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Emissões de gases de efeito estufa cresceram 9,5% no Brasil, diz Observatório do Clima

As emissões brasileiras de gases de efeito estufa em 2020 cresceram 9,5%, puxadas pela alta do desmatamento, principalmente na Amazônia. É um dado na contramão do que ocorreu no mundo, que registrou queda das emissões em quase 7% devido à pandemia de covid-19. O Brasil, em 2020, registrou o maior volume de emissões desde 2006. 

Estas são as últimas estimativas do SEEG, o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, do Observatório do Clima. Anualmente o SEEG calcula as emissões brasileiras. Esta é a nona edição e foi lançada nesta quinta-feira (28). O SEEG calculou em 2,16 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e) as emissões nacionais brutas em 2020. Foram 1,97 bilhão em 2019.

“Com o aumento da emissão e a queda de 4,1% no PIB, o Brasil ficou mais pobre e poluiu mais”, diz a nota enviada à imprensa.

Descontando a remoção de carbono da atmosfera pelas florestas secundárias e as áreas protegidas (unidades de conservação e terras indígenas), as emissões líquidas do Brasil em 2020 foram de 1,52 GtCO2e, o que representou um aumento de 14% em relação a 2019.

Dos cinco setores da economia que respondem pela virtual totalidade das emissões do Brasil, três tiveram alta, um teve queda e um permaneceu estável, diz a nota à imprensa. 

O setor de energia, que respondeu por 18% das emissões brasileiras em 2020 teve queda de 4,6%. Isso ocorreu em resposta direta à pandemia, que nos primeiros meses de 2020 reduziu o transporte de passageiros, a produção da indústria e a geração de eletricidade”, explica a nota. 

As emissões da agropecuária registraram alta, de 2,5%, a maior desde 2010. Se a crise diminuiu o consumo de carne, com uma redução de quase 8% no abate de bovinos, isso também aumentou em 2,6 milhões de cabeças o rebanho nacional. As emissões de metano por fermentação entérica (o arroto do boi) também cresceram. 

O setor de resíduos também registrou alta nas emissões com 1,8% a mais. Os processos industriais, representados sobretudo pela fabricação de aço e cimento, atividades altamente emissoras, permaneceram estáveis em suas emissões na pandemia. 

O desmatamento na Amazônia e no Cerrado — que, somados, perfazem quase 90% das emissões de uso da terra — foi o grande responsável por emissões de 998 milhões de toneladas de CO2e em 2020, um aumento de 24% em relação a 2019.

“Mudança de uso da terra mais uma vez desponta como a principal fonte de emissão do Brasil. 2020 foi o ano que tivemos as maiores emissões do setor em 11 anos, um reflexo claro do desmonte em curso da política ambiental, que tem favorecido a retomada das altas taxas de desmatamento”, diz Ane Alencar, diretora de Ciência do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), organização responsável pelo cálculo de emissões do setor no SEEG. 

Fonte: Valor Econômico.

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