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Empresas brasileiras demonstram baixo desempenho em ranking de bem-estar animal global

Líder global na avaliação dos padrões de bem-estar animal adotados por algumas das maiores marcas de alimentos e restaurantes do mundo, o sétimo relatório Business Benchmark on Farm Animal Welfare (BBFAW 2018) aponta que as empresas brasileiras avaliadas tiveram um desempenho menor do que o alcançado na última edição.

Em relação à 2017, BRF e JBS caíram um nível no ranking, do nível 2 ao 3, se igualando a Marfrig que manteve a mesma posição do ano passado. A edição de 2018, também passou a incluir as empresas Aurora e Minerva – respectivamente no penúltimo e no último nível do levantamento, além do Habib’s – primeira cadeia de restaurantes brasileira incluída no relatório.

Realizado com o apoio da Proteção Animal Mundial e da Compassion in World Farming, o BBFAW 2018 classificou 150 empresas, em 23 países, dos níveis 1 a 6 – sendo o nível 1 o melhor e 6 o pior. “A conclusão geral é que enquanto algumas empresas de alimentos trabalham duro para melhorar o bem-estar animal em suas cadeias de fornecimento, outras nem sequer incluem o tema em sua agenda de trabalho”, declara o gerente de agropecuária sustentável da Proteção Animal Mundial, José Rodolfo Ciocca.

Ao integrarem pela primeira vez o levantamento, as empresas Aurora e Minerva foram classificadas respectivamente no penúltimo e no último nível do levantamento. No geral, faltou clareza sobre as posições das empresas para questões como confinamento, uso de substâncias promotoras de crescimento e antibióticos, entre outras.

“Ambas as empresas não divulgaram informações claras sobre se possuem e implementam políticas que visem o bem-estar animal e nem os resultados de seus esforços na área”, explica Ciocca, lembrando que em 2018 a metodologia do BBFAW passou a enfatizar informações públicas trasmitidas pelas empresas em seus relatórios de desempenho, em especial, avanços que proporcionam melhoras reais na vida dos animais.

Justamente a falta de informação atualizada e de clareza em seus relatórios, foram as principais causas da queda de nível da BRF e JBS. Após figurarem na posição 2 na edição de 2017, ambas as empresas caíram para o nível 3 do ranking, se igualando a Marfrig que manteve a mesma posição do ano passado.

“Nossa recomendação é que as empresas melhorem a qualidade e mantenham atualizadas as informações fornecidas ao público. É preciso deixar claro a posição da companhia em elementos-chaves do bem estar animal, como confinamento, mutilações, insenibilização pré-abate e transporte de animais vivos”, conclui Ciocca.

Entre as 155 empresas avaliadas em 2018 constam marcas como Burger King, Danone, Hersheys, McDonald’s, Starbucks, Subway, Unilever e Walmart. Em comparação ao primeiro BBFAW, realizado em 2012, hoje pode-se afirmar que:

  • 53% das empresas possuem determinações explícitas de seus conselhos administrativos ou direção executiva sobre o bem-estar dos animais de fazenda (comparado com 22% em 2012);
  • 71% publicaram objetivos formais e compromissos para melhorar o bem-estar dos animais de fazenda (comparado com 26% em 2012);
  • Entre as 55 empresas participantes do BBFAW desde 2012, 82% melhoraram seu desempenho: 17 (31%) subiram um nível, 20 (36%) subiram dois níveis e 8 (15%) subiram três níveis.

Por outro lado, apenas um pouco mais da metade das empresas informa sobre a proporção de animais livres de confinamento; somente uma em cada quatro empresas fornece informações sobre a proporção de animais que são insensibilizados antes do abate e apenas uma em cada cinco empresas apresenta relatórios sobre o tempo de transporte de animais vivos.

“Produtores de alimentos, supermercados e cadeias de restaurantes não podem mais ignorar o bem-estar animal. Os consumidores de hoje possuem mais informações e mostram que se importam cada vez mais com o bem-estar dos animais quando decidem onde comprar e comer”, afirma o diretora-executiva da Proteção Animal Mundial no Brasil, Helena Pavese. Para acessar o relatório completo: www.protecaoanimalmundial.org.br

Fonte: Dinheiro Rural.

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