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Em alta, os desembolsos de crédito rural já se aproximam de R$ 110 bilhões

O bom momento do setor agrícola voltou a sustentar a procura por crédito rural em novembro. Nos cinco primeiros meses desta safra 2020/21, os desembolsos foram 19% maiores que no mesmo período do ciclo passado, para R$ 108,8 bilhões. O número de contratos teve uma leve alta de 3% e ultrapassou a marca de 1 milhão.

A demanda continuou alta em quase todas as frentes. Apenas o crédito para comercialização caiu 7%, para R$ 9,4 bilhões, em parte pela alta liquidez das vendas das colheitas, principalmente de grãos. O desembolso para custeio cresceu 13%, para R$ 60,2 bilhões, e para investimentos saltou 46%, para R$ 32,4 bilhões.

Com o produtor determinado a investir, o caixa esvaziou cedo. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BDNES), depois de suspender financiamentos, reabriu os pedidos do Moderfrota com R$ 740 milhões e da linha do Pronaf para aquisição de máquinas em meados novembro. Os recursos duraram pouco tempo e os programas foram fechados novamente antes da virada do mês. A instituição também bloqueou empréstimos do Moderinfra, para financiamento de equipamentos de irrigação e cultivos protegidos.

João Luiz Guadagnin, consultor em crédito e desenvolvimento rural, diz que o volume de recursos da subvenção ficou aquém das necessidades apontadas ao governo. Parte do dinheiro equalizado para a agricultura familiar acabou em outubro, fato inédito em mais de 20 anos de Pronaf. “Houve o cancelamento de muitos contratos já assinados e de pedidos de compra de máquinas e equipamentos”, afirma.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tenta um aporte extra de R$ 4 bilhões para reforçar as linhas do Plano Safra que já deram sinais de esgotamento. Os recursos são para equalizar os juros dos programas de investimentos, já que a Pasta não cogita remanejamento de valores com a forte procura em todas as frentes.

O aperto fiscal do governo, porém, é um entrave para a equipe econômica conseguir atender essa demanda. O Ministério da Economia destinou R$ 11,5 bilhões para equalização de juros no ciclo 2020/21, 75% dos quais (R$ 8,63 bilhões) para apoiar os investimentos, que são operações de mais longo prazo, mais caras e que consomem mais recursos federais. Grande parte do valor foi desembolsado e o restante está comprometido com operações que aguardam finalização.

Na visão do subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri, o fluxo de saída do crédito rural reflete as condições favoráveis ao agronegócio, que “deslanchou” na pandemia. Ele destacou a forte procura por investimentos sustentáveis. “O Programa ABC já foi todo e existe a expectativa de os bancos criarem linhas por fora, com recursos próprios e condições iguais para atender a demanda pelos recursos diferenciados para práticas sustentáveis”, disse ao Valor. Dos R$ 2,5 bilhões destinados à linha na safra 2020/21, R$ 1,8 bilhão já foram emprestados e os pedidos estão suspensos no BNDES.

As contratações com Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) reagiram, mas ainda estão 5% abaixo do patamar de 2019, com R$ 12,4 bilhões. As fontes controladas são responsáveis por 74% dos desembolsos e os recursos livres somam 26%.

Fonte: Valor Econômico.

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