Mercados Futuros – 28/03/08
28 de março de 2008
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1 de abril de 2008

Enio Marques comenta exigências da UE

O leitor do BeefPoint, Enio Antonio Marques Pereira, nos enviou comentário muito interessante sobre o Editorial "Idas e vindas da rastreabilidade mostram como precisamos evoluir", publicado em fevereiro. Ele lembra que antes de discutir os assuntos ligados à rastreabilidade e certificação da carne bovina, é preciso entender o que a UE está exigindo dos produtores brasileiros e quais são os passos que devem ser tomados para garantir a segurança dos alimentos produzidos no país.

O leitor do BeefPoint, Enio Antonio Marques Pereira, nos enviou comentário muito interessante sobre o Editorial “Idas e vindas da rastreabilidade mostram como precisamos evoluir”, publicado em fevereiro. Ele lembra que antes de discutir os assuntos ligados à rastreabilidade e certificação da carne bovina, é preciso entender o que a UE está exigindo dos produtores brasileiros e quais são os passos que devem ser tomados para garantir a segurança dos alimentos produzidos no país.

“A questão rastreabilidade continua gerando polêmica. No Brasil continuamos chamando identificação animal de rastreabilidade!

Continuamos interpretando erroneamente a Diretiva 1760 de 2000 que trata da rotulagem da carne in natura na UE.

E continuamos a não entender a Diretiva 178 de 2002 sobre a segurança dos alimentos.

Discutir um tema como este sem ler pelo menos a política da UE sobre os consumidores (em especial segurança dos alimentos e informação sobre produtos, que tem um norma geral sobre rotulagem e onde se encaixa a rotulagem da carne in natura) ênseja a erro.

Creio que o caso da interpretação brasileira da norma da UE sobre rotulagem da carne in natura será um “case” mundial. Um erro de interpretação desde 2000! Que só agora parece estar sendo descoberto.

E isto só está sendo possível porque o Ministro Reinhold resolveu mandar estudar a tal Diretiva. De repente o Deputado Colatto presidente da Frente Parlamentar Rural também pediu a Assessoria Legislativa da Câmara uma análise da norma da UE. A CNA na mesma direção iniciou essa avaliação, mobilizando seus técnicos em um esforço de leitura de mais de 2 mil páginas de documentos da UE.

Aproveitando a força do BeefPoint, incito todos a lerem a Diretiva 1760.

Em 2000 a UE publicou essa diretiva para a rotulagem da carne in natura para comércio na UE. Essa Diretiva é parte de um conjunto de normas sobre informações aos consumidores. Ela é muito clara em relação a carne produzida em terceiros países. Nada tem com questão sanitária!”

0 Comments

  1. eric marcel de vito disse:

    Parabéns Enio, é uma importante notícia para esclarecer de vez que a UE não é só movida a protecionismo, como a gente cansa de escutar. Oito anos se passaram é fizemos muito pouco para atender as exigênciais deles; eles cansaram. Agora eu acho que incentivando quem já é ERAS temos condições sim
    de atender este promissor mercado. Só espero que as autoridades não mudem as regras já previstas, seria mais uma prova de desorganização e falta de compromisso com os pecuaristas que, como eu, ainda acreditam neste sisbov.

    Abraços.

  2. Jogi Humberto Oshiai disse:

    Prezado Enio,

    Na vida o ser humano assim como o profissional “acerta” e “erra” inclusive em assuntos pessoais e assim com boa vontade e inteligência temos a tendência de pelo menos utilizar a experiência acumulada e o “bom senso” para corrigir eventuais deficiências existentes no SISBOV e na vida que podem ser facilmente superadas desde que prevaleça o referido “bom senso”.

    A este próposito, de retorno a Bruxelas após duas semanas de trabalho “voluntário” no Brasil, durante o qual realizei vários encontros com os teus ex-colegas de governo, atualmente altas autoridades competentes do SDA/MAPA, que administram com profissionalismo as deficiências herdadas do passado, para discutir, entre outros, o tema da rastreabilidade no Brasil. Por ser também um veterano do setor tive a oportunidade de encontrar no Brasil representantes de certificadoras, de exportadores, de produtores e como não poderia deixar de ser tive o prazer de discutir o tema com políticos de envergadura nacional que se prontificaram a discutir o tema no Congresso com vistas a contribuir para encontrar solução plausível para toda a cadeia produtiva e também para atender as exigências da UE.

