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Efeito copa: quais setores perderam com o mundial?

A Copa do Mundo no Brasil, realizada entre junho e julho, teve efeitos negativos em diversos balanços de companhias abertas no segundo trimestre. Comércio, serviços e indústria sentiram o impacto da redução do número de dias úteis e das atenções voltadas ao Mundial. Por outro lado, setores específicos, como o de bebidas e alimentos, comemoraram as altas nas vendas, assim como o varejo de eletrônicos.

No varejo de vestuário, as vendas no conceito mesmas lojas (abertas há mais de um ano) da rede Hering Store, da Cia. Hering, apresentaram retração de 9,9% no segundo trimestre deste ano. O ritmo de crescimento representou uma queda de 9,1 pontos percentuais ante o mesmo período de 2013, quando as vendas mesmas lojas caíram 0,8%. Outro setor que sofreu com o evento esportivo foi o de construção. As vendas líquidas da PDG somaram R$ 383 milhões no segundo trimestre, queda 20,2% em relação a um ano antes. Já as vendas contratadas da EZtec foram de R$ 194,159 milhões, recuo de 47% ante o mesmo período do ano passado.

“Além do efeito da Copa do Mundo, a confiança do consumidor vem se reduzindo diante do cenário macroeconômico desafiador, e muitas construtoras vêm sofrendo com aumentos de custos e o nível de endividamento”, comenta Fabio Galdino, analista da Guide Investimentos.

Até mesmo o setor de educação, que vem tendo resultados fortes com o incentivo de programas do governo federal, sentiu o “efeito Copa”. O presidente da Kroton, Rodrigo Galindo, avaliou que houve impacto negativo de feriados e dias de jogos, mas considerou que isso “não muda o resultado drasticamente”. A companhia encerrou junho com 619,4 mil estudantes matriculados em seus cursos de graduação e pós-graduação, número 20,3% maior que o do mesmo período de 2013. Porém, na comparação com o primeiro trimestre de 2014, o número de estudantes na base caiu 2,4%.

Entre as operadoras de telefonia, a Telefônica Vivo, por exemplo, apresentou redução de 5,4% na receita líquida do negócio fixo no segundo trimestre ante igual intervalo do ano passado, provocada, entre outros fatores, pelo menor número de dias úteis durante a Copa do Mundo, afetando principalmente o uso do segmento corporativo. Já a receita líquida total da TIM atingiu R$ 4,775 bilhões, queda de 3,4% na comparação anual.

No setor de energia, o consumo total dos clientes industriais da Light foi de 1.385 GWh, com participação de 21,3% no mercado total, decréscimo de 3% em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com a companhia, a queda ocorreu “em função da retração das indústrias eletrointensivas, com atividades de produção de aço/alumínio e do setor químico, em parte explicada pelas interrupções nos dias de jogos da Copa”.

A realização da Copa do Mundo do Brasil aumentou em cerca de 15% o volume de vendas da Marfrig no País, segundo afirmou o diretor-presidente da companhia, Sergio Rial. De acordo com o executivo, o efeito do Mundial foi importante para compensar a busca por um mix de qualidade inferior no atacado, decorrente da pressão do consumidor. A receita bruta da Minerva no mercado doméstico avançou 20,8% para R$ 568,2 milhões. A companhia informou que o desempenho foi ajudado pela Copa do Mundo, que gerou acréscimo no consumo de cortes nobres de carnes, usados em churrascos.

A fabricante de bebidas Ambev também destacou a relevância da Copa do Mundo para as vendas de cerveja, embora estas tenham ficado aquém das expectativa de analistas. De acordo com a companhia, o evento contribuiu com aproximadamente 1,4 milhão de hectolitros adicionais ao volume de cerveja. As operações brasileiras da Ambev registraram um avanço de 7,6% no volume de bebidas no segundo trimestre sobre um ano antes.

No varejo eletrônico, o Mundial de futebol teve “uma participação muito significativa” para o aumento de 38% das vendas da B2W registrado no segundo trimestre de 2014, afirmou o diretor de Relações com Investidores da companhia controlada pela Lojas Americanas, Fábio Abrate.

Enquanto isso, Magazine Luiza reportou crescimento de 24,5% nas vendas mesmas lojas, incluindo o e-commerce, no segundo trimestre deste ano. O diretor superintendente da empresa, Marcelo Silva, afirmou por ocasião da divulgação do balanço que as vendas de TVs associadas a Copa do Mundo superaram as expectativas. Ele não revelou qual foi o porcentual de crescimento, mas disse que o resultado “foi muito superior” ao previsto ao final de 2013, de alta de 35% a 40% ante o ano anterior.

Fonte: Estadão, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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