros direcionadores incluem saúde, nutrição, aspectos sociais e sustentabilidade.

Isso foi concluído no estudo “Beef Demand: Recent Determinants and Future Drivers” (Demanda de Carne Bovina: Determinantes Recentes e Futuros Direcionadores) recentemente divulgado, feito pelo programa Beef Checkoff, dos Estados Unidos, para sumarizar o atual conhecimento sobre a demanda dos consumidores por carne bovina e identificar as melhores oportunidades para a indústria influenciar a demanda positivamente.

A demanda dos consumidores por carne bovina é um dos conceitos mais importantes e amplamente discutidos, ainda que pouco entendido, que afetam a indústria de carnes e gado. É imperativo que a indústria de carne bovina reconheça o que direciona a demanda dos consumidores, quais as expectativas para o futuro e avalie a capacidade da indústria de ajustar as práticas para direcionar a evolução das preferências dos consumidores e influenciar os importantes determinantes da demanda.

De acordo com o pecuarista Ted Greidanus, membro do Comitê de Produtores de Carne Bovina (CBB) e presidente do Comitê Conjunto de Avaliação, que encomendou a pesquisa, as informações reunidas e analisadas por esse amplo relatório é quase incalculável para a indústria, no geral, e para o programa Beef Checkoff, em particular. Esse estudo não somente pode ajudar mais produtores a entender o verdadeiro significado da forte demanda por carne bovina – que tem potencial para melhorar -, mas também, fornece um mapa detalhado para os líderes para identificar como usar cada dólar do programa checkoff de forma mais efetiva e em um grau mais significativo possível. Os membros do CBB e diretores da Federação de Conselhos Estaduais de Carne Bovina serão solicitados a usar essas informações desse estudo na hora de tomar decisões sobre como investir os dólares do checkoff no Ano Fiscal de 2014 em diant”.

Embora reconheça que o entendimento da demanda de carne bovina e como afetá-la seja uma tarefa difícil, os autores do relatório disseram que também é crítica para a viabilidade da indústria em longo prazo.

Segundo economistas, um ponto muito importante no desenvolvimento de estratégias para aumentar a demanda por carne bovina será o esclarecimento sobre o papel do consumo per capita na demanda por carne bovina. O consumo per capita é, de fato, a disponibilidade per capita de carne bovina, de forma que oferece pouca informação sobre a demanda quando se considera independentemente os preços. A demanda, por outro lado, efetivamente se refere à quantidade de carne bovina que os consumidores comprarão a um dado preço, com todos os outros fatores se mantendo constantes.

O professor associado de marketing pecuário da Universidade do Estado do Kansas, Glynn Tonsor, afirmou que, embora seja tentador focar na participação de mercado, consumo per capita, ou outros fluxos de volume para monitorar a demanda, isso pode ser muito enganoso. A demanda só pode ser medida de forma precisa avaliando uma combinação de preços e quantidade. A demanda é um componente essencial dos sinais econômicos (preços) enviados através de toda a cadeia de fornecimento.

Dado o estado da oferta da indústria pecuária, o entendimento da demanda por carne bovina versus o consumo é particularmente crítico. À medida que a indústria está entrando em um período de declínio nas ofertas per capita (e, consequentemente, do consumo), esses esclarecimentos são importantes. É totalmente possível que o consumo per capita decline e a demanda por carne bovina aumente. De fato, a indústria passou por isso nos dois últimos anos, ou seja, o consumo per capita de carne bovina caiu em 2011 e 2012 com relação aos volume do ano anterior, enquanto a demanda aumentou.

Para os próximos três anos, as projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) incluem queda no consumo per capita de carne bovina até 2015, quando aumentos são projetados após a expansão do rebanho bovino. Se o consumo per capita cair como o esperado, a demanda poderá ainda se manter alta se os consumidores ainda estiverem dispostos a pagar preços maiores pela carne bovina.

A pesquisa identificou sete atributos como particularmente fatores de demanda que a indústria de carne bovina, através do programa Beef Checkoff, poderia influenciar. Esses se tornaram o foco central do estudo: preço, segurança alimentar, qualidade do produto, saúde, nutrição, aspectos sociais e sustentabilidade.

