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Empreendedor faz sucesso vendendo carne premium por R$ 10

Com 58 anos de idade, Valdomiro Poliselli Júnior lembra com carinho de sua infância. Nascido em Colina, no interior de São Paulo, ele passou grande parte de sua vida na fazenda de sua família, que tinha um negócio de produção de leite. Mas seu futuro não estava nos lácteos, e sim nas carnes de alta qualidade.

E este futuro se materializou com a fundação da VPJ Alimentos, um conglomerado de empresas cujos negócios abrangem toda a cadeia produtiva de carnes premium – da produção da genética bovina até a venda para o consumidor final.

Com essa cadeia unificada, a VPJ consegue cortar o custo de valor agregado de diversas etapas da produção. Consequentemente, quando o produto chega ao consumidor – no caso do conglomerado, por meio de sua rede de restaurantes Stockyards –, está mais barato.

Conforme a PEGN já abordou anteriormente, uma carne premium custa 10% a mais que produtos tradicionais. Além do processo produtivo mais caro, esse preço se justifica pela qualidade desse tipo de alimento – superior à das carnes commodities. Na Stockyards, porém, um espetinho de filé de angus (um dos carros-chefe da empresa) custa apenas R$ 9,90.

A rede também comercializa sanduíches feitos com carnes especiais. O mais caro deles, chamado Steak Burger Ribeye, custa R$ 26,90. “Com a Stockyards, tentamos trazer um ambiente descontraído, temático, com comida de qualidade e um preço camarada”, diz Poliselli.

Visão de negócios

Poliselli conta que enxergou o potencial das carnes especiais antes de elas se transformarem em uma tendência no Brasil. Ele começou a desenvolver o seu rebanho de angus na década de 1990. “Na época, ninguém criava essa raça fora do Rio Grande do Sul.”

Segundo o empreendedor, a raça começou a se espalhar pelo país apenas nos anos 2000, quando o processo de confinamento (que tem como objetivo engordar o boi rapidamente) se popularizou. Com isso, o mercado começou a procurar bois mais precoces, e o cruzamento entre angus e zebu se mostrou uma ótima alternativa.

Seu contato inicial com o angus foi em 1994, quando viajou para o Canadá, onde a raça é muito popular. Encantado com o animal, Poliselli passou a pesquisar a respeito. Nesse processo, descobriu características da gordura da carne (como o marmoreio) que considerou ideais para o padrão de consumo do brasileiro. A ficha caiu na hora: deveria investir nisso.

O negócio começou se limitando a desenvolver e aprimorar a genética dos animais. Poliselli só embarcou no processo de abate em 2004, quando fundou um frigorífico e estruturou o conglomerado da VPJ. Toda a carne produzida pela empresa tem sua qualidade certificada pela Associação Brasileira de Angus.

Parceria com produtores

Os bois abatidos pela VPJ são produzidos por pecuaristas parceiros. “Esse projeto é muito interessante para o produtor, pois apresenta ganhos até 25% maiores do que manejos tradicionais.”

A empresa também toma o cuidado de orientar os produtores durante todo o processo de engorda do animal. Dessa forma, é possível alcançar a padronização necessária para trabalhar com este tipo de produto.

Hoje, a VPJ trabalha com 23 tipos de touros diferentes, todos qualificados como premium. O negócio atende cerca de 5 mil clientes no Brasil, com um portfólio de até 20 cortes diferentes de carne.

A Stockyards também conta com um ambiente diferenciado para chamar atenção dos clientes. (Foto: Divulgação)

A Stockyards, em específico, aposta em uma linha de produtos mais simples, com menor variedade. “Os produtos foram desenvolvidos para que o cliente possa realmente aproveitar o sabor da carne.” Os pratos tem, em média, 150 gramas de carne com salada e condimentos.

Franchising

Lançada em 2017, a rede também aposta em uma ambientação imersiva para atrair clientes. Todos os aspectos do negócio, desde o ambiente até as músicas, são pensados para remeter ao meio rural.

Atualmente, a Stockyards conta com quatro unidades, espalhadas por cidades do interior de São Paulo. Para comprar uma franquia, o empreendedor precisa de um investimento inicial de R$ 550 mil.

A rede cobra 5% do faturamento da unidade em royalties e 2% como taxa de marketing. A expectativa é que a rede feche 2019 com sete unidades abertas e um faturamento de R$ 9,5 milhões.

Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios.

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