Empresa da Indonésia terá maior confinamento da China

O desenvolvimento da cadeia produtiva de carne bovina na China será acelerado no próximo ano, quando a principal empresa confinadora da Indonésia, Santori, construir o maior confinamento do país. O gerente geral da Santori disse que a queda no comércio de gado vivo entre Indonésia e Austrália foi umas das maiores causas por trás da decisão de ampliar sua base na China.

A Santori é a divisão de carne bovina da companhia agrícola de capital aberto da Indonésia, Japfa, e tem mais de 17 anos de experiência em operações de carne bovina. Agora, é a maior operadora de confinamentos no Sudeste da Ásia. “A Santori está investigando um ponto de entrada no mercado de carne bovina de mais rápido crescimento como consequência dos problemas no comércio de gado vivo entre Austrália e Indonésia”, disse o gerente geral da Divisão de Carne Bovina da Japfa, Samuel Wibisono.

Ele disse que o início das operações na China foi decidido porque o governo da Indonésia está buscando a autossuficiência em carne bovina em dois anos, limitando importação de gado vivo. “O Governo demonstrou seu compromisso com a autossuficiência, às custas dos preços inflados da carne bovina, continuando a redução na cota de importação, forçando a substituição pelos consumidores por outras carnes mais baratas”.

Santori continuará seus investimentos para dar suporte ao programa de autossuficiência do governo por meio de suas operações de engorda na Indonésia: o confinamento Probolinggo em East Java e aumentando seu palntel de cria de 14.000 cabeças com o início da integração de pastagens e palma em Kalimantan. Entretanto, a empresa agora decidiu desenvolver uma nova base na China, que representa um mercado com forte potencial de crescimento.

Uma equipe da Santori recentemente pesquisou potenciais locais para confinamento na China e assinou um contrato para construir um confinamento de 30.000 cabeças em uma região de 200 hectares na Província de Shandong. O desenvolvimento também incluirá uma área adicional de 500 hectares de agricultura.

A província de Shandong está localizada nas Planícies Centrais da China, conhecida pela agricultura. As oito províncias ao redor da Província de Shandong têm mais de 500 milhões de pessoas, duas vezes o tamanho da Indonésia.

Wibisono disse que a Santori foi atraída pela “ótima recepção” que recebeu do governo local da China em termos de desenvolvimento de infraestrutura e subsídios para produção agrícola. Uma delegação do distrito de Hekou, província de Shandong, visitou o confinamento da Santori na Indonésia.

A delegação, encabeçada por Tongzhu Yang, vice-prefeito do município de Dongying, ficou impressionada pelo “alto nível de sofisticação pela equipe de administração e está confiante de que a Santori será um importante elo da indústria de carne bovina da China”.

Wibisono disse que o confinamento dependerá de duas fontes de gado – bezerros locais da indústria leiteira da China e gado de corte da região Nordeste, que são tipicamente gado estilo europeu, como Limousin, Charolais e Simmental. A indústria de confinamento da China atualmente consiste de várias pequenas operações familiares alimentando menos de 200 cabeças e um número pequeno de confinamentos de tamanho médio alimentando menos de 10.000 cabeças. O confinamento de 30.000 cabeças da Santori será o maior do país.

Wibisono disse que parece haver um forte interesse no desenvolvimento de uma nova indústria de confinamento  na China. Embora as estatísticas sejam difíceis de se analisar, ele disse que há sinais de que o país já está consumindo seu próprio rebanho de corte. “Assim, eu acredito que a China abrirá suas portas para gado, como a Indonésia fez nos anos noventa, porque eles já vêem benefícios de agregar valor à produção de animais confinados após inspecionar nosso confinamento”.

Embora o confinamento da Santori seja focado em alimentar gado chinês criado localmente, ele disse que os países buscam desenvolver um comércio de exportação de gado. “A Austrália precisa agir rapidamente para obter acesso a mercados”.

A reportagem é do Beefcentral.com, resumida e traduzida pela Equipe BeefPoint.