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Empresa amplia unidades já autorizadas a vender à China

A ansiedade de donos de frigoríficos com a demora de Pequim em liberar mais abatedouros do Brasil a exportar carne bovina ao país asiático passa ao largo da JBS.

Ao contrário de seus concorrentes, que contam com as novas habilitações para ampliar a exportação e se beneficiar da demanda aquecida do país asiático, a JBS adotou uma estratégia diferente.

Em teleconferência com analistas, Wesley Batista Filho, executivo responsável pelas operações da JBS na América do Sul, afirmou que a companhia concentrou os investimentos no Brasil na ampliação da capacidade dos frigoríficos de bovinos já autorizados por Pequim.

No ano passado, a JBS investiu R$ 45 milhões para elevar a capacidade dos abatedouros de Ituiutaba e Iturama, em Minas Gerais. Ambas estão aprovadas pelos chineses. A unidade de Barra do Garças (MT), igualmente habilitada, também foi ampliada no ano passado. Em junho deste ano, a companhia voltou a anunciar investimentos para aumentar a capacidade em Ituiutaba.

A analistas, Batista Filho afirmou que os aportes em curso devem ser concluídos entre o fim do terceiro trimestre e o início do quarto. Esses investimentos devem permitir uma ampliação de 15% a 20% do potencial de exportação da JBS à China, de acordo com o executivo do grupo.

Com isso, a companhia consolida a liderança que já possui no mercado chinês – a JBS também exporta o produto a partir da Austrália. “Temos todas as condições de ser um fornecedor preferencial da China”, disse o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, durante a teleconferência.

Questionado sobre o processo de habilitação de novas plantas, Tomazoni indicou dar menor importância ao tema. “Abertura de planta não é processo que controlamos. O que temos certeza é que nossas instalações estão em nível excelente”, disse.

Nos bastidores, há quem diga que novas habilitações podem não ser necessariamente boas para a empresa. A avaliação é que, como a JBS é a empresa que possui mais plantas autorizadas pela China – seis de 15 -, a liberação de dezenas de abatedouros poderia pressionar a cotação da carne exportada pela JBS.

Fonte: Valor Econômico.

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