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E agora José?

Quem votou e trabalhou para o Geraldo 45 deve sentir um mistura de decepção com o resultado das eleições, mas também de admiração pela belíssima campanha no segundo turno do presidente Lula e do PT que deu um salto enorme de qualidade e energia nos seus quadros apesar, ou melhor, como resultado de ter tantos problemas. Um pecuarista diria que a reposição foi brilhante.

Quem votou e trabalhou para o Geraldo 45 deve sentir um mistura de decepção com o resultado das eleições, mas também de admiração pela belíssima campanha no segundo turno do presidente Lula e do PT que deu um salto enorme de qualidade e energia nos seus quadros apesar, ou melhor, como resultado de ter tantos problemas. Um pecuarista diria que a reposição foi brilhante.

Poucas vezes foram demonstradas de uma maneira tão claro como transformar com rapidez e grande agilidade os pontos fracos em pontos fortes e como alguém pode ficar tão imune o tempo todo mesmo recebendo criticas contundentes.

Que banho de competência estratégica no marketing, as mensagens, as musiquinhas jingles, as frases como aquela “deixa o homem trabalhar”, o foco no social e os resultados obtidos, o carisma principalmente nos debates e encontros na rua, e não é a toa que o Lula teve mais de 60% dos votos.

O artigo do Miguel Cavalcanti sobre o “5º Workshop sobre o marketing da carne” ressalta a importância de percepção que o consumidor tem da qualidade de carne como fator decisivo a ser trabalhado pelo marketing. No meu ver foi exatamente nisto que a campanha do Lula conseguiu e onde o Geraldo falhou feio.

A percepção que a maioria dos eleitores tem sobre quem não vai privatizar e/ou mexer na bolsa família e quem seria o melhor para governar o Brasil nos próximos quatro anos pode ter sido induzido pelo brilhante marketing estratégico, mas a resposta nas urnas foi clara e indiscutível, porque tinha um fundo real de resultados sociais e principalmente um líder carismático.

Temos que aproveitar as lições e começar a articular de uma maneira moderna como podemos melhorar as representações de agronegócios em todos os níveis, descobrir e promover novas lideranças no Congresso Nacional, na CNA, nas Cooperativas e principalmente incluir a sociedade nos discussões sobre os assuntos porque o consumidor final de nossos produtos cada vez mais quer saber como e onde e quando estes foram produzidos.

A reforma agrária, o MST e UDR e o Meio Ambiente são hoje assuntos da primeira importância e necessitam de lideranças criativos e competentes para dar conta do recado. Vamos achá-los.

0 Comments

  1. Jose Antonio Vieira da Silva disse:

    Parabéns de Geer, não concordando com você na totalidade, mas tranqüilamente daria para você ser eleito com uma grande margem de diferença positiva, principalmente quando foi referido sobre a promoção de novas lideranças, tais como sindical, federativas econofederativas, que são sempre as mesmas, em que as decisões são feitas de cima para baixo. Eu aqui como apenas associado do sindicato rural, estou com a garganta alargada de tanto engolir sapos.

    Geer, um abraça sindicalista.

    Jose Antonio

    Resposta do autor

    Olá José Antonio,

    Muito obrigado pela sua carta e a referência às lideranças novas. Concordo com você que o pessoal em geral está muito passivo e ausente na hora de eleger os seus representantes sindicais, das federações e confederações. Enquanto isto acontecer, realmente não vai mudar quase nada mas, também estaremos sujeitos a levar verdadeiras lavadas.

    Mas vamos agir nos níveis municipal, regional, estadual e depois federal e procurar as pessoas que têm as mesmas idéias sobre o que fazer.

    Um abraço,
    Louis

  2. Mario Antonio Zanutto disse:

    Já diziam os mais velhos que ovo de pata, não tem o mesmo mercado que o de galinha, porque diferente da galinha que faz um estardalhço cada vez que põe um ovo, a pata não faz a propaganda.

    Realmente propagar como fazemos as coisas, hoje, é de fato mais importante do que o fato de fazermos.

