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Efeito da administração de PGF2α no início do protocolo de sincronização de novilhas submetidas à TETF

Programas de sincronização da ovulação que controlam o desenvolvimento folicular e luteínico vêm sendo utilizados com sucesso para o emprego da IATF em fêmeas bovinas. Contudo, a adoção de protocolos de sincronização da ovulação com dispositivo intravaginal de progesterona em novilhas zebuínas não apresenta a mesma eficiência que em raças européias. Em novilhas zebuínas observa-se baixa taxa de ovulação ao final do tratamento, inviabilizando a utilização de protocolos convencionais com dispositivos intravaginais de progesterona para a IATF. Verifica-se, ainda, que níveis elevados de progesterona diminuem a freqüência de liberação do hormônio luteinizante (LH), o que pode comprometer a eficiência dos tratamentos com dispositivo intravaginal de progesterona. Dessa forma, novas e mais aprofundadas investigações são necessárias para melhorar o entendimento da endocrinologia e da dinâmica folicular, visando o aperfeiçoamento dos métodos de sincronização da ovulação para viabilizar a IATF e

Programas de sincronização da ovulação que controlam o desenvolvimento folicular e luteínico vêm sendo utilizados com sucesso para o emprego da IATF em fêmeas bovinas. Contudo, a adoção de protocolos de sincronização da ovulação com dispositivo intravaginal de progesterona em novilhas zebuínas não apresenta a mesma eficiência que em raças européias. Em novilhas zebuínas observa-se baixa taxa de ovulação ao final do tratamento, inviabilizando a utilização de protocolos convencionais com dispositivos intravaginais de progesterona para a IATF. Verifica-se, ainda, que níveis elevados de progesterona diminuem a freqüência de liberação do hormônio luteinizante (LH), o que pode comprometer a eficiência dos tratamentos com dispositivo intravaginal de progesterona. Dessa forma, novas e mais aprofundadas investigações são necessárias para melhorar o entendimento da endocrinologia e da dinâmica folicular, visando o aperfeiçoamento dos métodos de sincronização da ovulação para viabilizar a IATF e a TETF.

Com base nestas informações, o presente artigo tem como objetivo discutir resultados interessantes que foram apresentados por Reis et al. (2008) na última SBTE. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do tratamento com PGFBos taurus x Bos indicus) submetidas à transferência de embriões em tempo fixo (TETF). A hipótese dos autores foi que a administração de PGF no D0 poderia diminuir a concentração de progesterona durante o tratamento (por eliminação do corpo lúteo e, portanto da progesterona endógena), levando ao aumento da taxa de crescimento folicular, da taxa de ovulação, da taxa de aproveitamento e, conseqüentemente, da taxa de prenhez.

Nesse experimento foram utilizadas apenas novilhas cíclicas (n=228) apresentando escore de condição corporal ≥3 (escala de 1-5). Os animais foram divididos em dois grupos: PGF-D0-D8 (n=114) e PGF-D8 (n=114). No experimento de dinâmica folicular (Experimento 1) 30 novilhas receberam benzoato de estradiol e um dispositivo intravaginal de progesterona, em dia aleatório do ciclo estral (Dia 0). Desses animais, 15 compuseram o grupo PGF-D0-D8, recebendo 12,5 mg de Dinoprost (meia dose) no Dia 0. Os demais animais não receberam PGF (grupo PGF-D8) no início do protocolo (Dia 0). No Dia 8, procedeu-se a remoção do dispositivo e a administração de eCG e cipionato de estradiol em todos os animais. Ainda no Dia 8, as receptoras do grupo PGF-D0 receberam mais meia dose (12,5 mg) de dinoprost e as do grupo PGF-D8 receberam a dose completa de 25 mg. Avaliações ultrassonográficas foram realizadas de 12/12h após a retirada do dispositivo até 84h, para registrar o diâmetro máximo do folículo dominante, o diâmetro do folículo ovulatório, o momento da ovulação e a taxa de ovulação. No D17 foi mensurado o diâmetro do corpo lúteo.

Para o teste de prenhez (Experimento 2), foram utilizadas 198 novilhas (99 animais por grupo). Os mesmos protocolos descritos na dinâmica folicular foram utilizados, sendo a TETF realizada no D17. Todos os embriões inovulados foram produzidos in vitro. O diagnóstico de gestação foi realizado por ultrassonografia aos 23 dias pós-TE. Os efeitos dos tratamentos sobre as variáveis analisadas estão apresentados nas tabelas abaixo.

Tabela 1. Efeito do tratamento com PGF no dia do início do protocolo de sincronização (Dia 0) sobre a dinâmica folicular de novilhas cruzadas (Bos taurus x Bos indicus) sincronizadas e inovuladas em tempo fixo

Tabela 2. Efeito do tratamento de PGF no dia do início do protocolo de sincronização (Dia 0) sobre a taxa de aproveitamento, a taxa de concepção e a taxa de prenhez de novilhas cruzadas (Bos taurus x Bos indicus) sincronizadas e inovuladas em tempo fixo

Os autores comentam que os resultados são indicativos que o uso de PGF no D0 em protocolos de sincronização da ovulação pode aumentar a taxa de prenhez de novilhas mestiças (Bos taurus x Bos indicus) submetidas à TETF.

