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Eat Just capta mais US$ 200 milhões para ampliar ‘cultivo’ de carne

A Eat Just, conhecida pela produção de ovos e maionese de base vegetal, produtos de ótima aceitação nos Estados Unidos, anunciou ontem uma captação de US$ 200 milhões. A rodada foi liderada pela Qatar Investment Authority, o fundo soberano do Catar, e teve ainda a participação do CharlesBank Capital Partners e da Vulcan Capital, o braço de investimento do patrimônio de Paul G. Allen, cofundador da Microsoft. 

No ano em que a Eat Just completa uma década de existência, a captação multimilionária aumenta em quase 50% os recursos que a empresa levantou com investidores desde sua fundação – os aportes nesses dez anos somam US$ 650 milhões. A rodada reafirma também a aposta de grandes nomes das finanças internacionais em empreendimentos relacionados a menos emissões de poluentes – apelo habitualmente associado a fabricantes de proteínas à base de plantas – e todos os demais aspectos da agenda ESG, a sigla em inglês para o compromisso com boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. 

Para além do que a empresa já fez, o investimento anunciado ontem é também um sinal positivo sobre o que o mercado ainda espera que ela vá fazer. E a promessa não é pequena: a Eat Just tem trabalhado no desenvolvimento de carne de frango de laboratório à base de… frango.

Não se trata de imitar o sabor da carne com produtos que utilizam soja e outros vegetais como matéria-prima – tecnologia por trás de negócios como a Beyond Meat ou a brasileira Fazenda Futuro. Com o uso de um biorreator, a Eat Just acelera o crescimento de células extraídas dos animais. Basta uma célula para o “cultivo”, que leva duas semanas. 

A nova captação é a primeira feita pela empresa depois de ela obter autorização para comercializar seus produtos em Singapura. Lá, um restaurante já oferece um prato com nugget produzido pela empresa americana por valor equivalente a pouco mais de R$ 90. 

“Estamos muito animados de trabalhar com nossos investidores para construir um sistema alimentar mais saudável, seguro e sustentável”, disse, em comunicado, Josh Tetrick, cofundador e CEO da Eat Just. “A experiência deles no trabalho com empresas que estão transformando vários setores foram fundamentais em nossa decisão de fazer essa parceria”. Os recursos da rodada serão utilizados em aumento da capacidade de produção, construção da marca e pesquisa e desenvolvimento. 

Quase como um atestado para a vitória da tese da “carne de laboratório”, a holandesa Meatable anunciou, também ontem, a captação de US$ 47 milhões, que serão usados para ampliar suas pesquisas sobre uma carne vermelha de laboratório. A startup captou US$ 60 milhões desde sua fundação.

Fonte: Valor Econômico.

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