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Entidade diz serem infudadas as suspeitas de Mal da Vaca Louca no Rio e Nordeste

O Conselho Nacional da Pecuária de Corte – CNPC, entidade que representa a cadeia produtiva da carne bovina e promotora de discussões que envolvam a sanidade, o bem-estar animal e a segurança alimentar, considera infundadas as alegadas suspeitas de que esteja havendo casos de consumo de carne bovina com o “Mal da Vaca Louca” no Rio, mais especificamente em Niterói, e no Nordeste, doença que, anos atrás, atacou os rebanhos da Europa, Estados Unidos e Canadá, mas que atualmente se encontra plenamente controlada.

“Essa doença, na sua forma patogênica, nunca chegou ao Brasil ou a outros países da América Latina” afirma o presidente em exercício do CNPC, Sebastião Costa Guedes. Para ele, “a doença verificada em Niterói e no Nordeste deve ter outras origens, conforme dados disponibilizados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Nos primeiros contatos que mantivemos com os técnicos do ministério, a princípio não houve indícios de que sejam originadas pelo agente da BSE/EEB, enfermidade de características crônicas que levam meses e até mesmo anos para se manifestar em humanos”, aduziu.

O presidente do CNPC afirma que as primeiras equivocadas alegações dessa notícia ocorreram em Niterói, em 20 de janeiro passado. “Autoridades da saúde já descartaram qualquer relação desta infecção aguda com a carne vermelha”, diz Guedes, que faz alerta à população para evitar pânico, e não deixar de consumir carne vermelha desde que de boa procedência e bem armazenada.

Esclarecimentos

O site Boatos.org postou alguns esclarecimentos sobre o tema.

Ponto 1: DCJ não é vaca louca

O grande problema (ou um deles) é que a DCJ não é necessariamente, “vaca louca”. A DCJ é, de fato, uma doença gravíssima e fatal. De acordo com o Ministério da Saúde, foram confirmados 170 casos da doença entre 2005 e 2013 no Brasil. A vaca louca é conhecida como uma das variantes da doença de Creutzfeld-Jakob (vDCJ).

A “doença da vaca louca” só é diagnosticada quando a pessoa adquire a DCJ após consumir carne bovina contaminada com Encefalite Espongiforme Bovina. Essa é apenas uma das quatro formas de se adquirir DCJ. Detalhe: nunca ocorreram casos de vDCJ no Brasil.

Ponto 2: casos suspeitos não são casos confirmados

À época da divulgação da informação, a própria Prefeitura de Niterói explicou que os casos suspeitos de DCJ não não
tinham relação alguma com o consumo de carne. Ou seja, ainda há chance de ser DCJ, mas não vDCJ (a vaca louca).

Ponto 3: por que o governo esconderia?

Não faz muito sentido um governo esconder uma enfermidade para ganhar dinheiro com exportação. Primeiro, porque quem ganha são as pessoas que vendem a carne. Segundo, porque no caso de uma epidemia quem teria o prejuízo seria o próprio governo. Não só moral (por deixar a doença se alastrar) como também financeiro (com internações no SUS).

Ponto 4: epidemia não é tão fácil assim de acontecer

Mesmo que os casos de Niterói fossem de “vaca louca” (o que tudo aponta não ser), não caracterizaria um surto ou uma epidemia. Leia uma explicação desta matéria do UOL de 2015:

Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades.

Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas regiões do país.

Ponto 5: áudios do WhatsApp não são confiáveis

Se, de fato, casos de vaca louca tivessem sido confirmados no Brasil, os áudios não seriam a principal fonte da informação. A cobertura da mídia seria bem intensa.

Fonte: CNPC e Boatos.org.

2 Comments

  1. Anderson Polles disse:

    Querem Derrubar a @ a qualquer preço, até mesmo usando o artifício da Falta de Sanidade. Isso é Falta de Sanidade…Sanidade Mental de quem plantou a falsa informação.

  2. LAURO RIBAS VIANNA NETO disse:

    Eu perdi um irmão com DCJ confirmado… Mas, apesar das várias pesquisas feitas para tentar diagnosticar a causa da doença, após quase dois anos na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, faleceu, sem que nenhuma tenha chegado à uma conclusão definitiva. Toda a nossa família se empenhou em estudar essa doença, e, para a nossa surpresa, sabíamos mais do que os próprios médicos, que o atendiam.
    Na época, sabíamos de um caso no Rio, um caso em Santa Catarina, e um caso em Goiás.
    Tínhamos consciência de que não haveria cura.. . Era simplesmente uma questão de tempo.
    Ele era biomédico, sabia que algo estava muito errado com a sua saúde. Antes de ser internado, chegou a nos perguntar o que havia de errado com ele, e, nesse momento ainda não tínhamos o diagnóstico. No Espírito Santo, nenhum médico mencionou a possibilidade dessa doença… No Rio, quando o levamos para tentar um diagnóstico mais preciso, um deles, fomos a dois, afirmou que a doença era de fato, a Doença de Creutzfeldt-Jacob, e que a sugestão dele, o ideal seria levar para casa, e esperar pelo fim… A nossa opção foi por deixa-lo no hospital, onde ficou na UTI por quase dois anos… A gente não sabe se a causa foi consumo da carne, porque de fato, ele esteve na Inglaterra por volta de quinze anos antes, deve ter comido carne por lá, bem no auge da epidemia que aconteceu por lá, e sabemos que esse problema pode ficar incubado por até 30 anos, ou se, como mostram os estudos, houve uma reação espontânea do organismo, onde príons se alteram, causando o desequilíbrio. O maior índice de incidência desse problema, é a forma clássica, que ocorre de forma espontânea, em cerca de 85% dos casos. Isso sem histórico familiar ou consumo de carne contaminada. Outras formas são a iatrogênica, que são 5% dos casos, resultante de procedimentos médicos realizados com materiais biológicos contaminados. E, a vDCJ, que é uma variação da DCJ, que é causada pelo consumo de carne contaminada de um animal infectado com encefalopatia espongiforme bovina, que é conhecida como doença da vaca louca. O governo esconde sim, as informações… Afinal, tem muito dinheiro e gente “importante” envolvida na produção e no comércio da carne bovina…

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