O Brasil possui um rebanho bovino comercial de aproximadamente 170 milhões de cabeças (1). A bovinocultura brasileira desempenha importante papel econômico, em divisas, pelas exportações, além de empregar milhares de pessoas diretamente no campo, o que caracteriza uma ótima performance em agronegócios. Neste contexto, o rebanho zebuíno nacional, um dos maiores do mundo, vem sendo considerado como referência, sobretudo os da raça Nelore, mantendo-se como padrão para as nossas condições climáticas e também como base para cruzamentos industriais (2).
De um modo geral, para que a pecuária se mantenha eficiente e competitiva, deve estar alicerçada, sobretudo em três pontos importantes: genética dos animais, disponibilidade de alimentos de qualidade nutricional e um manejo sanitário estruturado.
O controle dos parasitos é parte fundamental no processo produtivo de bovinos, uma vez que pode influenciar negativamente o ganho em peso dos animais e, dependendo da severidade, pode levar à morte (8). Diversos trabalhos na literatura relatam o efeito positivo do uso de anti-helmíntico no consumo e na conversão alimentar de animais mantidos em pastagens (9). Experimentos, realizados no Brasil, demonstram o maior ganho em peso de animais tratados com endectocidas em relação aos não tratados (10).
Os escassos conhecimentos sobre os mecanismos de sobrevivência dos parasitos e o decréscimo de investimentos na inovação de moléculas anti-parasitárias, pela indústria farmacêutica veterinária, diminuem as perspectivas de surgimento de novos grupos químicos eficazes no controle das parasitoses (11). A associação de princípios ativos pode constituir uma alternativa promissora (12). Além disso, há pouca informação relacionando o efeito do emprego de anti-parasitários no desempenho reprodutivo de fêmeas zebuínas em condições tropicais.
Nesse contexto, a idade à puberdade é uma característica produtiva fundamental na pecuária de cria e está diretamente relacionada ao peso e composição corporal das novilhas (13). O atraso na ocorrência do primeiro parto irá acarretar importantes perdas econômicas. Em novilhas zebuínas, o peso ao início da estação de monta deve estar em torno de 300 a 330 kg. Além disso, pesos inferiores no início da estação irão comprometer o desempenho reprodutivo dessas fêmeas, afetar o peso ao parto, trazer conseqüências negativas ao desempenho animal na primeira lactação e na fertilidade da estação de monta subseqüente (15).
Assim, o presente estudo teve como objetivo comparar o desenvolvimento ponderal de bezerras recém-desmamadas, irmãs paternas, portadores de nematodioses, mantidas em pastagem de Brachiaria decumbens e submetidas ao controle estratégico de helmintos com a associação de Ivermectina 2,25% + Abamectina 1,25% LA ou com apenas Ivermectina 3,15% e correlacionar o efeito do ganho peso com a precocidade sexual (início da puberdade).
Com base nos resultados obtidos, podemos inferir que a associação de ivermectina + abamectina, constituiu numa alternativa promissora para o controle dessas verminoses e incremento do peso de fêmeas zebuínas.
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