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31 de dezembro de 2008

Efeitos do manejo de desmama sobre o desempenho e o retorno econômico de bovinos confinados

O desempenho de bovinos de corte durante o período de confinamento é influenciado principalmente por fatores de ocorrência durante o confinamento, como aspectos nutricionais, genéticos e o arraçoamento. Contudo, a preparação do bovino para o período de terminação, também poderá influenciar no desempenho desses animais durante a terminação, principalmente nos casos de confinamento pós-desmama. Os diferentes manejos poderão gerar mais ou menos produção, alterando assim o custo de produção e consequentemente o retorno econômico. Portanto, a origem do animal (genética), e o manejo utilizado da desmama ao confinamento podem determinar melhor ou pior desempenho de bovinos de corte confinados.

O desempenho de bovinos de corte durante o período de confinamento é influenciado principalmente por fatores de ocorrência durante o confinamento, como aspectos nutricionais, genéticos e o arraçoamento. Contudo, a preparação do bovino para o período de terminação, também poderá influenciar no desempenho desses animais durante a terminação, principalmente nos casos de confinamento pós-desmama.

Os diferentes manejos poderão gerar mais ou menos produção, alterando assim o custo de produção e consequentemente o retorno econômico. Portanto, a origem do animal (genética), e o manejo utilizado da desmama ao confinamento podem determinar melhor ou pior desempenho de bovinos de corte confinados.

O crescente aumento de estruturas de confinamento no Brasil, não só para terminação de animais próprios, bem como, para prestação de serviço de terminação de bovinos, traz um grande interesse em elucidarmos os principais gargalos do manejo e transporte de animais a serem confinados.

Step et al. (2008) avaliaram o manejo de desmama utilizado, bem como a origem e o manejo pós-desmama de bovinos confinados durante 42 dias. Os animais foram confinados e avaliados em um centro de pesquisa de bovinos de corte no estado de Oklahoma nos Estados Unidos. Foram utilizados 509 animais, divididos nos seguintes grupos: Leilão (animais de várias origens adquiridos no mercado), Desmama (animais de uma única origem e enviados ao confinamento imediatamente após a desmama), Desmama 45 (animais de uma única origem, desmamados e “recriados” por 45 dias antes de serem enviados ao confinamento) e Desmama 45VAC (animais de uma única origem, desmamados, vacinados contra clostridioses e doenças respiratórias, “recriados” por 45 dias e enviados ao confinamento após isso. Todos os animais foram posteriormente identificados, desverminados e vacinados (clostridioses e doenças respiratórias) 24 horas após o desembarque.

Durante os 42 dias após a chegada dos animais ao confinamento, não foram observadas diferenças significativas em peso vivo e no ganho de peso dos animais manejados das diferentes maneiras (Tabela 2). Os autores observaram diferença na ingestão total de matéria seca, sendo maior para os animais do grupo Desmama 45, Desmama 45VAC e Leilão. Apesar das diferenças na ingestão de matéria seca total, não foi observada diferença significativa para conversão alimentar entre os tratamentos.

Apesar de não ocorrer diferenças quanto ao ganho de peso e conversão alimentar, foram observadas maiores ocorrências de doenças e mortalidade no grupo leilão em relação aos demais. Esse fato culminou com a elevação do custo de produção desses animais, com aumento do custo por kg produzido e consequentemente queda na lucratividade final (Tabela 2).

Tabela 2. Dados produtivos e custos de produção de bovinos confinados com diferentes manejos de desmama

Os dados nos mostram que o manejo de bovinos de corte confinados logo após a desmama tem interferência direta do tipo de manejo adotado sobre a eficiência econômica do sistema.

Não foram observadas diferenças significativas sobre os parâmetros produtivos, porém houve significativo efeito sobre os custos de produção, bem como os valores de mortalidade, mostrando não ser adequada a desmama no momento do transporte dos animais ao confinamento. A “recria” dos animais por mais 45 dias na mesma propriedade foi bastante eficiente em diminuir as ocorrências de doenças e mortalidade no período de confinamento.

Referências bibliográficas:

STEP, D.L.; KREBHIEL, C.R.; DEPRA, H.A.; CRANSTON, J.J.; FULTON, R.W.; KIRKPATRICK, J.G.; GILL, D.R.; PAYTON, M.E.; MONTELONGO, M.A.; CONFER, A.W. Effects of commingling beef calves from different sources and weaning protocols during a firty-two-day receiving period on performance and bovine respiratory disease. J. Anim. Sci., v. 86, p. 3146-3158, 2008.

DUFF, G.C.; GALYEAN, M.L. Recent advancesin managementof highly stressed, newly received feedlot cattle. A review., J. Anim. Sci., v. 85, p. 823-840, 2007.

0 Comments

  1. renato dos Santos disse:

    A informação fornecida no artigo, quanto um melhor retorno financeiro em animais no confinamento cuja origem foi de melhor manejo pós desmama é ferramenta que deve ser utilizada pelo comprador e considerada pelo criador, no sentido de que sua produção tenha um valor agregado maior.

    Acredito que isto será considerado regra pelos confinadores que reconhecerão o melhor animal e pagarão a mais.

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