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Domínios Ecológicos Brasileiros e o ambiente rural

Os sistemas de produção rural brasileiros estão assentados nos diferentes domínios ecológicos, associados às essências florestais e interagindo com o homem. São os sistemas de produção que irão quantificar a necessidade de florestas no Brasil.

Os sistemas de produção rural brasileiros estão assentados nos diferentes domínios ecológicos, associados às essências florestais e interagindo com o homem.

São os sistemas de produção que irão quantificar a necessidade de florestas no Brasil.

Os Domínios Ecológicos Brasileiros, apresentados na ECO 92, são: Floresta Amazônica, Caatinga Nordestina, Cerrado do Brasil Central, Mata Atlântica, Florestas e Campos Meridionais, e Pantanal Mato-Grossense.

Qualquer outra classificação não atende à realidade ecológica em que atividade rural e a reserva florestal estão ou podem ser estabelecidas.

No Paraná, a produção rural está predominantemente localizada no Domínio Ecológico “Florestas e Campos Meridionais”, em três planaltos e diferentes solos, entre os quais, latossolos vermelhos, roxos e brunos, podzólicos e litólicos, e não no ambiente costeiro.

Constitui erro de interpretação ecológica incluir a atividade produtiva do Paraná no Bioma Mata Atlântica. Caso fosse assim, o referido bioma costeiro alcançaria o sopé dos Andes, se não houvesse a fronteira com a Argentina e o Paraguai, constituindo uma aberração.

Salienta-se então que o mal traçado “Biomas do Brasil” não tem nenhuma utilidade para definir política agropecuária, reserva florestal ou ambiental.

É noticiado que irão gastar uma soma expressiva de recursos públicos e de produtores rurais no estudo para elaborar a política florestal e/ou ambiental, tomando como base os chamados Biomas do Brasil, o que por certo, se configura um erro lastimável de interpretação.

Tecnicamente não se pode aceitar tal diretriz, deixando de lado o que foi definido por numerosa plêiade de notáveis pesquisadores da Embrapa, na ECO 92.

Poucos vão ler e levar em conta tal posicionamento, mas a conclamação está posta, sem omissão à relevância do tema, considerando ainda, que a tempo para mudança de rumo nos referidos estudos.

Na constituição dos ecossistemas de produção rural há que se respeitar o ciclo das águas com a imprescindível proteção florestal das nascentes. Parte das margens dos cursos de água deve ser composta de florestas para proteger a fauna aquática, o que se convencionou chamar de reserva permanente. Mas dizer que toda beira de rio deva ter mata é um exagero que deve ser desmitificado.

Áreas com declive acentuado podem ser ocupadas, em patamares ou não, com espécies perenes tais como: pastagem, café, uva, chá e cana-de-açúcar, entre outras.

Nas várzeas férteis poderão ser implantadas culturas anuais, desde que se preservem as nascentes florestadas.

Do exposto, infere-se que, sem erro de conclusão, são os Ecossistemas Rurais de Produção que irão definir a maior ou menor necessidade de reservas florestais em cada propriedade, respeitando as particularidades dos diferentes Domínios Ecológicos Brasileiros, e não baseados nos mal fadados biomas, que desconsideram os fundamentos ecológicos do homem interagindo com a natureza.

0 Comments

  1. Helio Cabral Junior disse:

    Caro Celso de Almeida Gaudencio,

    Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! Clap! ( artifício clássico utilizado pelos blogueiros, “forunzeiros e chateiros” para aplaudir ).

    Os maias nos andes utilizaram por séculos escarpas tão aclivadas para agricultura que muitos não habituados teriam vertigem só de pensar em subir ao topo destes verdadeiros “jardins suspensos” ( cultivados inclusive nos topos )!

    Os chineses, vietnamitas e outros povos da indochina, malásia e indonésia cultivam montanhas super aclivadas ( do sopé até o topinho ) há milênios!

    Todas as grandes civilizações que se tem notícia nasceram, cresceram e prosperaram cultivando onde? Isto mesmo, nas margens de seus grandes rios…

    Alguns ávidos “ecologiqueiros” dirão: mas estas grandes civilizações entraram em colápso… aliás como qualquer coisa, há o nascer o florescer e o perecer, mas isso não se deu pelo ato em sí, mas por eventos climáticos além do controle humano associados sim à super população e ao descontrole do uso dos recursos naturais ( acharam que eu não iria mencionar isso não é? )…

    Mas não vamos muito loge, nem no tempo e nem na geografia: quem tiver a curiosidade, e espero que muitos a tenham, abra o GoogleEarth e “visitem” o curso dos principais rios da Alemanha ( referência para nossos tupiniquins em questões de primeiro mundo, tecnologia e meio ambiente ), França ( um dos principais celeiros da europa ), Inglaterra ( famosa por sua educação, cumprimento de leis, etc ), Suiça ( famosa pelo modo “certinho” e meticuloso de agir de seu povo ), Itália ( famosa pela gastronomia ) só para citar os mais conhecidos ou ainda os grandes cursos d´água dos EUA ( Mississipi, Ohio, Missouri, Colorado, etc ) e vejam o que ocorre em suas margens…

    Uma piada diz: – um motorista trafegava em uma auto-pista quando ouve um alerta pelo rádio de seu carro:” Atenção todos os motoristas da autoestrada 51, pois há um louco na contra-mão…”, ao que o atônito condutor de nosso veículo exclama horrorizado: Um não, centenas!!!!

    Cordialmente,

    Helio Cabral Jr

  2. celso de almeida gaudencio disse:

    Não poderia haver melhor ilustração do que apresentada competentemente pelo Helio Cabral Junior, de Governador Valadares.
    Se as civilizações antigas ocupavam escarpas e vales para produção de alimentos, qual a razão para agora deixar toda com mato ciliar. Para isso são os Parques Nacionais preservadores da diversidade biológica.
    As fontes de águas, não estão localizadas na beira dos rios, estas sim devem ser preservadas reflorestadas.
    Se os barrancos e aterros das estradas são protegidos com gramíneas, a exemplo disso nossos solos declivosos deverão ser ocupados com pastagens ou outras culturas perenes.
    Não há como contestar Helio Cabral Junior e sim com ele tratar o assunto diferentemente do que os ambientalistas estão pregando, infestando as instituições publicas contrária a propriedade rural desestabilizando a produção.
    O projeto Formoso em Tocantins e o Pró Várzea no São Francisco, são modelos inconteste dessas assertivas.

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