Em meio às dúvidas quanto ao impacto da pandemia do novo coronavírus para o setor de proteína animal, a Embrapa Suínos e Aves (Concórdia/SC) publicou duas instruções técnicas que esclarecem que o vírus da covid-19 é essencialmente transmitido de humano para humano. De acordo com os pesquisadores que assinam o material, novos estudos sobre as características do SARS-CoV-2 demostraram que suínos e outros animais de produção não se infectam com o vírus e tampouco são hospedeiros.
“A pandemia não impede o prosseguimento das atividades avícola e suinícola no país”, informou a Embrapa, em nota. A estatal reforço, contudo, que os cuidados com higiene devem ser redobrados.
Como o contágio é entre humanos, os pesquisadores destacaram a importância de que sejam adotadas medidas de biosseguridade nas granjas. Entre elas está a restrição do acesso desnecessário de pessoas nas instalações, reforço da prática de desinfecção rotineira de materiais que entram na granja e distanciamento mínimo de um metro entre funcionários — isso mesmo sem que eles apresentem sintomas aparentes.
Os pesquisadores recomendam, ainda, que o produtor use roupas e calçados exclusivos para o trabalho na granja e, quando possível, tome banho antes de acessar novamente a área.
No retorno às suas casa, é indicado que os trabalhadores retirem os sapatos, lavem as mãos com água e sabão e, se possível, tomem banho imediatamente.
Consta também nas instruções destinadas a suinocultores e avicultores a informação de que alguns coronavírus são zoonóticos – ou seja, transmissíveis entre humanos e animais -, mas que a grande maioria não é.
Como exemplo, foram citados os vírus da Diarreia Epidêmica dos Suínos (PED) e da Gastrenterite Transmissível (TGE), que acometem apenas suínos.
Na avicultura, o exemplo foi o do vírus da bronquite infecciosa, que pode ser encontrado em galinhas.
Os pesquisadores Clarissa Vaz, Iara Trevisol e Luizinho Caron são os autores das publicações.
Fonte: Valor Econômico.