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Eficácia de uma associação de avermectinas contra helmintos de bovinos resistentes à ivermectina e doramectina

O uso indiscriminado de lactonas macrocíclicas em bovinos para controle de carrapatos e helmintos tem favorecido o aparecimento de resistência anti-helmíntica em vários países (Anziani, 2000; Gasbarre e Smith, 2007).

No Brasil, a partir de 1998 foram comercializados fármacos formulados com lactonas macrocíclicas com concentrações superiores à preparação de 1%, até então comercializada. Hoje, além das drogas endectocidas com dose de 200 µg/kg p.v., há disponíveis no mercado drogas endectocidas de até 1.000 µg/kg p.v., para bovinos (Sindan, 2007).

Com o aumento da concentração e modificações na fórmula, a farmacocinética dos fármacos endectocidas apresentam mudanças. As formulações com concentrações acima de 3,0% de ivermectina demonstram absorção mais lenta do que a formulada com ivermectina 1%, apresentando uma variação no tempo da concentração máxima (Tmax), o que pode influenciar a eficácia do medicamento analisada em um determinado período após a administração.

Em bovinos, o Tmax de ivermectina 1% varia de 3 a 4 dias, enquanto que para ivermectina 3,15% é de 11 dias. Desse modo, a formulação com concentração de 3,15% de ivermectina demonstra absorção mais lenta do que a formulada com ivermectina 1% (Toutain et al, 1997; Santos et al, 2003).

Dos relatos de resistência anti-helmíntica em bovinos no Brasil, somente alguns avaliaram endectocidas com concentrações superiores a 1% (Nascimento et al., 2003; Paes-Oliveira et al, 2006). Nenhum dos trabalhos avaliou a eficácia dos fármacos além de 14 dias após a administração do medicamento.

O objetivo deste trabalho foi verificar a eficácia de três produtos comerciais endectocidas de ação prolongada, com dosagens entre 200 µg/kg p.v. e 700 µg/kg p.v., contra helmintos gastrintestinais de bovinos, utilizando o teste controlado com infecção artificial, em avaliações realizadas 14 e 28 dias após a administração do fármaco.

Foram utilizados quatro tratamentos, dois grupos por tratamento: T1 – Grupo controle, T2 – doramectina 1% (Dectomax®, Pfizer), T3 – ivermectina 3,15% (Ivomec Gold®, Merial) e T4 – ivermectina 2,25% + abamectina 1,25% (Solution®, Intervet/Schering-Plough). Com o objetivo de avaliar a persistência da eficácia dos fármacos, um conjunto de quatro grupos experimentais foi necropsiado 14 dias após o tratamento e os outros quatro grupos foram necropsiados 28 dias após o tratamento. Na avaliação realizada 14 dias após o tratamento, a eficácia anti-helmíntica foi de T2 – 80%, 66% e 39%; T3 – 40%, 18% e 52%; e T4 – 74%, 97% e 95%, contra H. placei, C. punctata e O. Radiatum, respectivamente.

A eficácia calculada 28 dias após o tratamento foi de T2 – 18%, 85% e 0%; T3 – 0%, 52% e 0%; e T4 – 89%, 98% e 86%, contra H. placei, C. punctata e O. radiatum, respectivamente. Dessa maneira, H. placei foi identificado como resistente aos fármacos estudados. C. punctata e O. radiatum foram identificados como resistentes à doramectina 1%, ivermectina 3,15% e sensíveis à associação de avermectinas.

Veja abaixo o artigo técnico completo. O artigo pode ser baixado aqui.

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