    Marketing é tão importante, que empresas lideres como Coca-cola, Brahma, Omo, gastam dia a dia somas tão vultuosas, “aparentemente sem necessidade” pois já são as que mais vendem.

    Nosso produto é o melhor, é ou já foi o líder de todo o mercado de carnes, mas nunca investimos no seu marketing.

    O Lula, o MST, tão aí para provar que ser bom ajuda, mas o ótimo, o ideal para vencer na preferência do eleitorado ou do consumidor, é o que faz a melhor propaganda.

    Façamos isso, no mínimo boca a boca, em casa e com os amigos. É muito pouco, mas talvez nem isso mesmo estejamos fazendo. É preciso ir a luta, a todo momento.

    Um abraço, e parabéns pela sua clareza mais uma vez.

    Mario Antonio Zanutto

    Resposta do autor

    Olá Mario Antonio,

    Realmente a combinação de fazer e o marketing do feito é imbatível quando bem feito.

    Nós precisamos começar a falar o que queremos para nós, nossos filhos, para o nosso município, região, estado e país.

    No momento precisa se falar sobre como o agronegócio vai ser tocado e por mim lutava por a unificação dos Ministérios de Desenvolvimento Agrícola e Reforma Agrária e o MAPA em um Ministério de Agronegócios.

    Um abraço,
    Louis

  3. José Roberto Pires Weber disse:

    Caro Louis Pascal de Geer:

    Votei em Geraldo e fiquei com um sentimento de grande frustração pela sua derrota. Por outro lado, não achei nada de bom na reeleição do presidente(com letra minúscula). Restou, isto sim, um sentimento de decepção, por ver o povo votar num candidato afogado na lama da corrupção e da falta de ética. Que país é este que reelege alguém desta estirpe? Sou pecuarista e não entendo que tenha ocorrido uma bela reposição; pelo contrário, continuamos de mãos dadas com o falta de ética, com a corrupção e com o populismo! Deixamos escapar a chance de recuperar a invernada, para continuar na linguagem do campo. Por óbvio, discordo do seu comentário e das suas colocações, o que não me impede, contudo, de continuar admirando e concordando com outros artigos seus.

    Entendo até que radicalizei um pouco. Receba minhas palavras com os descontos possíveis. Gostaria, porém, de concordar com o senhor quando refere-se à necessidade de novas lideranças, especialmente no sistema sindical, Confederação e Federações da Agricultura, onde os Presidentes se eternizam no poder e acabam por pensarem que são os donos das entidades que, assim, perdem sua efetiva representatividade e cingem-se a um pequeno grupo de apaniguados e protegidos, que sugam as benesses do poder, sem defenderem a nossa classe até por terem um rabo comprido!!!

    Atenciosamente,
    José Roberto Pires Weber
    Agropecuarista, Presidente da FEBRAC e da ANC

    Resposta do autor:

    Caro José Roberto,

    Muito obrigado pelas suas cartas e a sua franqueza. Pode ter a certeza que os descontos máximos já foram dados.

    No meu artigo procurei mostrar as qualidades da campanha do segundo turno do Lula, porque entendo que tem exemplos e ensinamentos para nós melhorarmos o marketing de agronegócios, porém em momento algum defendi a re-eleição do Lula, como também não entrei no mérito do Geraldo Alckmin (apesar de ter alertado o quartel-geral do 45 por duas vezes para mudar o atitude, compostura e conteúdo dos programas e debates). Entendo que precisamos ter os olhos e mentes abertos para ver também as qualidades de outros pessoas mesmo que são os nossos adversários porque ninguém é 100% ruim; cada um tem a sua mensagem para nos ensinar como podemos melhorar as nossas vidas; só assim podemos construir juntos o país que sonhamos de ter.

    Um abraço,
    Louis

  4. Francisco Pereira Neto disse:

    Muito importante seu artigo Louis. Não adianta agora ficarmos procurando erros e defeitos na campanha deste ou daquele candidato, a democracia é assim mesmo, vence aquele que tiver mais votos, aquele que apresentou resultados para a maioria da população, e o resultado das urnas está aí. O que o setor tem que fazer agora, como você bem disse, é se espelhar no marketing da campanha do presidente Lula e buscar também os resultados que o setor espera.

