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Em cinco anos, produção de carnes de Mato Grosso vai subir 40%, diz banco

Inovação e desenvolvimento de sistemas integrados colocam Mato Grosso também na liderança da produção de proteínas, posição que o estado já ocupa no setor de grãos.

Apesar dos desafios logísticos, o produtor da região médio-norte do estado já consegue uma produção com custo bem menor do que o de outras regiões tradicionais do país.

Mesmo com as longas distâncias para portos e regiões consumidoras, como a Grande São Paulo, o produtor mato-grossense é compensado pela economia na compra da alimentação para os animais.

Essa avaliação faz parte de estudo de Adolfo Fontes, analista de proteína do Rabobank. Especializado em agronegócio, o banco vem fazendo um raio-X das possibilidades agroindustriais do estado.

Até 2023, o crescimento médio anual da produção de carne bovina será de 5% no estado, atingindo 1,7 milhão de toneladas naquela data.

Já a produção de carne de frango terá evolução de 9%, somando 757 mil toneladas, e a suína irá a 305 mil, com crescimento anual de 7%.

Para Fontes, em 2023, Mato Grosso produzirá 2,76 milhões de toneladas dessas proteínas, 39% da produção nacional.

Com isso, o estado será responsável por 15% da produção total de carne bovina do país, 5% da de frango e 7% da suína.

A opção dos produtores de Mato Grosso por uma produção maior de proteínas ocorre exatamente por causa do custo da logística. O produtor agrega valor ao produto local e transporta volumes menores.

Além disso, a disponibilidade de ração aumenta ano a ano na região. Se todos os projetos de fabricação de etanol de milho já programados forem implementados, o estado consumirá 4,7 milhões de toneladas de milho, o que gerará 1,2 milhão de toneladas de DDGS (coproduto derivado de milho na produção de etanol).

O preço dessa matéria-prima ainda não está definido para o estado nos próximos anos, mas a expansão da indústria de etanol de milho trará mais uma garantia de nutrientes para a nutrição animal.

Além de um forte abastecedor do mercado interno, o estado se consolidará como exportador de proteínas, na visão do analista.

A produção de proteínas em propriedades com economia circular –onde os resíduos animais se tornam coprodutos– insere a carne em um modelo sustentável.

Essa produção reduz o impacto ambiental e eleva o interesse de consumidores que buscam produtos sustentáveis.

Não certificado

A aquisição de couro bovino não certificado pelos curtumes brasileiros vem caindo, mas ainda é elevada. No primeiro trimestre deste ano, as indústrias compraram 8,6 milhões de peças inteiras de couro, um número 10% superior ao de bois abatidos no mesmo período. De janeiro a março de 2017, o percentual era de 11,4%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mato Grosso é o maior fornecedor de couro do país, com 16% do total. Mato Grosso do Sul (14%) e São Paulo (13%) vêm a seguir.

Fonte: Folha de São Paulo.

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