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Empresas veganas brigam para usar a palavra “carne” nas etiquetas nos EUA

Para os veganos que moram nos Estados Unidos, o churrasco do feriado de 4 de julho, do Dia da Independência, não vai deixar nada a desejar em relação às opções dos carnívoros: hambúrgueres, salsichas e cachorros-quentes à base de vegetais, maionese sem ovos e queijo sem leite. Para terminar, uma bola de sorvete sem creme.

Mas nem todo mundo está contente com essa variedade. Vários Estados, processadoras de carnes e empresas de laticínios conseguiram apoio de parlamentares americanos e têm pressionado pela criação de leis que restrinjam a maneira como esses produtos são etiquetados nos supermercados. O argumento é que os alimentos só podem ser chamados de “leite” se forem resultado de lactação e de “carne” se um animal tiver sido abatido. O movimento marca uma mudança, depois de décadas de pouca resistência do setor de laticínios em meio à recente explosão de “leite” à base de soja, amêndoas, aveia e uma série de outros ingredientes.

Mas as fabricantes de produtos à base de vegetais decidiram reagir. Na segunda-feira (1º de julho), a fabricante de “carne vegana” Upton’s Naturals e a Plant Based Foods Association, que representa empresas do setor, abriram um processo contra o governador do Mississippi e contra o comissário de agricultura e comércio em um tribunal federal, argumentando que as restrições às etiquetas violam o direito à liberdade de expressão da Primeira Emenda à Constituição dos EUA, impedindo-as de usar frases que os consumidores entendem, como “almôndegas sem carne” e “chouriço vegano”.

A nova lei do Estado do Mississippi, aprovada em março e que entrou em vigor na segunda-feira, estipula que alimentos à base de vegetais não podem ser etiquetados como carne ou “produto alimentício de carne”. Não importa se o produto também declara no rótulo que é 100% vegano, à base de vegetais ou sem carne: se o produto usa a palavra “carne”, ou outra que o vincula ao produto animal que pretende substituir, entrará em conflito com a lei. A legislação, diz o processo, é resultado direto do lobby dos setores de carne.

“A arena apropriada para enfrentar a concorrência está no mercado, falando diretamente com os consumidores. Não é procurar seus amigos na legislatura estadual para dar seu lance”, disse Michele Simon, diretor-executivo da Plant Based Foods Association, que representa a Upton e mais de 140 outras empresas. “Nossos associados estão competindo de forma justa no mercado.”

Em resposta ao processo, o Departamento de Agricultura e Comércio do Mississippi disse que tem o “dever e obrigação de fazer cumprir a lei” e de garantir que o consumidor no Estado tenha “informações claras sobre os produtos com carne e sem carne que compram”.

“Um produto alimentício feito de proteína de inseto não deve ser enganosamente etiquetado como carne bovina. Alguém que queira comprar tofu não deve ser induzido a comprar proteína animal cultivada em laboratório”, disse Andy Gipson, comissário de agricultura e comércio, em comunicado. “Palavras significam alguma coisa.”

O governador Phil Bryant, do Mississippi, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários .

Fonte: Valor Econômico.

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