    O primeiro mandato do presidente eleito não foi bom para o setor? No segundo temos que trabalhar, apresentar propostas, pressionar através das lideranças já existentes, e as que vierem a se formar. Devemos trabalhar para que o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento e os Secretários da Agricultura dos estados, sejam ocupados por pessoas com total afinidade com o agronegócio. Que laços íntimos tem com a cadeia produtiva do setor que mais emprega neste país e que na última década vem salvando a nossa balança comercial.

    Não é possível que um setor com tamanha importância tenha recebido o tratamento que recebeu. Acho que faltaram empenho e contundência dos líderes para reivindicar junto ao governo federal uma atenção maior para o setor. A reforma agrária, por exemplo, do jeito que está e do jeito que foi feita no governo de FHC não vai funcionar nunca. A pergunta que eu faço é a seguinte: os setores envolvidos, o congresso e o governo, querem realmente resolver o problema? Primeira questão, o país terá que ter um cadastro técnico rural completo, com ITR justo para todos, cobrado mediante elaboração de cálculos progressivos e regressivos, de acordo com o uso do solo, por exemplo: quem especula com a terra deve ser taxado até o grau máximo, e aqueles que dependem exclusivamente dela para tirar seus proventos, especialmente aqueles enquadrados como agricultura familiar, e que cumpram com tudo aquilo que está disposto no programa de reforma agrária e na política agrícola do país, devem ser beneficiados até o limite máximo, sua isenção. O estudo desse programa e a sua implementação é complexa para ser apresentado neste espaço. Há pessoas competentes para trabalhar e implantar esse projeto no país. Infelizmente uma das maiores autoridades nesse assunto, Kenard da Silva Balata, hoje já não vive mais entre nós.

    Resposta do autor:

    Olá Francisco,

    Fiquei muito feliz em receber a sua carta e comentários.

    É realmente super importante que os setores privados e públicos começam a falar a mesma língua, construir juntos os projetos importantes para o país e cobrar os resultados de maneira clara sobre gastos com dinheiro público.

    A qualidade dos serviços públicos é, sem dúvida, a chave mestre para melhorar drasticamente os projetos e investimentos nos níveis municipal, estadual e federal.

    Também é muito barato, porque uma vez motivado, a qualidade e padrão dos serviços devem melhorar muito.

    Ser motivado é uma atitude tão preciosa como é a chuva para a agropecuária, e é isso que buscamos no dia-a-dia.

    Um abraço,
    Louis.

  5. Luiz Ribeiro Villela disse:

    Prezado Sr Louis

    Após ler seu artigo, irretocável e extremamente perspicaz ao comparar as campanhas de Lula e de Alckmin, tirando delas ensinamentos importantíssimos e mais que oportunos, li a carta-comentário do Sr. Francisco Pereira Neto,de Botucatu.

    Que decepção.

    Mas,que nos sirva de lição. Pois se ainda existem pessoas que afirmam: “quem especular com a terra deve ser taxado com o grau máximo..etc”, devemos nos perguntar o que temos feito, mesmo no pequeno âmbito familiar ou em rodas de amigos, para desmistificar essa idéia irreal, atrasada, propagada com veemência por pessoas imbuídas do ideal do utópico socialismo e do comunismo, desconhecedoras de que agricultura familiar em assentamentos só se mantém se nós pagarmos a conta, via impostos e subsídios.

    Quando essas pessoas vão entender que esse meio de produção é caríssimo, incapaz de resolver o problema do desemprego, quando as zonas urbanas e as atividades econômicas aí existentes ou passíveis de nelas serem desenvolvidas, são opção muito mais realista e econômica para absorção dessa mão-de-obra, que hoje nem mais conhece as atividades rurais?

    Pior ainda, a indisfarçada e desatualizada “dor de cotovelo” com os proprietários rurais, como se esses fossem, como antigamente, donos das maiores riquezas e dos maiores poderes.

