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Empresas de carnes focam em retomada das exportações

Tendo em vista os claros sinais de que o ápice da crise comercial provocada pela Operação Carne Fraca ficou para trás, as principais empresas de proteínas animais do país (JBS, BRF, Marfrig e Minerva) iniciam a semana focadas na retomada gradual do ritmo de exportações, mas ainda preocupadas em minimizar os estragos à imagem do segmento – e ao valor de suas ações – causadas pelas irregularidades divulgadas no dia 17 pela Polícia Federal.

Ainda que os problemas sanitários apontados pela PF tenham sido concentrados em empresas de menor porte do Paraná – Peccin, Souza Ramos e Transmeat foram obrigados a fazer o recall de seus produtos -, JBS e BRF, citadas da Carne Fraca por diálogos suspeitos entre funcionários e fiscais agropecuários, registraram fortes perdas em seus valores de mercado na semana passada, e a JBS está inclusive sendo processada por investidores nos EUA por isso.

A Minerva sequer foi citada, mas viu seus papéis derreterem por sua dependência das exportações de carne bovina, a mais afetada pelas barreiras dos importadores. A Marfrig, que também passou ao largo das apurações da PF, chegou a amargar perdas, mas suas ações encerraram a semana em alta. Mas JBS, BRF e Minerva tiveram, juntas, queda de valor de mercado de R$ 5,4 bilhões, puxada por reduções de 6,9%, 9% e 9,3%, respectivamente.

No entanto, apesar desses números, a JBS está mais preocupada em ajustar o ritmo de produção de carne bovina, praticamente parada desde quinta-feira. É quase certo que, com a volta de China, Chile e Egito às compras, a decisão de começar a semana com um corte de 35% na capacidade produtiva de suas 36 unidades de abate de bovinos espalhadas pelo país – 33 foram fechadas no dia 23 – seja revista, para alívio dos milhares de criadores de bovinos que ficaram sem mercado na semana passada. E que a estratégia de marketing ganhe mais munição, já que os “memes” continuam a pulular na internet.

Já a BRF, na sexta-feira, anunciou a criação de três comitês para lidar com a crise. O ex- ministro Luiz Fernando Furlan, da família dos fundadores da Sadia e membro do conselho da BRF, lidera o Comitê Especial de Resposta e estará na linha de frente de toda a estratégia. Na sexta-feira, o conselho da BRF se reuniu para definir uma proposta que será apreciada na assembleia geral de acionistas de 26 de abril, que elegerá os membros do conselho para mais dois anos.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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