Em meio às medidas para reforçar a estrutura de capital, o Frigol, quarto maior frigorífico de bovinos do país, contratou o executivo Eduardo Miron, ex-CEO da Marfrig, como o primeiro conselheiro independente da empresa.
A contratação faz parte da estratégia de profissionalização do Frigol. Até então, apenas membros da família Gonzaga de Oliveira integravam o colegiado. Nos próximos meses, um segundo membro independente deve ser nomeado para o conselho.
Com larga experiência na indústria de carnes e boa interlocução no mercado de capitais, Miron ajudará na profissionalização da gestão.
O Frigol, que possui dois abatedouros no bioma amazônico, também tem como um dos desafios evoluir nas temáticas ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês).
“A experiência de Miron no agronegócio e, particularmente, em carne bovina, bem como nas áreas de finanças, auditoria, governança, riscos e I&T, é determinante para tê-lo conosco neste novo e vibrante momento de crescimento da Frigol”, disse, em nota, o presidente do conselho de administração do grupo, Djalma Gonzaga de Oliveira.
Nos dez anos de Marfrig, Miron foi vice-presidente de finanças e relações com investidores e CEO global, além de executivo da Keystone.
Na empresa de Marcos Molina, o agora conselheiro do Frigol realizou operações bilionárias, como a venda da Keystone à Tyson Foods e a aquisição da americana National Beef. O executivo deixou a Marfrig em março, em meio à reorganização promovida pela empresa.
Por um contrato de non compete firmado quando saiu da Marfrig, Miron não poderia ir para os principais concorrentes — JBS e Minerva. Mas não havia impedimento para o Frigol, um frigorífico de médio porte que fatura mais de R$ 2 bilhões por ano.
O grupo dos Gonzaga de Oliveira ainda não tem planos de abrir o capital, mas vem trabalhando para reduzir os custos da dívida e vislumbra emitir, pela primeira vez, títulos de dívida como debêntures ou de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), afirmou recentemente ao Valor o CEO do Frigol, Marcos Câmara.
Fonte: Valor Econômico.