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Empresas familiares do agro: como preparar a sucessão?

Por Arthur Szezepanski Montardo, Marcia da Silva Melo e Rodrigo de Meirelles Leite Pagani.

O que está acontecendo com nossas empresas familiares? Cerca de 85% dos negócios no Brasil são administrados por famílias, e apenas cinco entre cem chegam à quarta geração. Esses números nada favoráveis estão ligados a diversos fatores, como desestruturação do planejamento sucessório, desinteresse de alguns sócios e de gerações futuras, desigualdade no tratamento entre gestores ou familiares e conflitos.

As empresas familiares predominam nos setores do agronegócio, de serviços e comércio. Por isso, é necessário avaliar os problemas recorrentes na gestão que podem trazer sérios riscos à sobrevivência do empreendimento. Na maioria das vezes, os conflitos sucessórios são inesperados, pois ocorrem com a morte de alguém. E seria o velório, ou logo após ele, um bom momento para discutir a sucessão?

Caso uma empresa familiar não tenha consolidado um planejamento sucessório e seu gestor venha a falecer, o que impede o início de um conflito por parte dos herdeiros? Ou ainda, dos herdeiros com algum filho ou filha fora do casamento? Ou, até mesmo, entre demais administradores? De fato, a troca de comando gera insegurança quanto ao futuro, pois a relação familiar é baseada no afeto, nas emoções, nos momentos e também nas frustrações vividas ao longo do tempo. Por isso, uma estruturação societária que observe todas as possibilidades é de extrema relevância.

Também é importante deixar claro que, além do planejamento estrutural da empresa, os conflitos familiares precisam ser trabalhados, impedindo sua influência nas relações corporativas. A abordagem dos problemas deve ser feita por meio do diálogo aberto entre os membros da família – ou, em alguns casos específicos, individualmente, para análise dos interesses de todos, suas ambições e suas habilidades. Por exemplo: quem tem vocação para trabalhar no negócio? Quem tem mais aptidão com números? Aqueles com curso superior voltado para o ramo ganharão mais? Quem trabalha na companhia ganhará mais do que os irmãos que não fazem parte dela? Combinações claras e pactuadas são a melhor forma de impedir e acabar com os desentendimentos.

Diante desse cenário, a Safras & Cifras emprega um conjunto de ferramentas para auxiliar na prevenção e na resolução dos conflitos familiares:

– Tratamento da relação intrafamiliar: identificação e resolução dos problemas já instaurados e que afetam as relações;

– Protocolo familiar: regramento das relações e funções, definindo quem faz o quê, os direitos e as obrigações de cada um na sociedade;

– Planejamento da sucessão: definição de como ficará a situação em caso de falecimento dos fundadores;

– Estudo prévio das tendências da empresa: mapeamento da área de atuação e das perspectivas de mercado;

– Criação de um conselho familiar: espaço para discussão de assuntos pertinentes à família que possam influenciar no negócio.

Essas medidas são preventivas e resolutivas, podendo ser utilizadas tanto no momento de abertura da companhia como em conflitos posteriores. Ao lado dessas ações, a profissionalização da empresa é fundamental para dar continuidade ao negócio. Isso significa gerenciar a organização acompanhando suas necessidades de crescimento dentro da família e do mercado. Conectando o antigo ao novo, para que se complementem e se unam, os controles e planejamentos passam a ser aliados na tomada de decisões.

Aplicando esses mecanismos, a Safras & Cifras faz com que a companhia aumente suas chances de prosperar, além de incentivar as próximas gerações a continuarem o negócio. Uma das maiores virtudes da empresa familiar é que o administrador tem a oportunidade de ser exemplo para quem o sucede, tanto na ótica familiar como na corporativa. Modernizando sua visão e implantando essas ferramentas, o gestor levará seu empreendimento ao sucesso. E mais importante: manterá o sucesso durante o futuro, pois terá incentivado e formado as próximas gerações.

Por Arthur Szezepanski Montardo, graduando em Direito; Marcia da Silva Melo, bacharel em Ciências Contábeis e Bacharel em Direito; Rodrigo de Meirelles Leite Pagani, bacharel em Direito. Safras & Cifras.

1 Comment

  1. Joaquim Luiz G. de Moraes disse:

    Excelente análise!

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