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6 de outubro de 2008

Dólar sobe e é cotado acima de R$ 2,00

O dólar comercial disparou ontem e terminou o dia com valorização de 4,52%, cotado a R$ 2,007 na compra. A moeda norte-americana ultrapassou o patamar psicológico de R$ 2,00 pela primeira vez desde agosto de 2007.

O dólar comercial disparou ontem e terminou o dia com valorização de 4,52%, cotado a R$ 2,007 na compra. A moeda norte-americana ultrapassou o patamar psicológico de R$ 2,00 pela primeira vez desde agosto de 2007.

A grande expectativa em relação ao pacote de ajuda do governo norte-americano ao sistema financeiro somada ao movimento de especulação contra o real ditou a forte valorização da moeda. O pacote norte-americano foi aprovado pelo Senado na noite de quarta-feira, mas espera ainda o sinal verde da Câmara.

“O mercado operou estressado. O nervosismo foi exagerado se comparado com o estresse que o dólar sofreu frente às outras moedas. Não dá para considerar esta valorização de ontem uma tendência, a alta não está refletindo os fundamentos econômicos”, avalia o gerente de câmbio do Banco Prosper, Jorge Knauer.

A divisa norte-americana acumula ganhos de 9,87% na semana e 13,37 % no ano.

Segundo Knauer, o fato da cotação do dólar estar sendo formada no mercado futuro da BM&F agrava a situação. “Não se sabe em que pé estão as posições no mercado futuro nem o quanto está mudando de mãos”, diz.

Para o diretor-executivo da corretora de câmbio NGO, Sidnei Moura Nehme, essa disparada do dólar não passa de movimentos especulativos, puxados pelo mercado de derivativos da BM&F. Dados do Banco Central (BC) mostraram que não há falta de dólares no mercado físico por onde transitam as operações reais da economia brasileira, pelo contrário, está sobrando.

Segundo Nehme, há uma absoluta contaminação dos índices, onde ocorre uma acirrada disputa entre especuladores, sobre a formação do preço no mercado à vista.

“Neste jogo os vendidos estão encurralados pelos atuais detentores de posições compradas, que retêm a liquidez e provocam a alta artificial da taxa do dólar, e assim descolam o câmbio da mínima razoabilidade com qualquer fundamento, submetendo a severo prejuízo a contraparte e realizando soberbos ganhos”, finaliza, lembrando que esta disputa já desvalorizou o dólar em 20% no curtíssimo prazo.

No mercado de juros futuros negociados na BM&F, os contratos fecharam o dia em alta, refletindo o nervosismo do mercado com o cenário externo. O DI de janeiro de 2010, o mais líquido, registrou taxa anual de 14,56%, ante 14,35% do ajuste anterior.

A matéria é de Ana Cristina Góes e Simone e Silva Bernardino, publicada na Gazeta Mercantil, resumida e adaptada pela Equipe AgriPoint.

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