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Empresa uruguaia produz gado de corte no Texas, EUA

A empresa uruguaia Conexión Ganadera começou a explorar um estabelecimento pecuário no Estado do Texas, nos Estados Unidos, no marco de um fundo de investimento em pecuária, onde já conta com 3.800 hectares e segue apostando crescer.

A empresa já vende dois cortes bovinos de alto valor – bife ancho e bife angosto – e carne moída produzidas no Uruguai através da internet nos Estados Unidos – e as nevascas fizeram crescer as vendas. Após dois anos de trabalho buscando clientes e fazendo-se conhecer no mercado de elite, hoje o principal cliente da carne uruguaia com marca El Terruño nos EUA é o segmento de restaurantes de elite.

Segundo o gerente da empresa, Pablo Carrasco, este segmento é um “cliente cativo, no sentido de que é difícil encontrar nos EUA um fornecedor de carne a pasto que possa vender dois ou três cortes de alta qualidade. Nos EUA, os produtores de carne a pasto são proprietários de 10 ou 15 vacas e, quando vendem, querem vender todos os cortes”. Com exceção de algumas empresas australianas, não existem no mercado fornecedores da escala do Uruguai e essa é uma grande vantagem.

As vendas de carne bovina uruguaia desossada (tudo com rastreabilidade) pela internet pela Conexión Ganadera nos Estados Unidos “começou em um ritmo muito bom sem fazer muita publicidade”.

Agora, além do avanço nas vendas de carne com marca, a empresa aposta na produção de gado a pasto no Texas. Os investidores da empresa – muitos de fora do setor agropecuário – investem dinheiro, compram o gado e começam a produzir esses animais em um estabelecimento agropecuário. Depois, o valor que esses animais criam em seu processo de produção se divide entre as partes, segundo contrato de capitalização firmado entre eles e supervisionado pela Conexión Ganadera.

No caso do estabelecimento no Texas, é um negócio similar ao desenvolvido pela empresa no Uruguai, “onde se arrenda um campo para quem investir na terra. Esses estabelecimentos que compramos ou arrendamos, são povoados com gados de capitais americanos”, disse Carrasco. A intenção é ir crescendo e gerar uma relação com uma rede de investidores americanos que permita valorizar o negócio; não há antecedentes de uma aposta similar de empresas uruguaias na pecuária dos EUA.

Ele disse que a realidade da pecuária dos Estados Unidos e, principalmente, do Texas, é bastante diferente da realidade uruguaia e não somente pelos preços. “O desenvolvimento do estabelecimento no Texas será um processo lento. Há um processo que não se pode acelerar, como a prenhez da vaca e o acúmulo de credibilidade a nível de investidores. Aqui no Uruguai demorou 15 anos. Hoje, nos Estados Unidos, há uma enorme desconfiança com relação aos estrangeiros”.

O custo de arrendamento está em torno de US$ 90 por hectare. Os primeiros investidores para o estabelecimento no Texas são uruguaios e argentinos que já tinham dinheiro nos Estados Unidos, que recebem em torno de 5% e 6% anual.

O estabelecimento do Texas consiste de antigas zonas de produção de arroz que foram abandonadas devido às grandes secas. “Hoje, converteram-se em campo natural, com pastagens de verão”. Carrasco disse que a média de chuvas é de 1.200 milímetros anuais e que, na pecuária da região, usam-se raças zebuínas que são cruzadas com raças pesadas.

Fonte: El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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