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É preciso trabalhar melhor as marcas e agregar valor à carne

De acordo com o sócio da AgriPoint, Miguel da Rocha Cavalcanti, a proximidade com o consumidor é a "chave" para vender mais. "A pecuária no Brasil ainda explora pouco isso." De acordo com Cavalcanti, o mercado de carnes especiais ainda pode ser muito explorado.

Trabalhar com produtos de pouca oferta pode ser o segredo para o pecuarista ter uma boa rentabilidade. De acordo com o sócio da AgriPoint, Miguel da Rocha Cavalcanti, o que tem valor é o que é escasso. “A picanha é o corte mais caro e o único que falta no Brasil.”

Cavalcanti conta que a proximidade com o consumidor também é a “chave” para vender mais. “A pecuária no Brasil ainda explora pouco isso.” Ele cita a compra da marca Bassi pelo Marfrig. “O frigorífico quis a proximidade com o consumidor.”

O sócio da Agripoint, que participou de um encontro com produtores durante a 21º Fenagro, em Salvador/BA diz que o consumidor escolhe cada vez mais os produtos mais baratos ou os mais especiais. “O ideal é trabalhar com as extremidades. Quem tem preço médio está perdido.”

De acordo com Cavalcanti, o mercado de carnes especiais ainda pode ser explorado. “Há uma nova classe de milionários chineses que vão consumir cortes especiais”, afirma. “Carne não é apenas alimento. É satisfação e lazer.”

Para atingir esse mercado, Cavalcanti fala que é necessário se associar em grupos para ter volume e liquidez, e que o grupo seja dono da marca. Além disso, ele indica ter padrão de qualidade. “É preciso sistemas de produção com certificação.”

A matéria é de Sérgio Toledo, do InvestNews, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. carlos massotti disse:

    Prezado Miguel, interessantes as suas observações, mas quem voce acha deve trabalhar melhor as marcas e agregar valor a carne? O pecuarista? Voce diz “a pecuaria no Brasil ainda explora pouco isto, o que voce quer dizer exatamente com isto? Voce acha que a pecuaria é que tem que explorar isto?

    Nao achas que voce está confundindo um pouco (ou muito!) as coisas e acaba deixando seu pensamento sem qualquer fundamento?

    Ora a funçao da pecuaria é produzir o animal dentro das melhores condicoes – e a funcao de trabalhar marcas e os novos segmentos de mercado da carne sao funcoes do frigorifico, você nao acha?

    É justamente esta tenue diferenca de funcoes que acaba fazendo com que muitos pecuaristas achem que a “parte do leao” está no frigorifico (e muitos mas muitos mesmo quebraram por achar isto – vide todos exemplos de cooperativas de criadores e frigoririficos montados por pecuaristas que se arrebentaram por achar que quem ganha é o frigorifico).

    A atividade frigorifica é uma das mais complexas de operar e temos muitos exemplos disto. Acho que o papel dos formadores de opiniao (que é o caso de voces) deveriam se dar conta desta diferenca e tentar tornar os seus pensamentos mais claros e definidos.

    Enquanto for fomentada esta eterna disputa entre o pecuarista e o frigorifico e nao tivermos agentes que orientem sobre a funcao especifica de cada segmento, a cadeia em si vai continuar sofrendo e pendendo ora para um lado ora para outro, sempre afinal com prejuizos para todos.

    Saudações.

  2. Guilherme Augusto Vieira disse:

    Foi ótima a apresentação do Miguel durante o evento, no qual estive presente. Além das opiniões de marketing apresentadas, penso que a cadeia da carne bovina precisa incorporar outros conceitos como integração vertical e mercadológica, mentalidade associativista e melhorar outros índices como os de produtividade e nutrição animal além de outros pontos importantes como a mudança nas plantas frigoríficas (que só trabalham com beneficiamento e não processamento).

    O mais importante é a introdução das ferramentas de gestão nas propriedades brasileiras. A cadeia produtiva da bovinocultura de corte é uma das cadeias mais desorganizadas, creio que todos os aspectos mencionados influenciarão na mudança estrutural da cadeia e o marketing será apenas mais uma ferramenta.

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