Portanto, pode-se verificar que o uso de PGF no inicio do protocolo de sincronização para TETF é uma alternativa com a qual foi possível melhorar o crescimento do folículo ovulatório e, consequentemente, o diâmetro do CL e a produção de progesterona, levando ao aumento da taxa de prenhez. Além disso, foi possível manter o número de manejos e o custo do protocolo, pois no grupo PGF-D0-D8 a dose completa foi dividida em duas (metade no inicio e metade na retirada do dispositivo de progesterona).

14 Comments

  1. Gelber Mariano Mendes Dias disse:

    Muito interessante o artigo, pois sabemos da importancia do custo de receptoras em um projeto de FIV/TETF, sem contar a redução de gastos do protocolo e aumento do número de prenheses produzidas.
    Vocês (grupo do Prof Pietro) já estavam avaliando o efeito da PGF no D0 na IATF em novilhas bos indicus com resultados parecidos e agora esse novo trabalho vem para reafirmar a eficácia da modificação do protocolo.

    Parabéns pelo artigo e abraço ao Claudiney e Priscila

  2. Luciano Pereira disse:

    Boa tarde,
    Gostaria de saber se o protocolo tambem pode ser uma boa alternativa na IATF? já que a taxa de ovulação é maior, e se nesse mesmo momento podemos separar as inseminações,manhã e tarde,como de costume, sendo que poderiamos efetuar a reirada da progesterona junto á Pgf ou poderiamos fazer a pgf mesmo assim no periodo da tarde?

  3. Henderson Ayres disse:

    Prezado Luciano Pereira

    Teoricamente este protocolo pode ser usado em IATF, ainda, existem relatos na literatura de protocolo semelhantes a estes para IATF, entretanto, não tenho conhecimento de trabalhos os quais utilizaram este protocolo com IA pele manha ou pela tarde.

  4. Jorge Andrés Rodríguez Perdomo disse:

    Parabens, bon de mais o artigo. Considero que fica muito claro a possibilidade da modificacao de protocolos tradicionais. Grande Abraco.

  5. Márcio Flores da Cunha Chaiben disse:

    Parabens pelo artigo,muito bem colocado e disso que precisamos trabalhos feitos por profissionais competentes para que depois possamos aplicar no campo com eficiência . Gostaria de saber se este protocolo se adpta para novihas taurinas?

  6. Pedro Dalpasquale Netto disse:

    Gostaria de uma informação referente a um outro estudo que fez. Uso de diferentes fontes de estradiol na indução, qual a dose de cipionato de estradiol que usou ?

  7. Renner Silveira Gomes disse:

    Primeiramente, parabéns pelo artigo!
    Gostaria de saber se esta aplicação de prostaglandina no D0 é utilizada apenas nos implantes de 1° uso o qual logicamente tem uma concentração mais elevada de P4 ou se estabelece a aplicação em implantes de qualquer uso?
    Aguardo resposta e muito obrigado!

  8. Marcelo MIlagres Rosado disse:

    Ayres, como vc pode afirmar que a aplicação de PGF no momento da colocação do implante de p4, produz efeito positivo na taxa de prenhez, se em experimento semelhante publicado na actia sientiae veterinariae 33 ( suplemento 1) de 2005 o qual vc fazia parte afirmou justamente o contrario, que não modifica em nada aplicar o PGF no momento da colocação do implante?

  9. Henderson Ayres disse:

    Prezado Marcelo MIlagres Rosado
    O intuito deste artigo foi demonstrar que com a administração de “meia” dose de PGF no inicio do protocolo (colocação) foi possível manter o número de manejos e o custo do protocolo e, ainda notar melhora da prenhez.
    Logo, se juntarmos o resultados deste experimento acima apresentado e o resultado do experimento referido pelo senhor, poderemos notar que a divisão da dose de PGF em duas (metade no inicio e metade no momento da retirada da fonte de P4) pode apresentar resultado semelhante ou até mesmo melhor, sem aumentar número de manejos e o custo do protocolo. Sendo assim, acredito que o fracionamento da dose é uma técnica aplicável e justificável.

  10. Douglas Mariscal disse:

    gostaria de saber se esse protocolo serve para IATF tambem, obrigado.

  11. Henderson Ayres disse:

    Caro Douglas Mariscal,

    para a realização de IATF em novilhas é necessario saber diversas informações que poderão influenciar no seu resultado final (taxa de prenhez), assim fica dificil eu indicar um protocolo para você e dizer que le vai dar certo em todas as condições. Para isso, existem profissionais na area que prestão serviço justamente neste topico.

  12. Douglas Mariscal disse:

    Se meu rebanho fosse o mesmo que você utilizou neste trabalho, eu poderia usar esse protocolo para fazer IATF.

  13. Henderson Ayres disse:

    Prezado Douglas Mariscal

    existe um protocolo de IATF muito semelhante a este, mas devo novamente lembrar que diversas informações devem se levantadas e levadas em consideração.

  14. Gilson Pessoa disse:

    Qual a fonte de P4? qual a dose de p4 no dispositivo usado no experimento?

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