    Para essas pessoas, um apartamento pode sem traumas ser usado para especulação, assim como um lote de ações em bolsa ou um pacote de contratos a futuro na BM&F. Uma empresa que cria necessidades dispensáveis usando recursos de propaganda bem pouco éticos, é moderna e pode lucrar à vontade, assim como as instituições financeiras e os amigos dos governantes de plantão,via BNDES, que obtém empréstimos bilionários com juros baixíssimos, as custas do dinheiro do povo. Para elas, são progressistas e benfeitores.

    Mas sim, a culpa é nossa por não nos fazermos ouvir, por não ensinarmos a realidade da economia agrícola dos dias atuais à grande maioria da população, majoritariamente urbana e desconhecedora totalmente da realidade, com a cabeça feita pró-reforma agrária ainda hoje pelos meios de comunicação.

    Abraços,

    Luiz

    Resposta do autor:

    Olá Luiz,

    Muito obrigado pela a sua importante carta com num lado o desabafo sobre as temas de Reforma Agrária e a Agricultura Familiar e no outro lado o sentimento e até reconhecimento de que temos a culpa por não ter colocados os nossos argumentos e anseios de maneira mais clara e convincente para a sociedade e governo.

    Um dos grandes problemas é sem dúvida o conceito de que o latifúndio tem que exercer sua função social, e aí temos os primeiros dois erros básicos.

    Quem permite alguém ter 3 milhões de hectares no Norte do país, trabalhar de maneira fraudulenta escrituras frias para obter os financiamentos bancários com juros subsidiados, desmatar na Amazônia com licenças frias etc., simplesmente não tem o direito de exigir de um latifúndio produtivo qualquer coisa a mais a não ser de cumprir com os exigências legais e trabalhistas normais.

    Sou frontalmente contra as palavras latifúndios e seus donos os latifundiários, os minifúndios e seus donos os minifundiarios.

    O sol e a chuva são iguais para todos, o arte de lidar com a natureza de maneira adequada é um desafio para todos independente do tamanho da propriedade.

    A função social deverá ser exercida por todas as fazendas empresariais ou familiar, porque é a chave-mestra com que cada produtor ou grupo de produtores possam usar de melhor maneira a vocação deles (os produtores) e da terra e do região em beneficio do Brasil.

    União faz a força e as pequenos produtores precisam se unir em cooperativas para poder ter um voz e uma recompensa maior pelos os seus trabalhos, mas também os grandes produtores precisam se unir em cooperativas, alianças e principalmente nas idéias e soluções para problemas quais afetam todos.

    Porém a mais importante lição da minha vida foi que necessitamos ser totalmente desarmados e abertos para ouvir e sentir quais são os mensagens que chegam para nós; só assim podemos entender os anseios de outros pessoas e descobrir que em muitos casos estes anseios são também os nossos e aí criamos os pontes que podemos atravessar em beneficio mútuo e do Brasil.

    Um abraço forte,
    Louis.

  6. Luiz Carlos Dias disse:

    Caro Louis,

    Endeusamos muito facilmente pessoas públicas independentemente de seu real brilhantismo e competência. Afinal, somente podemos querer mais quando sabemos querer mais. Muito bem disse o Cristóvão Buarque, o Brasil de hoje é reflexo da escola de 20 anos atrás, O Brasil daqui a 20 anos será a escola de hoje.

    Agora, o candidato Alckmin não teve a felicidade, pelo menos neste momento, de fazer uma campanha convicente, caindo nas armadilhas do marqueteiro do Lula.

    Entretanto, espero que o Governo Lula não faça como o Ronaldo “Fenômeno” e Ronaldinho Gaúcho que antes da Copa do Mundo tudo podiam e quando o jogo começou, foi o que se viu.

    Realmente, ganhar com tal facilidade essa eleição como ganhou o candidato Lula é preocupante ou estou passando por um processo de miopia. Tomara!

    Grande abraço,
    Luiz Carlos Dias

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