Preço, segurança alimentar e qualidade do produto estão no topo de todos os atributos – para carne moída e bife. Como o checkoff não pode controlar o preço, os pesquisadores identificaram a segurança alimentar e a qualidade do produto como os dois principais atributos que o checkoff pode e deve influenciar.

O diretor assistente de Extensão para Agricultura e Recursos Naturais da Universidade de Purdue, James Mintert, disse que existem várias coisas, além da força da demanda, que influenciam os preços da carne bovina, incluindo coisas que afetam o gado e as ofertas de carne – como custos da ração, custos da terra, preços da energia, novas tecnologias, custos de embalagem e processamento e taxas de juros – todos fora do controle de produtores individuais ou da indústria de carne bovina como um todo.

Com isso em mente, a pesquisa reuniu e classificou assuntos que afetam as compras de carne bovina, ambos de acordo com as respostas dos consumidores e respostas dos pesquisadores da indústrias e encontraram um acordo geral entre os dois. Segurança alimentar, qualidade e forma do produto e preços foram os três maiores fatores do ranking das avaliações dos consumidores e dos especialistas, enquanto os aspectos sociais e a sustentabilidade ficaram em uma classificação mais baixa, com nutrição e saúde ficando entre os dois.

Os consumidores indicaram rankings similares para carne, decisões de compras de carne moída e bifes. Em média, segurança, frescor, sabor e saúde foram os fatores mais frequentemente selecionados como mais importantes, enquanto conveniência, origem/rastreabilidade e impactos ambientais foram os mais frequentemente identificados como fatores menos importantes no processo de compra de carne bovina.

Os pesquisadores prepararam cinco recomendações para os líderes do programa checkoff considerarem na tomada de decisões sobre como investir o dinheiro, sumarizadas abaixo:

1) Em primeiro lugar e acima de tudo, continue investindo na melhora e nas garantias de segurança alimentar. O consumidor demanda isso e existe uma oportunidade considerável de melhorar positivamente a demanda de carne bovina no futuro.

2) A indústria precisa de produtos de alta qualidade que oferecem consistentemente excelente sabor, cor, maciez, suculência etc, e que são oferecidos aos consumidores nas formas que eles preferem/demanda. Embora o desenvolvimento de novos produtos seja uma dimensão importante disso, consistência e integridade dos rótulos dos produtos é outro componente importante.

3) O preço tem sido há muito tempo e continua sendo um importante direcionador das decisões de compra dos consumidores. Porém, os especialistas em carne bovina indicam que eles veem pouca oportunidade durante os próximos 10 anos para a indústria influenciar os preços da carne bovina de forma significativa, especialmente com relação aos preços das proteínas concorrentes. Consequentemente, sua recomendação é que a indústria trabalhe para adotar o desenvolvimento de tecnologias que melhorem a eficiência e a adoção que não impacte negativamente e, idealmente melhore, a qualidade dos produtos e seus atributos de segurança.

4) Dar contínua atenção a aspectos de saúde e nutrição da carne bovina. As vantagens da carne bovina com relação ao teor de proteína, zinco e ferro parecem ser oportunidades para a indústria continuar desenvolvendo e se promovendo com os consumidores. Isso sugere uma oportunidade para mirar em compradores jovens com mensagens especificas de saúde e nutrição.

5) Questões sociais e de sustentabilidade – incluindo o ceticismo dos consumidores sobre a tecnologia de produção, percepções de que as tecnologias degradam a qualidade, a segurança e a nutrição do produto, preocupações com o manejo animal, etc. – não devem ser ignoradas, à medida que a indústria precisa ser vigilante e preparada quando essas questões surgirem. Investimentos para resolver questões sociais e de sustentabilidade provavelmente terão menor melhora na demanda do que investimentos em outras áreas, embora responder a essas questões possa continuar sendo um “custo de fazer negócios”.

O estudo completo pode ser acessado, clique neste link.

A reportagem é do AgWeb.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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