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Empresas britânicas vão deixar de comprar soja de áreas desmatadas

Até 2025, indústrias e varejistas que respondem por 60% da soja importada pelo Reino Unido deixarão de comprar o grão oriundo de áreas que foram desmatadas ou convertidas após janeiro de 2020, ainda que legalmente. 

O compromisso, apresentado no Manifesto da Soja do Reino Unido, conta com assinaturas de 27 empresas. Entre elas estão gigantes como Tesco, Nestlé Reino Unido e Irlanda, Sainsbury’s, KFC Reino Unido e Irlanda, Morrisons e McDonald’s Reino Unido e Irlanda, além de alguns dos maiores produtores de carne, como Avara Foods e Pilgrim’s UK (da JBS). 

As signatárias são responsáveis por aquisições que chegam a 2 milhões de toneladas de soja por ano. Elas afirmaram que vão impor esse compromisso a fornecedores diretos e que exigirão o mesmo dos indiretos. O compromisso será previsto em contratos. 

As companhias disseram que vão apresentar detalhes do progresso do compromisso e apoiarão relatórios detalhados de verificação da origem da soja. O compromisso é baseado no Accountability Framework, guia de práticas corporativas sustentáveis. O manifesto foi facilitado pela consultoria ambiental britânica Efeca e apoiado pelas organizações WWF e Global Canopy. 

No documento, as signatárias disseram que o consumo de soja no Reino Unido em 2017 levou a um desmatamento estimado em 3.081 hectares. As empresas citam dado do Comitê Conjunto de Conservação da Natureza (JNCC), órgão público que assessora o governo do Reino Unido, segundo o qual a soja é um dos principais contribuintes para o desmatamento e a pegada de conversão do país atualmente. 

Em apresentação virtual, alguns executivos mencionaram a necessidade de apoiar produtores na transição de seus sistemas de produção, mas não anunciaram nenhuma iniciativa específica. O responsável por fornecimento responsável da Tesco, Steven Ripley, disse que a varejista e outros grupos defendem a implementação do Responsible Commodities Facility (RCF), uma linha de financiamento criada em 2019 para apoiar produtores do Cerrado a cultivar soja sem desmatar, com taxas reduzidas. 

O movimento das empresas tem apoio do governo britânico e antecipa uma lei em tramitação que propõe barrar compras de commodities ligadas a desmatamento ilegal. A iniciativa soma-se à decisão das varejistas francesas de parar de comprar soja de desmatamento recente no Cerrado

Fonte: Valor Econômico.

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