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Empresas de carnes enfrentam impasse com ‘veto’ a milho dos EUA

Após o governo federal anunciar, nesta segunda-feira, a suspensão do imposto de importação para o milho vindo de países de fora do Mercosul, a indústria da carne esbarra agora na dificuldade para trazer o cereal dos Estados Unidos. O motivo é que parte do milho transgênico dos americanos ainda não é aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão do governo federal responsável pela autorização. 

Maior produtor mundial, o país teria condições de cobrir a necessidade das empresas brasileiras. No entanto, a falta de aval do CTNBio cria um impasse, já que é difícil encontrar fornecedores americanos que ofereçam o milho segregado – com separação de grãos autorizados e não-autorizados.

“Nossas empresas estão trabalhando com essa possibilidade de trazer (variedades autorizadas no Brasil), é difícil, mas é possível”, disse ao Valor Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A entidade representa algumas das principais empresas do segmento, entre elas BRF e Seara (JBS). 

A ABPA não sabe estimar quantas variedades de milho necessitam de aprovação, mas tenta, desde 2016, autorização da CTNBio para que possa usar o cereal americano exclusivamente como ração. Outra alternativa em análise é que a comissão dê uma permissão emergencial para este ano, mas isso depende de outros fatores. 

“O pedido emergencial tem que ser via governo, ou pelas detentoras da patente (dos transgênicos). Nosso pedido – que não é emergencial – para que o milho chegue direto para ser transformado em ração já foi feito”, afirma Santin. 

O dirigente reconhece que o mercado americano é hoje o mais acessível para as indústrias. Há também a possibilidade de comprar da Ucrânia, mas o custo de frete seria maior. 

Enquanto isso, empresas associadas à ABPA aguardam dois navios com carregamentos de milho vindos da Argentina. De acordo com a agência Reuters, a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, confirmou que está trazendo o cereal do país vizinho, mas sem informar a quantidade. Além do impasse, a ABPA acredita que a decisão do governo poderá diminuir a especulação no mercado interno. 

Nesta terça-feira, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) ratificou a decisão de zerar as alíquotas para importação de milho em grão e soja e derivados (óleo, farinha e pallets) de países de fora do Mercosul. A resolução foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União. A medida entra em vigor na semana que vem e terá validade até o fim de 2021.

Fonte: Valor Econômico.

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