    Ainda no Brasil tive o prazer de tomar conhecimento que os amigos Neto e Roberto do Independência reiniciaram as exportações de carne bovina in natura para a UE pagando prêmio aos animais das primeiras fazendas habilitadas a exportar para o mercado comunitário. Assim como Você tive o sentimento de ter contribuído nas discussões do tema em apreço que graças a recente corajosa atitude do Secretário Inácio Kroetz de dialogar diretamente com a DG Sanco, sem a interferência negativa contra o SDA/MAPA por parte da atual Chefia da Missão do Brasil junto às CE, o Brasil conseguiu manter o importante mercado comunitário aberto para o produto brasileiro e iniciou nova fase de trabalho direto e pragmático com a UE no interesse do setor de carne bovina e do agronegócios brasileiro com o endosso de amigos e colegas da UE.

    Devo confessar que retornei neste fim de semana a capital da UE com o sentimento de dever cumprido e ciente que temos que dar continuidade ao processo para evitar uma eventual “derrapagem” no encaminhamento das discussões sobre o tema em apreço que deve, ao meu ver, continuar contando também com a contribuição e participação das certificadoras sérias como a “Planejar” ou a “SBC” de propriedade de nossa amiga em comum, Doutora Cristina Lombardi, que sempre demonstrou profissionalismo (e.g. – autora da rotulagem para carne bovina no Brasil) e bom senso especialmente ao preservar as boas e fiéis amizades cultivadas ao longo destes anos de luta na defesa dos interesses do setor.

    Permita-me Enio recomendar, igualmente, a leitura do Regulamento comunitário 882/2004 sobre controles oficiais da UE. O tema evoluiu e hoje não basta entender somente a 1760 de 2000 e a 178 de 2002 !

    Cordialmente.

  3. Ismar Queiroz disse:

    Parabéns Enio Marques!

    Conhecer a legislação daquele que nos fiscaliza seja para atender ou contestar seus fiscais ou auditores é atitude que merece respeito e demonstra o profissionalismo e a força de um povo.

  4. Auler Jose Matias disse:

    É importante, para os leitores do BeefPoint, situar corretamente o Sr. Enio Marques, a quem reputo grande competência e experiência no assunto carne bovina.

    Quando ele levanta a necessidade de informação antes da discussão, o faz com propriedade e não apenas como “leitor” deste site, mas com conhecimento suficiente, adquirido ao longo dos anos em que pertenceu aos quadros do Mapa e como executivo da ABIEC.

    Sem ser petulante, acredito que a grande verdade dita por Enio Marques tem a ver com a irresponsabilidade de certas lideranças de setores da pecuária brasileira, que emitem opiniões sem conhecer com profundidade o assunto.

    Esta atitude nada acrescenta e só tumultua um processo que se arrasta a oito anos, e que precisa ser bem debatido. Transformaram uma questão comercial simples em uma novela interminável. Tenho boas expectativas quanto ao trabalho que ora se desenvolve no Mapa.

    Vamos aguardar.

    Atenciosamete,

    Auler José Matias
    ABNP

  5. Roberto Leme Praxedes disse:

    Prezado Enio Marques,

    Algumas das grandes lideranças do setor, da pecúária
    brasileira, deveriam ter o conhecimento deste regulamento da UE; antes de atacar o trabalho do Ministro Reinhold. Pois o preço que o setor está pagando é muito caro, por falta de estudos de normativas comercias da UE.

    Está na hora de fazermos a liçao de casa e oferecermos nossos produtos de acordo com as exigências de nossos clientes.

    Abraços.

  6. Julio Forster de Freitas Lima disse:

    Quando me refiro a lideranças irresponsáveis, funcionários públicos incompetentes e empresários mal intencionados no setor da carne, a prova está aí.

    Durante 8 anos os produtores jamais foram chamados ao processo de discussão da formação da dita Cadeia Exportadora da Carne para ter conhecimento de todas as normativas e regulamentos que regem os acessos aos mercados, não importando se esses documentos tem 1000, 2000 ou 5000 páginas. Os produtores, que são os agentes principais desse processo desconhecem totalmente o mercado para qual estão produzindo. Deixaram essa responsabilidade para os outros e deu no que deu.

    É necessário que as informações sejam democratizadas, disponibilizadas para que todos os interessados tenham acesso. As regulamentações deveriam ser amplamente divulgadas e estar disponível em qualquer sindicato rural ou associação de produtores para serem amplamente analisadas.

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