Rastreabilidade versus Realidade
15 de fevereiro de 2002
Italianos procuram parceiros no setor agroalimentar do Sul
19 de fevereiro de 2002

Embrapa pesquisa vacina contra o carrapato

Até o final de 2002, a Embrapa Gado de Corte (MS) deve encerrar uma pesquisa para desenvolver uma vacina contra carrapatos bovinos (Boophilus microplus). A proteína BMTI, que impede que o carrapato se fixe no gado, já foi isolada e sequenciada e agora está sendo testada nos animais. Os trabalhos, com recursos da Fapesp e Embrapa, são desenvolvidos em conjunto com a Escola Paulista de Medicina há quatro anos e consiste no estudo de inibidores de enzima de carrapato. Os testes que estão sendo realizados nos animais devem verificar qual o grau de imunidade.

O pesquisador de saúde animal da Embrapa, Renato Andreotti, disse que a vacina brasileira é “mais interessante que a cubana, que utiliza a proteína BM 95, retirada do intestino do carrapato”. Testes preliminares apontam para a imunidade em torno de 73% de proteção. “Após esta fase, temos que converter o conhecimento em tecnologia. Será desenvolvida uma proteína recombinante, expressa por bactéria ou fungo, para produção em larga escala”, destacou Andreotti. A proteína recombinante também deverá passar por uma série de testes, para garantir que tenha a mesma eficácia da proteína ativa.

Rotação de pastagens

No Rio Grande do Sul, o médico veterinário Márcio Amaral, extensionista da Emater de Alegrete, defende que a prática do pastoreio rotativo pode reduzir a necessidade de tratamentos carrapaticidas no rebanho bovino. “Se o produtor faz banhos a cada 40 dias, a periodicidade pode se prolongar por 60 dias”. destacou. Isto acontece porque as formas infestantes do carrapato se concentram no pasto. “Quando não tem gado na pastagem, os carrapatos acabam morrendo pela falta de hospedeiros”, ressaltou.

Para a implantação do sistema de pastoreio rotativo, em que o rebanho é colocado alternadamente em diferente potreiros, é necessário cercamento de áreas. Amaral enfatizou que o pastoreio rotativo também traz melhorias às pastagens. “Este procedimento simples pode reduzir bastante a aplicação intensiva de produtos químicos no tratamento dos animais, que já resultou em grandes problemas para os pecuaristas”, salientou, lembrando que no Alegrete existe uma região onde o manejo inadequado de produtos químicos acabou tornando os parasitas resistentes. Em função disto, os produtores se vêem obrigados a utilizar produtos injetáveis, que deixam alta contaminação residual.

Fonte: Correio Popular, adaptado por Equipe BeefPoint

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress